Pesquisa feita pela empresa de auditoria Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) mostra que, hoje, mais da metade das pequenas e médias empresas não enxergam a Bolsa como uma opção viável de caminho a seguir. De acordo com o levantamento, apenas 14% das empresas enxergam na Bolsa uma possibilidade concreta de financiamento. Processos com custos milionários, mentalidade egoísta do empreendedor e falta de estrutura dificultam a vida de quem quer seguir esta via no mercado. A boa notícia é que nem tudo são pedras neste caminho.
Por isto, um projeto coordenado pela Bovespa reuniu instituições e agências de fomento para convencer as pequenas empresas de que Bolsa não é lugar só para gigantes. O grupo viajou a sete países, como Canadá, Austrália e China, para conhecer quais características desses mercados poderiam servir ao Brasil. A ideia é apresentar 12 propostas para tornar a abertura de capital mais próxima das empresas menores. Segundo a BM&FBOVESPA, as propostas principais são isenção de Imposto de Renda (IR), permitir que Fundo de Investimento em Participações (FIP) tenha participação sem a obrigação de atuar na gestão, simplificar o processo e reduzir o custo da oferta e aplicar um programa de capacitação a empresários, por exemplo.
As propostas, válidas para empresas com valor de mercado menor do que 700 milhões de reais, aparecem como benefícios de mão dupla. Para as empresas, houve redução de custo e simplificação do processo de oferta pública de ações e da manutenção da companhia aberta. Para os investidores, isenção de Imposto de Renda sobre ganho de capital vindo de empresas menores. “A boa notícia é que tanto a CVM quanto o governo estão pensando regras para facilitar esse processo, estimulando as PMEs a irem para a Bolsa”, opina Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil, associação que reúne investidores-anjo.
Fonte: Exame