CEARÁ – O empreendedorismo, o trabalho por conta própria, tornou-se um modelo de inserção social e econômica que tem se destacado neste município. Diversos jovens empreendedores não têm medo de arriscar, possuem capacidade de gestão, liderança e estão inseridos numa crescente parcela de itatirenses que amam o trabalho que fazem. Apesar de habitarem em uma região pouca desenvolvida, no Sertão Central, eles faturam entre 2 mil e 30 mil reais mensais. O município de 20 mil habitantes ficou pequeno e, fronteiras, pelo menos no mundo dos negócios, não existem.
O distrito de Lagoa do Mato concentra a maioria dos jovens investidores. Antonio Francisco Pinheiro Batista, 27, começou a trabalhar por conta própria aos 17 anos vendendo CD´s de bandas de forró na porta da escola. Dois anos depois, comprou uma bicicleta e passou a oferecer seus produtos nas ruas. Com o faturamento, oito meses depois comprou uma moto a vista por 4,5 mil reais e expandiu sua atuação vendendo em comunidades da zona rural. “Meus pais reclamavam que eu trabalhava demais. Mas eu gosto do que faço”, diz Antonio, que alugou um ponto no Centro da cidade e atualmente possui seis funcionários que atendem cerca de 70 clientes diariamente. “É preciso ter coragem para trabalhar. Passei por muitas dificuldades, mas nunca pensei em desistir”, lembra.
Próximo à loja de Antonio, outro jovem itatirense leva adiante uma microempresa. Daniyye´l Felipe, 24, decidiu abrir o próprio negocio assim que saiu da faculdade quando tinha vinte anos. Formado em Ciência da Computação, ele sempre gostou de atuar na área.
“As pessoas acham ruim a vida no interior porque todos os habitantes se conhecem, mas essa peculiaridade é vantajosa para os empresários porque as cidades pequenas popularizam a empresa com maior rapidez”, diz Daniyye´l que largou um emprego numa firma em Fortaleza para abrir uma gráfica em Lagoa do Mato. O prédio atual, no Centro, atende uma média de 50 clientes diariamente, movimentando cerca de 20 mil reais por mês.
Na rua ao lado, mais um itatirense ganha a vida sendo o próprio padrão. Jerry Chaves, 24, começou como empresário aos 19 anos. Hoje sua microempresa emprega 3 funcionários e atende cerca de 50 pessoas diariamente. O rendimento chega a 5 mil reais por mês. Com o dinheiro do próprio negocio comprou uma moto e pagou a faculdade. No começo, ele pediu ajuda da família para comprar dois computadores onde fazia digitação de trabalhos escolares, pesquisas para universitários e produção de animações computadorizadas. Com o crescimento, alugou um prédio no Centro, ampliou os serviços e produtos oferecidos e passou a ganhar mais.
Fonte: Diário do Nordeste