São Paulo – Fabricar réplicas de ossos humanos e de animais é o negócio da Nacional Ossos, em Jaú (287 km a noroeste de São Paulo). As peças são feitas de poliuretano –uma resina mineral utilizada na fabricação de plásticos e espumas. É o mesmo material usado na produção de pranchas de surfe, por exemplo.
A empresa faturou R$ 3 milhões em 2013, alta de 50% em relação ao ano anterior, quando atingiu R$ 2 milhões, segundo a sócia da empresa Fabiana Franceschi. Para 2014, a meta é manter o crescimento de 50%.
Atualmente, a companhia exporta seus produtos para 35 países, entre eles, Alemanha, Espanha, Estados Unidos, Irlanda do Norte, Israel e Itália. Os principais clientes do negócio são instituições de ensino na área de saúde, indústrias ortopédicas e consultórios médicos e odontológicos.
Fabiana diz que esses ossos são usados em treinamentos e demonstrações de técnicas cirúrgicas e não podem ser implantados em pessoas ou animais. “Em uma aula de ortopedia, por exemplo, é possível usar 20 ossos de pés artificiais para os alunos treinarem uma cirurgia. E nem sempre a instituição dispõe desta mesma quantidade de ossos humanos.”
As universidades dependem de doações para usar ossos naturais nas aulas e o acesso a peças anatômicas está cada vez mais difícil, segundo a Sociedade Brasileira de Anatomia.
A companhia também produz ossos em acrílico. “Alguns cirurgiões precisam enxergar dentro do osso para treinar certos procedimentos cirúrgicos”, diz a empresária. O preço do acrílico, porém, é quatro vezes maior do que o osso de poliuretano, de acordo com a sócia do negócio.
Fabiana afirma que são produzidas 5.000 peças por mês, sendo mil mandíbulas e mil fêmures. A produção de crânios chega a 200 unidades mensalmente. O valor médio de cada compra é de R$ 50. As vendas são realizadas pelo site da empresa ou por uma equipe interna que agenda visitas e vai até o cliente.
A ideia de negócio surgiu em 1995, quando Franceschi e o sócio Paulo Costa e Silva Filho, 42, faziam pesquisas com fibra de vidro e poliuretano para serem usados em barcos de turismo. Foi aí que o dono de uma indústria de equipamentos ortopédicos pediu para que eles fizessem um fêmur sintético.
Os sócios aceitaram o pedido e, com a ajuda de laboratórios de anatomia de algumas faculdades, desenvolveram o produto. “Fazíamos uma espécie de permuta com as faculdades. Eles nos ajudavam a produzir e nós doávamos parte da produção para eles”, diz Silva Filho.
A partir daí, os sócios passaram a visitar potenciais clientes para apresentar o produto. Em 2004, a empresa começou a exportar. “Médicos que participavam de treinamentos e cursos no exterior levavam os nossos ossos para fazer suas apresentações ou usar como modelos durante as aulas. Com isso, acabavam divulgando nosso produto”, afirma Franceschi.
A empresária diz que, com isso, resolveu intensificar o esforço na exportação. Contratou funcionários focados apenas nas vendas para fora do país e, hoje, o mercado externo representa 10% da receita do negócio.
Fonte : UOL