BRASÍLIA – Para facilitar o acesso ao crédito durante a crise, o governo estuda reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo um técnico da equipe econômica, a ideia é acabar com o adicional de 0,38% nos empréstimos para pessoas físicas e jurídicas.
O aumento do IOF foi uma medida adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para compensar a perda na arrecadação com o fim da CPMF, em janeiro de 2008.
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Na ocasião, o IOF nas operações de crédito pra pessoa física, passou 0,0041% por dia para 0,0082% por dia. Na prática, o encargo subiu de 1,5% ao ano para 3%. No caso das empresas, a alíquota 1,5% ganhou acréscimo de 0,38%.
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A medida vai reduzir o custo dos empréstimos, disse uma fonte a par das negociações . Deverá ser anunciada no início desta semana via decreto presidencial.
Na avaliação de técnicos da equipe econômica, a alta do IOF acaba anulando os efeitos da queda na taxa básica de juros, a Selic, que está em 3,75% ao ano.
Para o economista da Associação Brasileira dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, o fim do adicional do IOF é uma medida positiva porque ela corrige uma “anomalia” e ajuda a reduzir o custo efetivo total dos empréstimos.
Oliveira destacou que diante do aumento do risco, alta no desemprego e perda na renda das famílias, os bancos continuarão resistentes a emprestar, principalmente os privados por medo da inadimplência. Contudo, a medida surtirá efeito aos poucos, “naturalmente”, avaliou.
– A medida reduz o custo do crédito para pessoas físicas e empresas – afirmou Oliveira.
Fonte: Jornal O Globo