SÃO PAULO – Desde 1996, quando deixou sua cidade natal no Piauí, Jenival de Carvalho Oliveira passou por vários empregos. Trabalhou em uma distribuidora de alimentos, em um bar, foi padeiro e também camelô. Só conseguiu estabilidade em 2002, ao ser contratado por um restaurante como lavador de copos.
Nesses 12 anos, Oliveira passou a garçom, gerente e, no início de agosto, tornou-se dono do próprio restaurante, o G de João, na zona leste da capital. O estabelecimento é especializado na culinária nordestina e foi aberto em sociedade com os antigos patrões: Sérgio Cardoso, 53, e Carlos Perregil, 55.
Os ex-chefes são donos de dez estabelecimentos, entre eles o restaurante japonês Nahoe e o Bar Jordão. Foram eles os investidores do novo negócio e Oliveira é quem comanda o dia a dia da empresa. “Fui eu quem sugeri a abertura do negócio e encontrei o ponto comercial. Eles entraram com o capital, e o lucro é dividido entre todos”, diz.
Por comandar o negócio, Oliveira fica com uma parte proporcionalmente maior do lucro, afirma. O valor de investimento e a participação de cada sócio no lucro não foram divulgados.
Entre os pratos servidos no G de João estão: arrumadinho, baião de dois, sarapatel, caldo de mocotó e dobradinha. Os preços variam de R$ 26 a R$ 40, dependendo do pedido.
Segundo Oliveira, nos finais de semana, são atendidos entre cem e 200 clientes por dia.
O antigo patrão, Sérgio Cardoso, conta que o então funcionário era bastante proativo e vestia a camisa da empresa. “Ele também é muito carismático, chama o cliente pelo nome e consegue cativá-lo com facilidade. O mérito por se tornar sócio do restaurante é todo dele”, declara. Ele bancou um supletivo para Oliveira, que havia abandonado a escola na sexta série, e um curso de gestão de negócios. “Quando você vira patrão, a responsabilidade aumenta. Há dias em que trabalho mais de 12 horas e, além das contas de casa, tenho as da empresa para pagar”, diz.
Fonte: Economia UOL