São Paulo – Não há futuro para a indústria brasileira fora da inovação. Essa foi a mensagem que deu o tom dos discursos de abertura do 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, que acontece em São Paulo até quarta-feira (28). Para as lideranças empresariais presentes ao evento, a nova revolução industrial que está em curso no mundo ameaça a frágil competitividade da economia brasileira. E, nesse contexto, a iniciativa privada tem o papel primordial de liderar o processo em busca de criar as condições necessárias para que a inovação esteja acessível a todas às empresas.
Uma iniciativa do Sebrae e da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o congresso é o mais importante fórum de debate desse tema no país. Durante dois dias, empresários, autoridades, pesquisadores e especialistas nacionais e internacionais vão discutir os rumos da inovação na indústria no Brasil. O tema do evento, nesta edição, é “Inovar é agregar valor”.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, o congresso é uma demonstração de força da sociedade brasileira. “A inovação vem da criatividade das pessoas. E hoje, essas pessoas para poderem criar, precisam estar em um ambiente favorável, sem carregar nas costas os encargos de uma burocracia paralisante que nós temos hoje no nosso país. Nós temos que estabelecer um ambiente favorável e não hostil para quem quer empreender”, destaca. Nesse contexto, de acordo com Guilherme Afif, o papel das micro e pequenas empresas é fundamental. “Por isso o Sebrae está investindo, em 2017, cerca de R$ 350 milhões em inovação, o que representa 35% do orçamento da instituição. Estamos lutando para criar um ambiente de negócios onde os investidores não tenham medo de investir nos pequenos negócios, que é onde está o cerne da inovação”, acrescenta o presidente do Sebrae.
Segundo o vice-presidente da CNI, Paulo Afonso Ferreira, a economia brasileira registrou uma perda significativa da relevância da indústria no PIB, nas últimas décadas. Em 30 anos, a participação do setor no PIB caiu de 22% (1985) para 11,4% (2016). “Ainda assim, a indústria é de fundamental importância para o País. Nós contribuímos com R$ 1,2 trilhão para a economia, empregamos 10,5 milhões de trabalhadores, respondemos por mais da metade das exportações brasileiras e dois terços de todos os investimentos da inciativa privada em pesquisa e desenvolvimento”, ressalta Paulo Afonso. Nesse contexto, afirma, a inovação é um requisito primordial para se alcançar uma economia competitiva, próspera e sustentável. “Inovar é a mola mestra para estimular o desenvolvimento das atividades econômicas”, ressalta. Ainda segundo o vice-presidente da CNI, é necessário criar mecanismos de estímulo à inovação e à desoneração do processo produtivo. “Nesse cenário, a inovação precisa ser a obsessão das empresas brasileiras. Não podemos nos acomodar, nem esmorecer. A indústria confia que as instituições e a sociedade encontrarão as soluções para superar essas novas adversidades”, complementa Paulo Afonso.
Para Paulo Rabello, presidente do BNDES, o país precisa se reciclar. O banco que, segundo ele, é casado com a inovação desde sua origem ( há 65 anos), busca estar sintonizado com as novas demandas da economia. “A inovação tem que se pagar, tem que ser rentável e tem que se propagar. Principalmente para combater a chaga do desemprego no Brasil”, destaca.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias