O Microempreendedor Individual (MEI) alcançou, em 2017, a marca de sete milhões de negócios formalizados. Este é um crescimento médio de 20% ao ano nos últimos quatro anos, de acordo com um levantamento realizado pelo Sebrae. Uma pesquisa feita com 10.328 microempreendedores entre fevereiro e abril revelou que 77% deles têm a atividade como sua única fonte de renda.
Apesar da situação econômica atual, 46% dos entrevistados esperam faturar mais de R$ 60 mil nos próximos anos.
Presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos acredita que os números impressionantes significam o resultado de uma busca dos empreendedores por inclusão social, econômica e previdenciária, já que o microempreendedor individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio doença e aposentadoria, entre outros:
— Os inscritos no programa são o dobro da população do Uruguai. É uma chance das pessoas se formalizarem sem medo. Esperamos um crescimento de um milhão de cadastrados por ano até alcançar uma marca de 10 a 12 milhões de MEI.
O presidente do Sebrae destaca também que 44% dos MEI empreendem em casa:
— Isso mostra que a atividade empreendedora concilia a oportunidade econômica com os cuidados com a família, principalmente no caso das empreendedoras mulheres.
O levantamento destacou também que 78% dos pequenos empresários afirmam que a formalização como MEI contribuiu para que passassem a vender mais e 74% dos empresários revelaram que a formalização propiciou melhores condições de compra.
Shirley Viana, de 37 anos, é uma das microempreendedoras que percebem a diferença. Apesar de ter criado a marca Artezanato da Vovó para vender produtos personalizados (como blusas, copos e canecas) em 2010, ela se formalizou como MEI apenas em novembro do ano passado:
— Eu participei de um evento e um representante do Sebrae me explicou a importância da regulamentação. As vendas cresceram muito nesses meses, porque passei a emitir notas fiscais e a fornecer meus produtos também para empresas.
A artesã disse que, graças à formalização, o faturamento aumentou:
— As vendas nos eventos e redes sociais eram apenas um complemento da renda do meu marido, André, mas agora o meu negócio ganhou mais espaço. Até para pedir autorização para a prefeitura para participar de eventos na rua, como feiras de artesanato, ficou mais fácil.
Aprovação de 72% dos participantes
A pesquisa do Sebrae também revelou que 72% dos microempreendedores individuais recomendam o registro como MEI. Isso significa que, se o MEI fosse uma marca, teria um índice de recomendação superior a de grandes companhias internacionais como: Amazon (71%), Facebook (65%), Google (63%) ou Netflix (50%).
Viviane Cunha de Lima, 37 anos, é uma das pessoas que aprova a modalidade. A carioca mora em São Paulo e trocou o mundo corporativo pelo empreendedorismo. Depois de perder o emprego na área comercial de uma empresa, começou a vender sapatos e bolsas para amigas e parentes, em novembro de 2015. Em agosto de 2016, se formalizou como empreendedora e lançou a “Só mais um shoes”, um trailer onde vende sapatos e bolsas, cada dia em um lugar:
— Somos uma loja itinerante, então o fato de ser MEI e emitir nota fiscal dá mais segurança para os clientes. Isso é muito vantajoso para a gente.
Fonte: O Globo Online