“Google do Emprego” entra no ar hoje

12 de novembro de 2008
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secretario_emprega7Com a perspectiva de recolocar no mercado de trabalho um milhão de profissionais nos próximos três anos, o Estado coloca ar hoje o Google do Emprego, portal gratuito de internet que conectará candidatos a vagas com empregadores de todo o território paulista. A nova ferramenta funcionará como um extenso banco de currículo e usará torpedos via telefones celulares para informar os cadastrados sobre as ofertas de oportunidades que se enquadram em seu perfil

Em entrevista à Associação Paulista de Jornais (APJ), da qual o Jornal de Limeira faz parte, o secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos, detalha o funcionamento do programa denominado Emprega São Paulo, e aposta que o modelo será reproduzido em outros Estados.

Em fase experimental há duas semanas, o portal já foi responsável pela inserção de 11,5 mil candidatos em novos postos de trabalho. Já em sua largada, o Emprega São Paulo (www.empregasaopaulo.sp.gov.br) contará com 201.500 opções de emprego e absorverá, automaticamente, os profissionais fichados nas unidades do Posto de Apoio ao Trabalhador (PAT).

 

O Emprega São Paulo será uma ponte eficiente entre o empregador e as pessoas que estão buscando colocação no mercado?

Em todos os níveis. Na verdade, é um instrumento de fortalecimento do mercado de trabalho. Qualquer pessoa, inclusive as empregadas, pode cadastrar seu currículo lá. Amanhã, se começarem a procurar um profissional com este perfil, imediatamente você vai poder aferir a quantas anda seu potencial dentro do mercado.

Quais dados serão exigidos para o cadastramento?

Há todo um padrão para entrar. Se você não fornece as informações exigidas não prossegue.

Do ponto de vista do empregador, é uma ferramenta segura para este rastreamento de perfis de profissionais?

Na verdade, fizemos um entendimento com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) para desenvolver o portal a partir das necessidades dos profissionais de RH que trabalham nas empresas. Temos que ter foco no cliente. Qual o ponto de vista deles e as necessidades deles no processo de busca. Foi assim que estabelecemos uma parceria com eles. Eles participaram ativamente na confecção dos conceitos que estão no portal

Os currículos cadastrados no PAT vão migrar automaticamente para o portal?

Sim, já estão. Estamos com 201.500 vagas cadastradas no sistema. Ofertas de emprego. E todos os candidatos a possíveis vagas cadastradas no PAT já estão inseridos no sistema. O sistema está trabalhando experimentalmente e já fizemos a intermediação de 11,5 mil profissionais colocados. Então já percebemos que o sistema funciona.

Há um limite de tráfego de informação neste portal?

Estamos tomando cuidado para não afobar na saída. A partir de janeiro e fevereiro, faremos uma campanha na televisão que vai dar mais publicidade. Até lá usaremos mais os profissionais da área, as empresas, os canais de comunicação convencionais, o boca a boca. Mas nossa capacidade é de armazenamento de seis a sete milhões de pessoas.

Há metas de recolocação de profissionais?

É difícil trabalhar com metas num mercado instável. Se você tem um mercado crescendo a 5% ao ano, você tem uma oferta de vagas acima da média. Agora, num momento de instabilidade… Eu sei que vai ser muito mais do que o nosso sistema manual. Agora, estabelecer efetivamente uma meta é difícil. Em 10 anos, colocamos um milhão de pessoas. Com este sistema, vamos colocar um milhão de pessoas em três anos.

E a vocação dos PATs, sofre alguma mudança?

Os PATs continuam pagando o seguro-desemprego que é um instrumento precioso para qualificação. Neste período em que o sujeito está desempregado, ele precisa estudar, buscar qualificação. O segundo ponto é que vamos multiplicar o número de PATs. Porque para acessar o sistema, você conectar da sua casa, de um cybercafé. O terceiro ponto é a resposta. Quando ele, como profissional, está sendo procurado, percebemos que a resposta por e-mail é pequena. Ele não tem costume de acessar, mesmo que tenha um e-mail inscrito, pois a exclusão digital ainda é grande. Em compensação, a grande maioria tem celular, mesmo que seja pré-pago. Então optamos pelo torpedo. Então, além do e-mail, o sistema cadastra um celular e emite um torpedo informando sobre a vaga

Podemos dizer que será um mecanismo diferenciado dos existentes, especialmente os pagos?

Não temos a mínima intenção de competir. Nossa intenção é prestar serviço público e gratuito. Os portais pagos terão que ser infinitamente melhores que os nossos. Para justificar o fato de um serviço pago. Isso vai servir para aumentar a competitividade, claro. Vamos prestar um serviço de altíssimo nível e gratuito.

O próprio sistema elabora o currículo para os candidatos?

Sim, você terminou seu cadastro, automaticamente você te devolve um serviço, que é um currículo bem feito. Na hora, você imprime o seu currículo se quiser.

O diagnóstico das Caravanas do Trabalho ajudou na elaboração do sistema?

A partir do diagnóstico, fizemos o calendário de cursos de qualificação. Este ano, foram ofertadas 30 mil vagas. No ano que vem, salta para 60 mil. E estas vagas vão ser preenchidas a partir da oferta e da procura do Emprega São Paulo. Ele vai demonstrar onde estão sendo oferecidas vagas que o mercado não está preenchendo por falta de profissionais qualificados. Portanto, ele vai atualizar, em tempo real, aquela pesquisa inicial. A partir de agora, a atualização passa a ser feita dentro do próprio sistema

O sr. acredita que o Estado tem hoje um bom arsenal para que o desempregado possa se reposicionar no mercado?

Estamos dando todos os instrumentos. O resto é questão de mercado. Porque ai eu não posso influir no desempenho da economia. Mas que este instrumento melhora muito as condições de empregabilidade, não há a menor dúvida.

 

 

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