Nem trabalho, nem estudo: esta é a situação da chamada geração “nem nem”, formada por jovens entre 17 e 22 anos que não completaram o ensino fundamental e continuam à margem da escolaridade e do mercado de trabalho.
Levantamento do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper) com base em dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, mostra que o número de jovens com este perfil piorou nos últimos anos a níveis preocupantes. Para os especialistas, se trata de uma parcela significativa da população que está vulnerável a riscos como os de inserção precária no mercado de trabalho e envolvimento com o crime.
“Esse grupo merece atenção especial porque sua situação pode virar um problema social, à medida que sua volta para a escola ou inserção no mercado de trabalho vão ficando mais difíceis”, afirma a economista Joana Monteiro da FGV/RJ.
Pesquisadores acreditam que é preciso tornar a escola mais atraente para evitar a evasão dos jovens, e mostrar a eles que a escola traz um retorno no futuro, pois o abandono dos estudos aumenta os riscos de envolvimento com o crime.
Esta pesquisa mostra a importância de programas como o idealizado pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa, que prevê a contratação de jovens a partir dos 14 anos por pequenos negócios na condição de aprendizes. Para o ministro Guilherme Afif, a atividade complementar na micro e pequena empresa é a porta de entrada para o jovem no mercado de trabalho, evitando o envolvimento com o mundo do crime. “Assim teremos uma vigilância melhor para esses garotos que ficam na rua fora do horário da escola”, disse.
Fonte: Folha de S. Paulo