Vivemos um momento de transformações no Brasil. Somos um país ainda em formação. Uma nação jovem, que busca sedimentar suas instituições. Nos últimos anos, assistimos a mudanças na economia do país e, principalmente, na política. No momento, um importante capítulo da nossa história está sendo escrito, que é o julgamento – pelo Supremo Tribunal Federal – da cúpula do PT durante o governo Lula.
Condenação é um fato triste, não se deve comemorar, mas é um alerta para a ação. Precisamos atacar as causas que levaram aos atos criminosos. A condenação é o efeito. E o que gera e facilita alguns comportamentos como desvio de dinheiro público e corrupção é o sistema de representação política vigente hoje no Brasil. Portanto, a chave para evitarmos episódios como esse é mudar o atual sistema.
Temos que analisar a fundo a própria estrutura das campanhas políticas para evitar que práticas como o “caixa 2” e a obtenção de dinheiro de outras fontes estejam permanentemente à disposição dos personagens políticos.
Então, por que não usarmos o resultado do processo do Mensalão para deflagrar imediatamente, em todo o país, uma ampla campanha pelo voto distrital?
Tenho uma opinião, que também é o ponto de vista do Partido Social Democrático, que ajudei a criar. Isso está nas diretrizes do PSD. Estou falando da defesa intransigente do voto distrital.
O voto distrital aproxima o eleitor do político eleito e incentiva o cidadão a fiscalizar, cobrar e a participar ativamente da política em seu município.
Hoje, dificilmente o Congresso Nacional aprovaria esse projeto. Por isso, é preciso que haja um movimento pela convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva e pelo voto distrital. E este processo pode ser feito na rua, como aconteceu com a Lei da Ficha Limpa – que nasceu exatamente de uma mobilização, de uma pressão da sociedade.
No entanto, note-se que, antes desse processo, é importante realizar um plebiscito para o funcionamento da Constituinte, com definições claras para evitar outras alterações na estrutura jurídica do país.
Esse é o momento da virada, é a hora de mudarmos os rumos da política brasileira, e não de comemorarmos a prisão de quem quer que seja. O STF acaba de lancetar tumores que estavam comprometendo a saúde da política brasileira. Agora, precisamos agir para curar esta doença. Outros tumores virão, se o atual sistema político for mantido. Está mais do que na hora de mudar. Comecemos pelo voto distrital.
Concordo em gênero, número e grau. Acredito que o senhor poderia liderar essa mobilização, até para que a população possa entender o conceito de “voto distrital”. Conte comigo e um grande abraço.