O primeiro passo para a elaboração de um projeto do PSD para a Nação foi dado na manhã desta segunda-feira, com o início do ciclo de seminários que pretende debater ideias e propostas para a formulação do programa do partido.
O evento “Brasil: uma visão estratégica” abordou a cultura brasileira, o potencial de nossa economia e os caminhos a serem percorridos para uma inserção competitiva no cenário internacional.
Afif abriu o seminário lembrando que a primeira bandeira do partido havia sido recém aprovada: a transparência tributária, com a sanção do projeto do imposto na nota pela presidenta Dilma. “A consciência da cidadania nasce com essa bandeira”, enfatizou.
Cultura e educação andam juntas
Perguntados sobre como a cultura brasileira pode ajudar no desenvolvimento do país, os participantes registraram a importância da economia criativa e das leis de incentivo à cultura no cenário nacional.
O diretor do SESC-SP, Danilo Miranda, que pertence ao Conselho de Cultura do Espaço Democrático, afirmou que é preciso lembrar que a cultura está viva e presente em tudo o que fazemos: “Estamos todos envolvidos em um processo permanente de criação. E isso, numa perspectiva administrativa, significa democratizar o acesso às manifestações culturais mais diversas, criando conexões entre o público e o privado para isso, além de desenvolver e modernizar leis de fomento cultural”. Ele também disse que a diversidade da cultura brasileira precisa ser transformada em algo que enriqueça nosso país, no campo material e imaterial: “É vital levar isso para uma política pública”, enfatizou.
Os participantes também lembraram que a primeira relação a ser feita é entre cultura e educação como duas facetas de uma mesma realidade. Danilo Miranda endossou que só teremos condições de uma reforma em todas as áreas se a cultura estiver integrada a esse processo, em transformação conjunta. “A questão da cultura será muito mais resolvida no país quando for trabalhada em conjunto com o Ministério da Educação”, disse ele.
Para Afif, educação e cultura devem andar juntas: “Educação é um processo permanente, e seu papel é formar consumidores de cultura”, disse ele. “Cultura é muito mais do que arte; ela também envolve a cultura do pagador de impostos. O povo está deixando de ser súdito e está se transformando em cidadão, e isso também é uma transformação cultural”.
O Brasil no mundo
Ao abordar a cultura brasileira no cenário internacional, o cientista político Rubens Figueiredo ressaltou que o país precisa consolidar sua liderança no continente e mostrar para o mundo sua diversidade cultural: “Devemos transformar a riqueza da nossa cultura em benefícios para toda a população, através de produtos que possam enriquecer ainda mais o nosso país”, enfatizou.
O professor Roberto Macedo, Coordenador dos Conselhos Temáticos do Espaço Democrático, analisou os aspectos econômicos do crescimento do país e concluiu que o Brasil está crescendo muito menos do que deveria. Para ele, isso se deve em parte às más condições de nossa infraestrutura. “Precisamos trazer investidores externos que tragam capital de risco”, disse ele. Para Roberto Macedo, é preciso estabilizar o crescimento adotando uma política para este fim, com educação, treinamento de mão de obra, e investimento na indústria e infraestrutura. Ele também destacou a importância das PPPs para este objetivo.
Já para o embaixador e ex-ministro da Indústria e Comércio José Botafogo Gonçalves, o futuro do Brasil será essencialmente o de fornecedor de alimentos, ainda que o país não esteja desenvolvendo suas potencialidades no hemisfério. “Precisamos incorporar os países andinos, principalmente Peru, Colômbia e Chile. Na Ásia, a China é o grande desafio e a grande oportunidade”.
Durante o seminário foi feita por telefone a enquete “O que atrapalha mais o desenvolvimento do Brasil?”, em que 54% dos participantes apontaram a corrupção como sendo o maior problema nacional.
O vídeo do seminário estará disponível em breve no site do PSD.