Ampliação de crédito é essencial para desenvolver os pequenos negócios

22 de maio de 2017
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São Paulo – A ampliação de crédito é essencial para o desenvolvimento dos pequenos negócios no Brasil, afirmou nesta segunda-feira (22) o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, durante a abertura do 12º Congresso da Micro e Pequena Indústria, promovido pela Fiesp, em São Paulo. “O problema de crédito no Brasil é muito sério, já que temos um sistema financeiro brutalmente concentrado, que não estimula a competição. O setor hoje se resume a apenas cinco bancos, que são grandes demais para emprestar aos pequenos”, disse.

Afif ressaltou que, atualmente, a relação entre as empresas e os bancos é impessoal e há dificuldade de acesso ao crédito para os pequenos negócios. “Os sistemas criados por conta dos acordos de Basileia, que exigem compliances extremamente complexos, fazem com que somente as maiores empresas sejam atendidas, enquanto as pequenas empresas não conseguem atender a essas exigências”, ressaltou, lembrando os altos spreads cobrados das pequenas empresas, sob a alegação de falta de informações. “A taxa básica de juros já é alta, mas o problema não é esse e sim a distância entre a Selic e a taxa real cobrada do pequeno empresário”, assinalou.

O presidente da Fiesp e do Conselho Deliberativo do Sebrae em São Paulo, Paulo Skaf, também abordou as dificuldades enfrentadas pelas pequenas indústrias para obterem financiamento. Um dos pontos destacados por ele foi a dificuldade de obtenção da Certidão Negativa de Débito (CND) em operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A implantação da Empresas Simples de Crédito (ESC) – aprovada dentro do projeto Crescer Sem Medo, mas posteriormente vetada pelo governo por sugestão do Banco Central – foi destacada pelo presidente do Sebrae como uma saída para oferecer crédito mais barato para as pequenas empresas. “O ESC abre a possibilidade de o cidadão emprestar recursos próprios para a produção local, ou seja, eliminar a intermediação financeira”, disse. “Nós não queremos prestigiar a agiotagem e sim concorrer com a agiotagem oficial. É só olharmos as taxas de juros praticadas pelo mercado”, ressaltou. De acordo com Afif,  está em fase final a negociação com o BC para que a ESC seja regulamentada. Ele também destacou o apoio do Sebrae às cooperativas de crédito.

Afif destacou ainda a liberação de R$ 5 bilhões de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o crédito voltado às micro e pequenas empresas, com juros mais palatáveis que os cobrados pelo mercado.  E lembrou que, para ajudar a liberação de recursos para os pequenos negócios, o Sebrae implantou o projeto Senhor Orientador. “Hoje, não se dá mais crédito olhando no olho, mas na tela do computador. Por isso, o Sebrae contratou consultores especiais, que são ex-gerentes com mais de 60 anos e pelo menos dez anos de experiência na concessão de financiamentos em agência. É a voz da experiência”, disse.

O Congresso MPI tem como tema Indústria, Encontre Seu Lugar no Futuro e busca apresentar formas e alternativas para um novo posicionamento das empresas diante dos desafios do mercado.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

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