TOCANTINS – Edison e Aline Miyahara são donos de um sítio de sete hectares na Região Metropolitana de Palmas. Eles trabalhavam com plantas ornamentais. Como o lucro era pequeno, mudaram para as flores tropicais: alpíneas, sorvetão, bastão do imperador e helicônias.
“Com esse projeto das flores, nosso faturamento dobrou”, conta o produtor rural Edison Miyahara. O casal fez um curso de arranjos florais no Sebrae para agregar valor à plantação. Um arranjo tem quatro flores, a folhagem e o vaso. O custo fica em R$ 15 e o produto é vendido por R$ 30.
Agora os produtores têm um novo modelo de vendas: a assinatura de flores. Clientes fixos que pagam uma mensalidade pelos arranjos. As flores são trocadas uma vez por semana. E para o casal Miyahara, as assinaturas já representam 20% do faturamento. “Quem faz essas assinaturas são médicos, consultórios e empresas. Todo mês a gente tenta fazer uma coisa diferente, para não cair na rotina de sempre”, diz Edison. Eles pretendem explorar cada vez mais este nicho de mercado. O lucro já foi investido na compra de um veículo exclusivo para a entrega das flores.
Além das assinaturas, eles atendem aos pedidos de empresas que fazem decorações para casamentos. Uma delas é a de Vita Silva Barros. Ela faz até cinco festas por mês. E sempre com as flores produzidas pelo casal Myiahara. “Eles entregam no horário, têm o compromisso com a gente de nunca falhar”, garante a cliente Vita Silva Barros.
Maurício Ribeiro da Silva tem uma fazenda a 44 quilômetros do Centro de Palmas. Ele sempre plantou jabuticaba para a produção de geleias caseiras. Com o projeto do Sebrae, ele separou 1,5 hectare de terra para cultivar 92 espécies de flores tropicais. “Hoje, 85% do faturamento é das flores”, revela Maurício Silva.
O começo foi difícil. Silva passou a infância num sítio e sempre trabalhou no campo. Ele descobriu que só a experiência rural não era suficiente para tocar o novo negócio. “Você descobre que tem que aprender muito mais do que isso. Eu acredito que muitos cometem esse mesmo erro. Não adianta. Você tem que buscar um equilíbrio, senão não sai produto nem viabilidade econômica”, ensina.
O Sebrae ofereceu aos produtores consultoria financeira, cursos de gestão e também de cultivo de plantas. O empresário rural aprendeu a controlar a quantidade de água e adubo para não prejudicar o crescimento das flores.
“Nesses cursos de capacitação, nós aprendemos muito isso. A gente fica achando que é fácil cultivar. Com o curso, a gente aprende a levar a coisa de uma maneira profissional. Aprende a dosar bem adubo e água de irrigação, porque, caso contrário, não tem produção nem qualidade”, afirma
O projeto flores do Tocantins aumentou as vendas em 70%. A próxima meta é levar as espécies tropicais para clientes de outros estados e até de fora do Brasil.
Fonte : Pequenas Empresas e Grandes Negócios – TV Globo
[…] Fonte : Site Guilherme Afif […]