Microempresários sem capital para investir nem avalista ou fiador encontram cada vez mais no microcrédito uma oportunidade para alavancar seus negócios, principalmente em regiões onde a população de baixa renda tem pouco acesso a crédito e contas bancárias. Segundo o IBGE, entre janeiro e agosto deste ano o volume financiado no País foi de R$ 5,4 bilhões – valor 46% maior que o mesmo período de 2012, de acordo com o Banco Central.
Contribuiu para essa ampliação a procura dos negativados ou informais por entidades mais maleáveis que as grandes instituições financeiras. De acordo com o Data Popular, 39,5% da população paulista a partir de 18 anos sem acesso a contas bancárias buscou ajuda em entidades que disponibilizam o microcrédito, como o Banco do Povo. O recurso garante o capital de giro de artesãos, revendedores, cabeleireiros, tapeceiros, marceneiros e comerciantes que pagam juros mensais de até 4% – limite estabelecido para a linha de crédito.
O microcrédito também é uma chance de recomeço para empreendedores informais que faliram e autônomos inadimplentes, quadro comum nas regiões periféricas. Mas apesar de aceitar pessoas que estejam com o nome sujo na praça, as entidades só emprestam valores entre R$ 300 e R$ 15 mil, com o único objetivo de empreender. “Quem está com o nome sujo pode obter o crédito, mas não para limpar o nome. Sair do vermelho dependerá dos resultados da empresa”, explica o presidente da Associação Brasileira de Entidades Operadores de Microcrédito e Microfinanças (Abcred).
Fonte: Economia IG