CEARÁ – Aprender uma profissão e poder empreender nela. Essa é a oportunidade do Querer, um projeto da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado do Ceará (Sejus) em parceria com o Sebrae-CE e Senac desenvolvido no Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Lopes. Iniciado em 2014, o Querer certifica, nesta sexta-feira (13), as internas que participaram do projeto no ano passado e apresenta as ações para 2015. O evento faz parte do programa da Semana de Conscientização dos Direitos da Mulher Encarcerada.
O Querer promove capacitações profissionais no segmento de beleza. São ofertados cursos na área de beleza, com capacitações em cabeleireira, maquiadora, depiladora e manicure/pedicure. As internas participantes também passam por palestras que visam despertar para a cultura do empreendedorismo. Os cursos ficam a cargo do Senac e as palestras sobre o empreendedorismo, do Sebrae. O trabalho das instituições segue mesmo com a saída dessas mulheres das unidades.
“O Sebrae faz uma espécie de consultoria, acompanhando o passo a passo para que elas abram sua empresa e nós temos toda uma assistência psicossocial, além de auxiliar no acesso a uma linha de crédito, intermediando o contato com o Banco do Nordeste do Brasil”, destaca a coordenadora de inclusão social do preso e do egresso da Sejus, Cristiane Gadelha.
Para o titular da Sejus, Hélio Leitão, o projeto é uma oportunidade de as internas retornarem à sociedade com condições de construírem uma vida nova. “O Querer é um bom exemplo da humanização que queremos construir no sistema penitenciário. Capacitar as internas, estimular uma vocação e ensinar a empreender serão os três primeiros passos para uma caminhada nova”, destaca Leitão.
Segundo Joaquim Cartaxo, o papel da instituição neste projeto é capacitar estas mulheres para que elas possam ter no empreendedorismo uma oportunidade para a mudança de vida. “Queremos que elas percebam que o empreendedorismo pode ser um instrumento para um novo começo na vida delas”.
Para a diretora regional do Senac/CE, Ana Cláudia Martins, a cerimônia de certificação confirma a participação do Senac como agente de transformação social. “Este será um momento ímpar para essas mulheres que acreditaram nelas mesmas e no Projeto Querer, que está oportunizando a inclusão produtiva e a sua consequente ressocialização, através da realização dos cursos de qualificação e das oficinas e consultorias. Esse momento marca uma mudança de vida, a reconquista da dignidade e da cidadania”, destaca.
O IPF – O presídio feminino tem hoje 707 internas. Para elas, são ofertadas oportunidades de capacitação profissional, educação e trabalho. Há duas fábricas instaladas, escola para jovens e adultos e diversos projetos que ensinam as internas uma atividade, possibilitando que elas saiam da unidade prisional com uma profissão e possam trilhar um caminho diferente do que as levou ao cárcere.