Com a falta de gestão sendo uma das principais responsáveis pela mortalidade de 27% das empresas no primeiro ano de existência, os microempreendedores que não dispõem de recursos para sustentar departamentos especializados em finanças ou tributação vêm buscando orientação em consultorias e instituições financeiras sobre como operacionalizar seus negócios.
Segundo João Carlos Natal, consultor financeiro do Sebrae-SP, a mortalidade das empresas no estado de São Paulo chega a 58% em até cinco anos quando não há gestão ou orientação financeira adequada. A principal causa da mortalidade, segundo ele, é o desconhecimento de como se forma o preço de venda do produto ou do serviço. “A maioria joga o valor de mercado, sem ter conhecimento de seus custos.”
O consultor esclarece ainda que outro erro recorrente é misturar as finanças da pessoa jurídica com as da física. “É preciso separar as despesas. Não se pode enxergar a empresa como salário”, diz. Por isso, é prudente que o empreendedor, ao iniciar um negócio, tenha uma poupança para sua sobrevivência nos primeiros dois anos da empreitada.
Os empresários também buscam orientação em bancos. Neste universo, é fundamental que a instituição financeira disponha de um portfólio completo de produtos para atender à necessidade do cliente. Gerentes bem preparados e a adoção de sistemas de internet banking da pessoa jurídica, que facilitam desde a consulta do saldo até a contratação do crédito, também ajudam na orientação dos pequenos empresários.
“Normalmente, o micro e pequeno empresário demanda o banco porque precisa de crédito. Implicitamente, no entanto, vem também a demanda por orientação. O sujeito é um empreendedor. Tem uma boa ideia e um bom produto. Procura alguém para apoiá-lo no projeto”, diz Luiz Henrique Camarotti, superintendente-executivo de varejo do Bradesco.
Fonte: Valor Econômico