Brasília – Setor que atrai um público cada vez mais sedento por sabores diferenciados, as microcervejarias artesanais foram alvo de um estudo do Sebrae que identifica oportunidades e características desse ramo de atuação. O levantamento inclui orientações e aspectos do processo produtivo, maquinário, embalagens e exemplos de boas práticas. A partir de 2018, essas empresas poderão ser incluídas entre as beneficiadas pelo Simples Nacional, um regime que garante tratamento tributário diferenciado para pequenos negócios.
A inclusão desse segmento no Simples foi garantida com a Lei Complementar nº 155/2016, sancionada em outubro e mais conhecida como Crescer sem Medo. “Quem se preparar para atender seu público com mais qualidade e produtos diferenciados estará preparado para crescer muito mais no mercado, aproveitando uma tendência mundial de interesse por esses produtos”, destaca o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
O Brasil é um dos maiores consumidores de cerveja do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. De acordo com o Sistema de Controle de Produção de Bebidas da Receita Federal (Sicobe), de 2005 a 2014, a produção nacional de cerveja cresceu 64%. Apesar disso, as microcervejarias representam apenas 1% da produção total do setor cervejeiro do Brasil, segundo os últimos dados da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), de 2014. De acordo com o Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, as micro e pequenas empresas representam mais de 90% das 726 fabricantes de cervejas e chopes e geram apenas 6% dos 35.550 empregos do segmento – o que mostra o potencial de crescimento dos pequenos negócios dessa atividade.
Dicas do estudo
– O que diferencia um produto do outro é basicamente o tipo de ingrediente selecionado. Além dos ingredientes obrigatórios, definidos em decreto, pode-se agregar uma lista infinita de outras opções, que conferem sabor, aroma e características específicas à bebida.
– Para inovar nesse segmento, os fabricantes de cervejas artesanais priorizam a qualidade dos ingredientes e investem em insumos locais, promovendo a identidade do produto final e fortalecendo a região em que estão instalados.
– As garrafas de vidro são quase unanimidade quando se fala de embalagem de cerveja, especialmente as de cor escura. Porém, há profissionais que defendem o uso das latas para envazar o líquido, pois elas podem ser recicladas com mais facilidade e impedem a passagem de luz.
– A pasteurização não é tão comum em cervejarias artesanais, não sendo uma etapa obrigatória, pois depende do estilo de produção e do local onde será distribuída a cerveja. É importante ressaltar que, caso não seja pasteurizado, o prazo de validade será menor e a cerveja deverá se manter refrigerada.
– A cerveja exige cuidados de transporte, armazenamento e distribuição, em especial quando será vendida em uma cidade diferente da que foi produzida. A cerveja artesanal requer atenção redobrada nessas etapas, para evitar danos ao produto.
– Investir em rótulos é estratégico, pois eles costumam ser o primeiro contato visual do consumidor com o produto e ainda contribuem para diferenciar um fabricante do outro em uma gôndola.
– A participação em feiras e festivais do segmento é importante para ajudar a microcervejaria a posicionar sua marca.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias