Saga brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda, de Miriam Leitão, é um livro definitivo sobre a história econômica recente do país. Misturando análise econômica com histórias individuais de brasileiros e brasileiras, Miriam traça a trajetória da moeda no Brasil desde a hiperinflação, passando por variadas indexações, congelamentos, confisco de poupança, planos econômicos diversos. E mostra como a busca pela estabilidade monetária tornou-se elemento fundamental na construção de um caráter nacional.
“Dentro dos gabinetes dos governos e das salas das famílias, uma grande história foi vivida. Milhões de pessoas participaram da construção coletiva que não teve figurantes. Foram, todos, peças centrais de uma grande saga”, escreve Miriam.
Do descontrole inflacionário – 13,3 trilhões por cento foi a inflação acumulada nos 15 anos que antecederam o Plano Real – ao equilíbrio dos dias de hoje, algumas gerações de brasileiros sofreram enormes perdas, conheceram sucessivos planos econômicos, enfrentaram desabastecimento, aprenderam a fazer as contas mais sofisticadas para simplesmente comprar pão. O brasileiro trocou de moeda cinco vezes em oito anos, suportou agressões a seus direitos de cidadão, enfrentou filas, varou noites, perdeu renda, patrimônio e, em não poucos casos, a saúde física e emocional.
Mas também reagiu e acreditou quantas vezes foram necessárias. Miriam lança mão de sua vasta experiência jornalística aliada a uma sensibilidade ímpar para contar esta história neste livro essencial.
“Ao fazer esse registro, Miriam Leitão contribui para reativar a crença de que o Brasil pode eventualmente dar certo. Mas, diga-se ainda a seu favor que não comete o pecado da ingenuidade, do oba-obismo. Excelente jornalista que é e boa conhecedora do Brasil, ela sabe que nada é definitivo, nem mesmo a vitória alcançada, e que muitas outras batalhas ainda nos esperam até que o país possa com melhor razão orgulhar-se de si mesmo. Reavivando nossa memória do passado neste livro ela, em sua coluna diária, continua a nos alertar que também não podemos nos esquecer do futuro”, afirma José Murilo de Carvalho no texto de orelha do livro.
Fonte: Grupo Editorial Record