O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, participou hoje (15/8), na capital paulista, da Fintouch, conferência de fintechs, que são startups do setor financeiro.
Ele alertou para o risco da regulamentação dessas empresas; para Afif, isso comprometeria o seu desenvolvimento. “É o primeiro passo para impedir o crescimento das fintechs no País. As fintechs são uma ameaça ao mercado financeiro brasileiro, que é o mais concentrado do mundo; 84% do setor estão nas mãos de cinco instituições”, frisou ele.
O presidente do Sebrae disse que as fintechs são a solução para as MPEs por oferecerem crédito a custos menores do que os bancos. E que o Brasil enfrenta o momento máximo de queda dos empréstimos após a crise financeira e política nos últimos anos. “Quem financia os pequenos são os fornecedores. Eles não chegam aos bancos e, quando conseguem, é via pessoa física a taxas elevadas”, declarou Afif.
Ele criticou o patamar de spread (diferença de quanto o banco paga para captar e o quanto cobra para emprestar). “O problema não é o custo do crédito, mas o spread cobrado que, além de absurdo, demonstra o nível de concentração no País. Enquanto os Estados Unidos têm cerca de seis mil instituições de crédito, o Brasil conta apenas com cinco. As outras não contam. Para o Banco Central, é muito mais fácil regular cinco do que mil”, declarou Afif.
Em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) dia 14/8, o presidente do Sebrae aproveitou para cobrar de Paulo Rabello de Castro, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), liberação e facilitação de crédito para as MPEs. “O crédito não chega na ponta. É o que cobramos há tempo do BNDES pois 83% do universo de pequenas empresas não têm acesso ao sistema bancário e têm que se virar. Não podemos esquecer que elas representam 98% do universo de empresas no Brasil”, disse ele, na ocasião.