Milhares de estrangeiros estão desembarcando no Brasil em busca de melhores condições de vida e emprego. No país, o número de autorizações de trabalho, temporárias e permanentes, saltou de 43 mil para 70 mil em três anos. Desde 2010, 550 mil novos imigrantes estabeleceram residência no país, fugindo da crise e do desemprego em seus países de origem.
Enquanto isso, o Brasil enfrenta a escassez de mão de obra qualificada necessária para os eventos esportivos de 2014 e 2016, principalmente em áreas como engenharia e nos setores financeiro, tecnologia da informação e obras de infraestrutura e construção civil. Hoje, a maior demanda de profissionais é na área de petróleo.
De acordo com especialistas, o déficit de mão de obra obriga as empresas a buscar cada vez mais funcionários no exterior. “Em cinco anos, a expectativa é que vamos precisar de 300 mil trabalhadores nessa área, e teremos formado apenas a metade. Boa parte das vagas restantes deve ser preenchida com mão de obra estrangeira”, diz José Tadeu da Silva, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia.
Um dos motivos para a importação de profissionais qualificados é a má qualidade de muitas faculdades: “Além do número insuficiente de profissionais sendo formados, a qualificação dos engenheiros diplomados em faculdades de segunda linha é insatisfatória. Por isso, dá-se preferência a um engenheiro formado em uma escola mediana na França, por exemplo”, diz Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral.
“É notória a falta de engenheiros na produção industrial, na construção civil e nas obras públicas. A solução a curto prazo pode ser a importação de profissionais, mas precisamos pensar nisso como parte de um projeto amplo de desenvolvimento”, disse Afif em seu artigo mais recente.
Fonte: Veja