RIO DE JANEIRO – Com pouco mais de oito anos de idade Eloi D’Avila fugiu de casa, em Porto Alegre, para se aventurar em São Paulo. Ainda criança, trabalhou com tudo para sobreviver: lavava carro, vendia jornais, engraxava sapato. Nessa época, dormia em um albergue debaixo de um viaduto. “Eu tive uma trajetória extremamente difícil, mas eu posso dizer que foi uma grande oportunidade para mim”, relembra.
Na Praça da Sé, D’Avila conheceu o Seu Manuel, um aposentado pra quem contou que havia fugido de casa, mas que não queria voltar. Comovido com a história do menino, o aposentado o ajudou oferecendo trabalho em sua própria casa. Aos 12 anos o menino partiu para o Rio de Janeiro tentar a sorte. Trabalhou lavando e guardando carros. Foi nesta época que conheceu um guia turístico que mudou sua vida. “Ele me apresentou para a vovó Stella”. A ajuda de Stella o ajudou sair das ruas. O acesso a educação e a saúde vieram logo em seguida, junto com a chance de aprender o ofício de officeboy.
D’Avila encontrou no turismo uma oportunidade. O empresário percebeu que as agências de turismo não sabiam vender. Foi desta forma que ele fundou a Flytour, empresa especializada em serviços de viagens.
“Hoje eu tenho uma empresa, mas eu digo que elas não existem. Quem existem são as pessoas e são elas que fazem as empresas. As dificuldades indicam caminhos e em um empreendedor é fundamental isso: acreditar no que gosta e ir atrás. Não desistir nunca”, ensina o empresário.
Fonte: Estadão PME