Abrir um negócio pode ser opção para o bom planejador
14-12-2016Em momentos de desaquecimento econômico como o atual, muitos profissionais perdem seus empregos e se veem com uma boa indenização em mãos, com a possibilidade de investir em um negócio próprio. Como as chances de conseguir outro emprego rapidamente são baixas, empreender é de fato uma boa alternativa, porém o empresário iniciante deve tomar alguns cuidados, como fazer um planejamento conservador e escolher seu ramo de atuação com base em conhecimento de mercado, e não apenas em paixão.
De acordo com especialistas em empreendedorismo, um bom planejamento é ainda mais crucial atualmente devido à escassez de crédito. “Sem emprego e sem garantias, o empreendedor vai pagar juros exorbitantes por qualquer financiamento”, afirma o sócio da consultoria Empreende, Eduardo Vilas Boas. Ele recomenda que os empresários piorem em 30% os cenários de demanda nos seus planos de negócios. “O empresário deve avaliar seus planos com visão pessimista e ter uma reserva para se garantir”, afirma.
Outro problema causado pela restrição de crédito, segundo o coordenador de pesquisa e mobilização da Endeavor, João Melhado, é que as empresas demoram mais para fechar negócios. “Todos têm menos acesso a crédito, então as atenções devem ser redobradas em relação ao caixa”, diz.
Para amenizar a restrição de crédito, o Sebrae vai anunciar na primeira quinzena de janeiro um programa de crédito orientado em parceria com o Banco do Brasil. Com capital inicial de R$ 1,25 bilhão, o objetivo do programa é dar crédito para microempresas e empresas de pequeno porte orientadas pelo Sebrae.
Segundo o presidente do Sebrae, Guilherme Afif, o Sistema Financeiro Nacional “deixou de cumprir a sua função” porque só tem crédito para grande empresa.
Um certo pessimismo é recomendável também na hora de investir em uma franquia, pois é possível que as previsões de mercado feitas pelos franqueadoras levem em conta uma demanda que já não existe mais, alerta o consultor da Empreende. “É importante o empresário fazer um planejamento independente da franquia, principalmente no que diz respeito à demanda”, afirma.
Segundo ele, a procura por novas franquias está aquecida neste momento porque existe muita gente sem emprego e com dinheiro em mãos. Por isso, Vilas Boas recomenda cautela e diz que é interessante preferir franquias de renome neste momento, evitando as novatas.
Além do conservadorismo nas previsões financeiras, outra chave para o sucesso está na escolha do ramo de atuação. O ideal é que o profissional escolha uma área na qual tenha algum conhecimento de mercado, e não apenas um interesse pessoal. “A recomendação é sempre começar por onde a pessoa tenha experiência de mercado”, afirma Melhado. Ou seja, não basta gostar de comida, é preciso entender sobre o ramo da alimentação, por exemplo.
Seguindo esta linha, o Sebrae criou um programa chamado Super MEI, em São Paulo, para ajudar profissionais desempregados a se transformarem em prestadores de serviços nas suas áreas de atuação. Segundo o presidente do Sebrae, o programa começou no segundo semestre deste ano na região do ABC, em São Paulo, onde existe um grande número de pessoas que perderam seus empregos na indústria automotiva. “É o epicentro do desemprego qualificado”.
“Estamos ajudando este profissional a se qualificar para montar um negócio na área de serviços”, afirma Afif, citando como exemplo metalúrgicos, mecânicos, eletricistas e encanadores. “São pessoas que saem das empresas nos planos de demissão voluntária, recebem dinheiro na demissão, mas não têm perspectivas”. O programa, que começou no ABC e se expandiu para o Estado de São Paulo, deve ser estendido para outras regiões metropolitanas, que concentram o maior número de desempregados, de acordo com o presidente do Sebrae.
As cidades do interior apresentam uma situação melhor em relação ao desemprego, e também são alternativas melhores para empreender. Segundo o Índice de Cidades Empreendedoras 2016 da Endeavor, das dez melhores cidades para empreender no Brasil, seis são cidades de interior – Campinas, Joinville, São José dos Campos, Sorocaba, Maringá e Ribeirão Preto. Elas aparecem no ranking das melhores ao lado das capitais São Paulo, Florianópolis, Vitória e Porto Alegre.
Custos mais baixos, principalmente em relação aos imóveis, aliados à melhor qualidade de vida têm levado os empreendedores para o interior, segundo Melhado. Mesmo assim, os especialistas apontam que a crise é uma boa oportunidade para conseguir contratos mais vantajosos de aluguel comercial, independentemente da região. Segundo o sócio da Empreende, esta também é uma boa oportunidade para conseguir boas negociações com os fornecedores. “Negociar contratos na baixa é o lado positivo de empreender na crise”, afirma Vilas Boas.
Outra recomendação dos especialistas é procurar mercados que sejam mais resilientes no momento de desaquecimento econômico. É o caso do ramo de alimentação natural e também do e-commerce, que têm uma tendência positiva independente da crise, de acordo com o executivo da Empreende. Os dados da Endeavor apontam avanço recente das empresas exportadoras, de economia criativa e de telecomunicações.
Sairá ganhando quem oferecer soluções inovadoras e com bom custo benefício, pois é na crise que as pessoas estão mais abertas para trocar de prestador de serviços, em busca de melhores preços e eficiência. “As pessoas estão mais dispostas a mudar, então a crise é também uma oportunidade de conquistar clientes”, diz Melhado.
Fonte: Valor Econômico
Mais complexo
30-11-2016Pouco mais de dois anos após ter as regras alteradas, com a inclusão de 142 atividades naquela que foi batizada de a “universalização” do Simples Nacional, o regime simplificado de tributação foi novamente modificado. A sanção do presidente Michel Temer à Lei Complementar 155/2016, no final de outubro, vai transformar de maneira profunda o regime, com alterações nos limites de enquadramento de pequenas empresas, a supressão de tabelas, o enxugamento nas faixas de faturamento e até a permissão de aportes de investidores-anjo nos negócios de menor porte.
Uma das principais alterações que constam na lei é a ampliação do teto de faturamento para enquadramento das pequenas empresas no regime. Na prática, foi criada uma faixa de transição de até R$ 4,8 milhões de receita bruta anual que permitirá que as firmas que extrapolem o limite vigente, de R$ 3,6 milhões de receita/ano, não sejam obrigadas a migrar imediatamente para o lucro presumido. A medida tende a minimizar o fenômeno da “pejotização”, prática comum de muitas empresas do segmento que leva à proliferação de CNPJs para evitar a saída do regime.
A grande crítica – que vale para praticamente todas as alterações da lei – é que a medida passa a ter efeito somente em 1º de janeiro de 2018. “No contexto geral, a alteração do limite é benéfica aos empresários. Mas, como entra em vigor apenas em 2018, o novo limite já nasce defasado em R$ 600 mil ou R$ 700 mil, considerando apenas o impacto da inflação. As empresas continuarão proibidas de crescer”, opina o diretor político-parlamentar da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), Valdir Pietrobon.
A proposta de mudança no limite de enquadramento das microempresas, dos atuais R$ 360 mil para R$ 900 mil de receita anual, foi vetada. No caso do Microempreendedor Individual (MEI), houve majoração do teto de enquadramento de R$ 60 mil para R$ 81 mil anuais. A proposta inicial do projeto de lei era que o limite de faturamento das pequenas empresas fosse ampliado para R$ 7,2 milhões. Com o temor de perda da arrecadação, considerando o que deixaria de ser arrecadado com a migração de empresas do lucro presumido para o Simples, a Receita Federal pressionou para que a ampliação se limitasse aos R$ 4,8 milhões. O Fisco estima que a mudança no teto do Simples pode gerar um impacto de R$ 3,34 bilhões para os cofres da União.
O “novo” Simples prevê também que as empresas que ultrapassarem o teto de R$ 3,6 milhões vão se deparar com mais burocracia no recolhimento dos tributos. Isso porque serão obrigadas a apurar e pagar os impostos estaduais (ICMS) e municipais (ISS) a partir desse limite em guias separadas, a exemplo do que ocorre com um optante do lucro presumido. “Até por conta da crise, há necessidade das secretarias de fazenda estaduais e municipais em receber suas receitas de forma direta, sem esperar os repasses do governo federal. O contribuinte poderá ter até três guias de recolhimento”, explica o advogado tributarista do Moreau Advogados, Pierre Moreau. “A burocracia aumentou”, completa Pietrobon.
A partir de 2018, haverá redução de seis para cinco no número de anexos (tabelas) que acomodam as empresas conforme a área de atividade: uma para comércio, uma para indústria e três para serviços. Com isso, foi extinto o anexo VI, criado na esteira da modificação da lei em 2014 e criticado pelas alíquotas elevadas, que partiam de 16,93%. Houve remanejamento de empresas de setores como academias de dança, laboratórios, serviços de medicina e odontologia para o anexo III, com alíquotas mais amigáveis.
Outra alteração foi a redução de 20 para seis faixas de tributação, que definem a alíquota do imposto de acordo com a receita bruta acumulada em um período de 12 meses. Com o maior espaçamento entre as faixas, o objetivo é permitir um estímulo maior para que o empresário eleve seu faturamento sem que ocorra aumento constante – e brusco – de impostos. “Um dos grandes problemas das empresas é que, como a distância entre as faixas é atualmente muito estreita, qualquer aumento no faturamento já implica elevação da alíquota. A empresa fica com medo de crescer”, diz o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Em uma análise fria, comparando as tabelas vigentes e as que passam a vigorar em 2018, houve majoração das alíquotas. Para as empresas de comércio, por exemplo, as alíquotas que hoje variam de 4% a 11,61% passam a vigorar entre 4% e 19%. Isso não significa, necessariamente, aumento de carga tributária. Isso porque, a partir de 2018, o Simples prevê uma nova engenharia tributária que emula o modelo adotado no Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
Assim, uma parcela (em dinheiro) será deduzida da base de cálculo do imposto para tornar menos dolorosa a transição entre as faixas de faturamento. Com isso, sai de cena uma alíquota fixa e passa a valer uma alíquota efetiva que determina o imposto devido. O cálculo do imposto ficou mais complexo.
“A complexidade dos cálculos e o fato de a alíquota se tornar mais flutuante trazem dificuldade para o empresário, que nunca compreenderá com antecedência quanto de imposto pagará exatamente”, critica o presidente da Sevilha Contabilidade, Vicente Sevilha Júnior.
Na prática, o especialista diz que a elevação da carga tributária para os empresários será muito pequena, “praticamente nula”. Nos cálculos de Afif Domingos, nas faixas que correspondem a 80% do faturamento das empresas, haverá um valor até menor de tributação na comparação com as alíquotas vigentes.
Uma simulação feita por Regina Vilanova, integrante da Câmara Técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mostra que, considerando o exemplo de uma microempresa comercial enquadrada no anexo I, com faturamento anual de R$ 300 mil no ano-calendário de 2017 e previsão de faturamento de R$ 360 mil em 2018, o impacto tributário das mudanças é muito pequeno.
A alíquota efetiva passaria de 5,47% (com base no anexo vigente atualmente) para 5,48% (a partir da alteração da lei). A especialista recomenda, entretanto, que cada caso deve ser analisado individualmente junto a um profissional de contabilidade, considerando as especificidades dos setores de atividades, para definir se o Simples continua mais vantajoso do que o regime de lucro presumido.
“Se na análise sobre os dois regimes houver empate, ou uma pequena vantagem para o lucro presumido, ainda assim pode ser mais interessante continuar no Simples, porque é um sistema que unifica a tributação e reduz a burocracia e os custos com obrigações acessórias”, diz. O novo Simples também traz vantagens a prestadoras de serviços com forte perfil empregador. A Lei Complementar 155/2016 permitirá que as empresas atualmente enquadradas nos anexos IV e V migrem para o anexo III nos casos em que a razão entre folha de pagamento – incluindo o pró-labore dos sócios – e a receita bruta igualar ou superar 28%.
Pequenos produtores de vinhos e de cervejas poderão ingressar no Simples, na única inclusão de novas atividades prevista pela lei. No total, a Lei Complementar foi publicada com 17 vetos, com destaque para o ponto que previa a criação da Empresa Simples de Crédito (ESC). A medida abria espaço para a criação da figura do microempreendedor de crédito, que poderia fomentar outros negócios de pequeno porte com recursos próprios, facilitando o acesso desses empreendedores a empréstimos.
As maiores críticas ao modelo eram que, sem uma regulamentação dessa atividade, a ESC poderia estimular a prática da agiotagem. O veto foi pedido pelo Banco Central. “A ESC é uma forma de um cidadão usar sua poupança própria para financiar a produção local. É o microcrédito viável. O BC prometeu que voltará a tratar desse assunto”, afirma Afif Domingos.
Fonte: Jornal Valor Econômico
Devedor ganha prazo em parcelamento
30-11-2016A aprovação da Lei Complementar 155/2016 trará novo fôlego às empresas enquadradas no Simples Nacional que possuem débitos com a Receita Federal. Em uma das poucas medidas com efeito imediato, o texto ampliou o prazo de parcelamento das dívidas tributárias dos atuais 60 para até 120 meses. O prazo estendido, entretanto, é em caráter excepcional. A abertura de um parcelamento especial ocorre dois meses depois de a Receita Federal ter notificado 584.677 mil devedores do regime simplificado de tributação de que era preciso acertar as contas com o Fisco sob o risco de serem desenquadrados do sistema.
Segundo dados da Receita Federal, as dívidas acumuladas por esses contribuintes somam R$ 21,3 bilhões. Conforme a Instrução Normativa 1.670, publicada em 14 de novembro pela Receita Federal, esses devedores poderão, até o dia 11 dezembro de 2016, manifestar previamente a opção pelo parcelamento por meio do formulário eletrônico “Opção Prévia ao Parcelamento da LC 155/2016”, disponível na página do Fisco na internet. Isso, entretanto, apenas evitará a exclusão dos contribuintes do regime simplificado. A partir de 12 de dezembro, o empresário que foi notificado terá que efetuar também a opção definitiva pelo parcelamento, para consolidar os débitos e efetuar o pagamento da primeira parcela.
Conforme informações da Receita Federal ao Valor, as regras e o prazo para o parcelamento definitivo ainda serão objeto de regulamentação pelo Comitê Gestor do Simples Nacional. De concreto, o parcelamento considera as dívidas acumuladas pelo contribuinte até maio de 2016. “O contribuinte poderá também consolidar débitos de outros parcelamentos que já possua”, diz Vicente Sevilha Júnior, presidente da Sevilha Contabilidade.
A parcela mínima é de R$ 300 por mês, valor que gerou críticas em um momento de recessão econômica. “Esse valor não cabe no bolso de muitos empresários atualmente, considerando que, além do parcelamento, ele terá que recolher os impostos normalmente. O correto seria a criação de um Refis”, opina Valdir Pietrobon, diretor político-parlamentar da Fenacon.
A possibilidade de quitar as dívidas em um prazo mais alongado levou entidades como a Fenacon e o Sebrae a organizar um “mutirão” do parcelamento. “Será uma campanha nacional mobilizando as empresas que correm o risco de serem eliminadas do Simples para que se inscrevam no plano de refinanciamento”, diz Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae. Outra novidade da Lei Complementar que valerá já a partir de 2017 é a possibilidade de as empresas de micro e pequeno porte receberem aportes de investidores-anjo sem prejuízo da opção pelo Simples – pelas regras que vigoravam até a aprovação da lei, o financiamento por “anjos” obrigava a migração dos negócios para outro regime de tributação.
Com a novidade, o negócio enquadrado no regime simplificado poderá admitir o aporte desses recursos, que não integrarão o capital social da empresa. Pelas regras, o prazo de vigência do investimento não poderá superar sete anos. O investidor-anjo somente poderá exercer o direito de resgate do investimento depois de decorridos, no mínimo, dois anos do aporte do capital, ou prazo superior estabelecido no contrato de participação. Caso os sócios decidam pela venda da empresa, o investidor-anjo terá direito de preferência na aquisição. Além disso, o investidor-anjo não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da empresa.
Ao mesmo tempo, não responderá por qualquer dívida da empresa. Em suma, o investidor-anjo assume o risco de sucesso ou fracasso do negócio, mas não assume outros riscos da administração, a exemplo de dívidas trabalhistas ou tributárias. “A aprovação para esse tipo de investimento é interessante, porque se trata de uma necessidade das empresas de pequeno porte em um momento em que o acesso ao crédito é difícil”, diz Pierre Moreau, advogado tributarista do Moreau Advogados.
Fonte: Jornal Valor Econômico
Mulher é obrigada a abrir empresa no País
26-10-2016Investir no próprio negócio, para uma grande parcela das mulheres brasileiras que o fazem, é uma questão de sobrevivência e não de oportunidade. O empreendedorismo por necessidade, quando a própria empresa torna-se a única possibilidade de manter um rendimento mensal, é mais contundente entre empreendedoras do que entre os pequenos empresários homens do País.
A conclusão faz parte do estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2015. Os dados, obtidos com exclusividade pelo Estado, apontam que a taxa feminina de empreendedorismo por necessidade é 22 pontos porcentuais superior que a registrada entre as iniciativas empreendedoras do sexo masculino. São 32% os empreendedores homens por necessidade contra os 54% das mulheres. No saldo total, cerca de 45% das mulheres que estão à frente do próprio negócio o fazem por identificar uma oportunidade promissora de investimento, enquanto que entre os homens essa taxa sobe para 67%.
Nem sempre o índice seguiu essa tendência. Entre 2002 e 2008, a proporção de mulheres que abriram um negócio por oportunidade saltou de 38% para 69%. No entanto, a pesquisa consegue detectar nos anos seguintes a alta da necessidade, possivelmente incentivada pela retração econômica.
Para o presidente nacional do Sebrae Guilherme Afif Domingos, a alta aconteceu como reflexo da formalização de trabalhos que já eram executados de forma autônoma, principalmente em casa. A crise econômica, con-forme aponta Afif, é o agente catalisador desse movimento.
“O Brasil ainda não esgotou o fenômeno de formalização por meio do registro de MEI”, aponta o presidente sobre os Microempreendedores Individuais, registro que abarca cerca de 6 milhões de empresários no Brasil. “No escopo do MEI, as atividades de beleza e de alimentação foram as que mais cresceram na mão de mulheres”, analisa Afif.
O cenário delineado pela pesquisa se assemelha ao contexto vivido pela paulistana Jailma Bispo dos Santos, que trabalha desde o ano passado com a empresa Doce ao Paladar, iniciada a partir de um registro de MEI desde que a empreendedora ficou desempregada.
Com um filho de dois anos, Jailma até tentou iniciar uma carreira como corretora de imóveis, mas o tempo excessivo fora de casa e a desaceleração das vendas no mercado imobiliário provocada pela crise econômica logo a desmotivaram. Preparar pães e doces, o que até então era feito apenas por hobby e para a alimentação da família, tornou-se a solução para manter a renda. Hoje, Jailma planeja inclusive envolver o marido, que trabalha como zelador, na produção e nas entregas das encomendas. “O negócio está dando muito certo”, comemora a empreendedora. “Agora, tenho até medo de me ligarem para oferecer entrevistas de trabalho, pois eu não quero, não”, conta Jailma enquanto faz sua compra semanal em uma distribuidora de doces.
Entraves. Apesar da alta dos indicadores, que demonstram um empenho maior de mulheres em empreender, entraves como dificuldade de acesso ao crédito, falta de confiança do cliente e, no limite, o machismo no ambiente corporativo, aparecem como fatores que intimidam o sexo feminino na decisão por tocar o próprio negócio.
O estudo da Global Entrepreneurship Monitor, que no Brasil é financiado pelo Sebrae, aponta uma maior frequência de homens que afirmam ter conhecimento, habilidade e experiência necessárias para iniciar um novo negócio, em 63% dos casos, enquanto 54% das mulheres declararam o mesmo. Para Afif, o dado indica que o grau de autoconfiança para empreender entre os homens é maior do que entre as mulheres.
O fator é sentido na pele por empreendedoras como Vanessa Maciel, que também fabrica doces em sua própria casa. Ela conta que já viveu casos em que conseguiu bons descontos com fornecedores ao fazer compras acompanhada do marido, o que não se repetiu quando sozinha.
“ É mais difícil para a mulher. Somos vistas como frágeis, com baixo nível de conhecimento. Descubro um novo desafio pessoal a cada dia”, conta Vanessa.
Fonte: Estadão PME
Quando a saída para a crise é virar patrão
18-10-2016O aumento do desemprego tem levado muitos brasileiros a passar para o outro lado do balcão. São pessoas que, diante da escassez de vagas, decidem assumir o chapéu de patrão e montar seu negócio. Esse movimento tem impulsionado o segmento de franquias, cujo faturamento cresceu 7,9% no primeiro semestre do ano, ante igual período de 2015, para R$ 68,8 bilhões, no momento em que o país ainda enfrenta os efeitos da recessão. O segmento tem se tornado não apenas uma alternativa de renda para um grupo de desempregados como um novo nicho de mercado para os bancos. Santander e Banco do Brasil, por exemplo, criaram este ano divisões voltadas para franqueados, com opções de financiamento e serviço de consultoria.
Especialistas alertam, porém, que investir numa franquia requer cuidados. O investimento inicial para colocar de pé uma única loja varia de R$ 5 mil a R$ 80 mil, considerando taxa de franquia (taxa de adesão à rede de franqueados), recursos para abertura da unidade e capital de giro. O cálculo é da Associação Brasileira de Franchising e considera microfranquias. Para gigantes, como a rede de fast-food Habib’s, o aporte fica na casa dos milhões. Além disso, o tempo para obter retorno do investimento, independentemente do tamanho do empreendimento, pode variar de um ano e meio a três anos. Também é preciso evitar modismos e ter em mente que trabalhar com uma marca consolidada no mercado não é garantia de sucesso.
Para Claudio Tiegui, diretor de inteligência de mercado da ABF, o segmento tem atraído mais gente porque quem quer se tornar empreendedor, muitas vezes, tem receio de começar do zero: — As franquias têm modelo de negócio já testado e marca consolidada. O risco é menor do que você montar um negócio próprio do zero. Além disso, você pode ter apenas uma loja, mas ela faz parte de uma rede. Com isso, a negociação com fornecedores é mais vantajosa, pois se tem escala. Numa crise, você precisa cortar custos.
NEGOCIAÇÃO COLETIVA DE ALUGUEL
Segundo Tiegui, já há redes que estão negociando até aluguéis das lojas em grupo com administradoras de shoppings. Vantagens como essas não apenas atraem iniciantes como também favorecem as franquias existentes. O índice de mortalidade no setor é de 4,4%, percentual que tem se mantido estável nos últimos anos. Hoje, há cerca de 140 mil lojas de franquias no país, alta de quase 10% no número de operações em relação ao primeiro semestre de 2015.
— Toda vez que há uma crise, o setor de franchising cresce, pois há mão de obra qualificada que deixa o trabalho formal para empreender. Há também crescimento da receita das unidades já existentes, pois o sistema de franquias tem resiliência dadas as suas características, como o custo de gestão reduzido — diz Tiegui.
Atentos a esse crescimento, alguns bancos decidiram montar equipes voltadas especialmente para franqueados. Desde o início do ano, o Banco do Brasil mantém uma central de gestão e apoio às franquias com 26 pessoas. A iniciativa faz parte do programa BB Franquia, que teve crescimento de 14% em 12 meses encerrados em junho de 2016 na sua carteira de crédito. As linhas de financiamento vão desde capital de giro a suporte para compra de equipamentos. O Santander montou equipe com este objetivo em janeiro passado. O banco formata convênios para atender franqueados e franqueadores. São mais de 150 já firmados.
— Se é necessário reformas as lojas de uma rede, por exemplo, negociamos condições especiais para os franqueados. É uma forma de atender a franquia como um todo — diz Marcelo Aleixo, superintendente executivo de Pequenas e Médias Empresas do Santander.
Os empresários que não conseguem apresentar as garantias exigidas pelos bancos podem recorrer ao Fundo de Aval da Micro e Pequena Empresa, criado pelo Sebrae em 2015 para o setor de franquias. O fundo tem convênio com Santander e Bradesco e viabilizou R$ 34 milhões em empréstimos para 458 franquias, desde que foi criado.
— Selecionamos os franqueados pela qualidade do projeto e do produto — diz o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Ney Souto, de 30 anos, foi um dos que buscaram nas franquias uma solução para o desemprego. Formado em Administração e ex-atleta, ele ficou desempregado em janeiro de 2015, quando a diretoria do Clube Botafogo mudou. Souto, que já havia jogado em times cariocas na adolescência, trabalhava na área administrativa do clube. Decidiu, então, investir numa unidade da Mr. Fit, rede de fast-food saudável que nasceu em Paulínia (SP) em 2013 e hoje tem 56 unidades no país.
— Estava com medo de começar do nada. Achei que era importante ter um suporte no negócio. Acabei escolhendo a Mr. Fit porque sempre me preocupei com alimentação e fui ligado a esporte. Percebo uma tendência do consumidor de se preocupar com a qualidade de vida — diz Ney.
Ele e o irmão investiram R$ 180 mil para abrir uma loja em Copacabana, inaugurada há um ano e dois meses e que tem três funcionários. Nas contas de Souto, o negócio já se paga, mas ainda não gera renda para o empresário. Para pagar as contas, ele tem apoio da mulher, que trabalha numa multinacional de cosméticos.
IDENTIFICAÇÃO COM A FRANQUIA É FUNDAMENTAL
A escolha do segmento onde se pretende investir é um ingrediente fundamental na receita de sucesso dos franqueados, dizem especialistas. Primeiro porque o desempenho dos segmentos varia. Segundo dados da ABF, o que reúne esporte, saúde, beleza e lazer lidera a expansão do setor, com alta de 15% no faturamento no segundo trimestre, ante igual período do ano passado. Acessórios e calçados vem em seguida, com aumento de 10%.
Além disso, para elevar as chances de o negócio ser bem-sucedido, o conselho de dez em cada dez especialistas é escolher uma franquia com a qual o empreendedor se identifique.
— Você vai passar horas do seu dia se dedicando ao negócio. É bom que você se identifique com a marca e estude bem o ponto onde pretende abrir a loja, de modo que outros franqueados da mesma rede ou negócios concorrentes não atrapalhem seu desempenho — diz Marcio Quintella, coordenador do MBA de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas, que também alerta para o volume de investimento exigido. — Quanto menor o risco ou melhor a franquia, mais investimento. É preciso escolher o que cabe no bolso e evitar modismos e sazonalidades. Uma loja de sorvete, por exemplo, não vende a mesma quantidade de picolés no inverno e no verão.
Fonte: Jornal O Globo
FAT deve realocar R$ 3 bi na Caixa e BB
30-09-2016O conselho que administra os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) deve transferir R$ 3 bilhões destinados a empréstimos de capital de giro a micro e pequenas empresas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. O Estado apurou que o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) está insatisfeito com o desempenho do banco de fomento estatal na liberação dos recursos. Até o momento, o BNDES aprovou apenas o total de R$ 167 mil em empréstimos. Anunciada às vésperas da votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado, essa linha com recursos do FAT é destinada ao pagamento de despesas correntes das micro e pequenas empresas, como salários e reposições de estoque.
Assim como o BNDES, o BB recebeu recursos para este programa, mas num total menor, de R$ 2 bilhões. Iniciou os empréstimos em julho e, até o momento, mais de 8,8 mil empresas contrataram o crédito – outras 4,7 mil propostas estão em análise. Os desembolsos estão próximos de R$ 800 milhões. Segundo o diretor de Micro e Pequenas Empresas do BB, Ilton Luís Schwaab, o banco deve liberar até o fim de outubro a metade dos R$ 2 bilhões que recebeu do FAT para esta linha. A transferência do dinheiro do BNDES para o BB ampliaria a possibilidade de o banco continuar operando o produto em 2017, uma vez que os recursos devem se encerrar ainda neste ano.
Segundo Schwaab, a capilaridade do banco, com mais de 5 mil agências espalhadas pelo País, também contribui para o desempenho nos desembolsos. O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, chegou a mandar uma carta para o presidente do Codefat, Virgílio Carvalho, pedindo a realocação dos recursos do BNDES para instituições com “reconhecida atuação no varejo”, disse na carta. Como contrapartida para ter direito aos empréstimos com juros mais baixos (entre 17,1% e 19,5% ao ano), as microempresas precisam se comprometer a manter o número de postos de trabalho durante um ano depois de pegar o crédito e contratar um jovem aprendiz(para empresas acima de 10 funcionários).
Os R$ 5 bilhões do total da linha têm como fonte o FAT, fundo responsável pelo pagamento do seguro-desemprego e do abono salarial. Os recursos estavam destinados a serem usados para financiar investimentos, mas foram realocados para a linha de capital de giro. Até junho, os recursos do FAT foram responsáveis por mais da metade dos R$ 40 bilhões desembolsados pelo BNDES. Desse total, R$ 10,6 bilhões (R$ 4,3 bilhões do FAT) foram em operações a micro e pequenas empresas.
Fonte: Estado de São Paulo
Pequenos negócios voltam a criar empregos em agosto depois de 6 meses
28-09-2016BRASÍLIA – Os pequenos negócios voltaram a contratar mais do que demitir em agosto. Desde fevereiro deste ano, as micro e pequenas empresas não apresentavam número de contratações superior ao de demissões, mas no último mês o saldo ficou positivo em 623 vagas. No mesmo mês, as médias e grandes empresas fecharam 34 mil vagas. O recorte dos dados foi feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No acumulado de 2016, porém, a geração de empregos desse segmento de empresas – que faturam até R$ 3,6 milhões por ano – continua negativa, em 51 mil postos fechados. As médias e grandes empresas, por sua vez, fecharam 620 mil vagas nos oito primeiros meses do ano.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, os pequenos negócios são os primeiros a dar respostas aos sinais positivos da economia. Ele acredita que, nos próximos meses, as micro e pequenas empresas vão continuar contratando mais do que demitindo, mas não será suficiente para zerar o estoque negativo de demissões no acumulado de 2016 até agosto.
“Enquanto as grandes empresas esperam sinalizações do governo na questão macroeconômica, como a PEC do Teto dos Gastos e a Reforma da Previdência, as micro e pequenas empresas avançam o sinal desde que haja crédito. O pequeno empresário é movido pela necessidade de sobrevivência do próprio empreendimento”, afirmou.
O setor que mais contratou trabalhadores foi o de Serviços, que teve um incremento de 10,8 mil vagas, seguido pelo do Comércio, com 5,2 mil. “Aos poucos, está diminuindo a carga de notícias negativa na economia e voltando a confiança para consumir”, analisou.
Fonte: Estadão online
Sebrae realiza evento e prepara fundo para startups
20-09-2016Há quatro anos, o Sebrae lançou uma pesquisa dentro da Campus Party para descobrir qual era a sua imagem entre jovens empreendedores. O resultado apontou que a instituição era vista basicamente como offline e sem conexão com os novos formatos de negócio digital. Essa visão persiste ainda hoje, apesar de algumas parcerias formadas com empresas como Google, Facebook e Microsoft.
É esse desafio que o Sebrae vai enfrentar nesta quinta-feira, ao realizar seu primeiro evento nacional voltado para o setor, que acontecerá simultaneamente em 47 cidades, de São Paulo a Palmas (TO). O objetivo oficial do evento é aproximar empreendedores de redes locais de investidores e aceleradoras. Na realidade, porém, a expectativa do Sebrae é desenhar um mapa sobre o empreendedorismo digital no Brasil e levantar um banco de dados com as características desses negócios e empresários.
A meta, para o médio e longo prazos, é traçar ações específicas com base nessas informações. A primeira delas será a estruturação de um fundo de investimento gerido pelo próprio Sebrae para startup e de tecnologia. Esse fundo, que está em fase final de planejamento, deverá atender a negócios que necessitam de recursos seja tanto para o lançamento quanto para o desenvolvimento de projetos. A meta do Sebrae é finalizar a proposta ainda neste segundo semestre, para começar a distribuir os recursos a partir do início de 2017.
Ainda não foram definidos os valores que irão compor o novo fundo. O que se sabe é que ele vai operar unicamente com recursos da instituição – esse dinheiro, de alguma forma, já é destinado aos programas de inovação da entidade. O principal deles, o Sebraetec, teve um orçamento de R$ 191,7 milhões neste ano. Além de gerir o Sebraetec, a instituição participa como cotista em fundos de capital de risco, como o SP Ventures, de Fernando Jardim.
A entidade também participa Fundo de Inovação Paulista, do banco de fomento Desenvolve SP, do governo do Estado, com uma cota de R$ 10 milhões, o equivalente a 9,5% do patrimônio total de R$ 105 milhões. Entre diretores do Sebrae, o consenso é de que, para se aproximar de fato do setor, a entidade precisa ser protagonista nas discussões. “Eventos como o Startup Day são muito importantes. Eles mostram que o Sebrae tem condições de contribuir com a formação das startups brasileiras”, afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
“A gente percebe que esse empreendedor é muito orientado a investimentos. E vamos aportar diretamente recursos nas startups.” Afif admite, porém, o diálogo entre o Sebraee as startups não estão totalmente abertos. “Eles (os empreendedores) acham que somos um monte de velhinhos falando das mesmas coisas de sempre. Mas, com o tempo, eles vão entender que somos mais do que isso.”
Diálogo. Além da realização do evento e da formação do fundo de investimento em startups, é importante que o Sebrae esteja reconhecendo a necessidade de se adaptar às demandas das empresas de tecnologia, afirma Cássio Spina, presidente da Anjos do Brasil, especializada em apoiar negócios nascentes. “Dinheiro é importante e esse evento nacional é fundamental.
Mas o Sebrae precisa se preparar e formar quadros para conseguir auxiliar esse mercado”, diz Spina, que investe em 11 startups e atua no segmento há seis anos. Para Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo da Fiap, o mercado hoje é carente de uma instituição de peso para apoiar as startups.
“O Sebrae é capilarizado e pode contribuir divulgando e ensinando o que é uma startup para cidades distantes do interior.” A lista completa dos 47 endereços onde o Sebrae vai realizar o StartupDay está no site da entidade.
Posições
“Dinheiro é importante e esse evento nacional é fundamental. Mas o Sebrae precisa se preparar e formar novos quadros para auxiliar as startups.” Cássio Spina PRESIDENTE DA ANJOS DO BRASIL
“Eles acham que somos um monte de velhinhos falando as mesmas coisas.” Guilherme Afif Domingos PRESIDENTE DO SEBRAE
Fonte: Estadão PME
Presidente do Sebrae espera melhora, mas lembra que “estragos foram feitos”
29-08-2016O presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) afirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan, que há a expectativa de melhora na economia, mas que ainda existe uma dependência grande da situação política.
Guilherme Afif Domingos, que anteriormente disse que o impeachment não melhoraria o setor das micro e pequenas empresas de forma imediata, voltou a reafirmar que é preciso dar condições a Michel Temer para retomar a confiança. “Especialmente ao consumidor, para que a economia volte a crescer. Micro e pequena empresa é sensível quanto a isso. Ela que dá a resposta mais rápida”, disse.
As micro e pequenas empresas seguem a tendência da economia. Segundo Afif, há uma perspectiva positiva em termos de melhoria do ambiente, mas “os estragos foram feitos”.
Afif criticou a inadimplência alta e o trabalho para que seja a aprovada a lei “Crescer Sem Medo”, que pressupõe um refinanciamento dos débitos tributários das empresas do Simples.
“Lei do Crescer Sem Medo é importante porque faz revisão das tabelas, embora não tenha corrigido o teto daquilo que propusemos”, ressaltou.
Fonte: Jovem Pan Online
Tributação é fantasma também nas vendas on-line
27-07-2016Uma pesquisa feita pelo Sebrae e pela E-commerce Brasil apontou que a tributação tem sido a principal dificuldade de gestão das empresas de varejo on-line em 2016 — em 2015, o tema ocupava o terceiro lugar, atrás de logística e marketing.
Guilherme Afif Domingos avalia que a mudança na regra de cobrança do ICMS, que entrou em vigor no começo do ano e foi suspensa pelo STF em fevereiro, pode ter aumentado a dificuldade das empresas, especialmente as pequenas.
A medida obrigava o empresário de pequeno porte a se cadastrar no fisco do estado para o qual estava vendendo, ou seja, devia se registrar em até 27 secretarias da Fazenda diferentes.
Fonte: O Globo