Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que os moradores das áreas urbanas brasileiras comprometem cerca de 15% da renda com transporte urbano. A análise feita em nove regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Salvador e Belém) mostra também que o cidadão gasta, em média, em torno de cinco vezes mais com transporte privado do que com transporte público nos deslocamentos diários. Em transporte público, o estudo considerou as despesas com ônibus, transporte alternativo, táxi, mototaxi, transporte escolar, ferroviário e hidroviário.
A análise também mostra que, ao contrário do que ocorre nos países europeus, as classes mais altas no Brasil não enxergam o transporte público como uma opção viável para realização dos seus deslocamentos rotineiros.
Para Afif, mais grave do que os 15% de renda comprometidos com o deslocamento urbano é o tempo gasto diariamente no trajeto: “Tão logo termine a eleição, deve-se pensar em um gancho para o entendimento do governo do estado com o governo federal para lançarmos as bases do trem expresso metropolitano, conciliando esse projeto com o do Trem de Alta Velocidade (TAV). Com essa sincronização, poderemos maximizar os projetos, reduzindo os custos e aumentando a eficiência. E tudo através de PPPs. Hoje, o cidadão gasta de 3 a 4 horas por dia numa condução. Se ele trabalha 8 horas, ele está dedicando quase 20% do seu tempo nesse deslocamento, e tendo períodos de descanso e estudo praticamente perdidos. E quem usa veículos acaba consumindo também combustível fóssil e poluente”.