RIO GRANDE DO SUL – Fazer com que um novo negócio cresça é uma das etapas para alcançar o sucesso no mercado das micro e pequenas empresas. Depois que o empreendimento apresenta estabilidade, é preciso investir em qualificação para continuar crescendo e ser mais competitivo. Para saber mais sobre os processos de qualificação, o G1 conversou com duas empresas do Rio Grande do Sul que procuraram saídas estratégicas para ampliar seus serviços e conquistar mais mercados.
A família Massarotto veste crianças e adolescentes há 16 anos. O que começou da vontade de fazer um curso de costura para incrementar o orçamento de casa hoje é o sustento da família de Flores da Cunhax, na Serra do Rio Grande do Sul.
No início, a matéria-prima era comprada pronta, e os funcionários faziam os acabamentos das peças. Há sete anos, porém, eles decidiram fabricar as próprias malhas. Além de investir em maquinário, foi necessário ainda dominar a tecnologia. A alternativa encontrada foi fazer uma parceira com a empresa fornecedora dos equipamentos.
Através de uma negociação, a família conseguiu comprar as máquinas e também receber assistência para desenvolver o design das malhas. Foi nesta época que a participação dos dois filhos de Idalina e José Massarotto passou a ser decisiva.
“Para introduzir tecnologia dentro da empresa foi preciso o apoio dos filhos pois não tinha como fazer sem eles. Então eles acabaram vindo e gostando da ideia. Hoje, eles que estão tocando a empresa”, conta o empresário José Massarotto.
Igor e Gustavo trouxeram novas ideias e renovação como, por exemplo, uma coleção de verão, que foi algo inédito na história da empresa. Com a chegada dos irmãos, a produção da malharia passou de oito mil peças para 40 mil, e a marca já é comercializada também em Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Segundo Igor, o caminho para se manter competitivo e sempre crescendo foi fazer a família apostar em cursos de qualificação e consultorias. “A gente vem em um processo de transformação muito intenso nos últimos dois anos. Tanto que a nossa produção e o nosso quadro de funcionários triplicaram nesse período. Há um trabalho por trás, que é a busca pela qualificação constante, pela inovação constante. Isso acontece todos os dias. Se a gente parar no tempo, o crescimento não acontece da forma que a gente espera”, diz Igor Massarotto.
Apenas no ano passado foram oito cursos, além de viagens para conhecer grandes malharias no centro do país. “O empresário que fica dentro da própria empresa não enxerga o mundo lá fora. Ele tem que visitar empresas e tem que ser olheiro do mercado, caso contrário ele não suporta a concorrência”, explica o patriarca.
Outro exemplo de microempresa que procurou se qualificar é de Porto Alegre. Especializada na fabricação de divisórias, persianas e tapumes, a Divitec percebeu que precisava investir na gestão de pessoas com o passar dos anos. Os proprietários fizeram um curso no Sebrae/RS, entenderam melhor como funcionava o processo de seleção de funcionários e começaram a valorizar mais a equipe.
“Começamos faz mais de 20 anos. No início trabalhávamos com nosso pai, que tinha apenas uma caixinha de ferramentas e uma serra. Conforme o tempo foi passando, fomos contratando mais pessoas para trabalhar e sentíamos deficiência na gestão de pessoas e financeira administrativa. Então procuramos cursos do Sebrae-RS para poder nos moldarmos ao mercado de trabalho. Você precisa ter essa organização para crescer, para conseguir mais clientes e conseguir profissionalizar o trabalho”, a coordenadora de pessoal da empresa, Maria Cristina Machado da Silva.
Fonte: G1