Considerado modelo em qualificação de mão de obra, o sistema educacional alemão é um dos responsáveis pela baixa taxa de desemprego entre os jovens com menos de 25 anos no país europeu. Hoje, na Alemanha, a maioria dos alunos do nível equivalente ao ensino médio brasileiro está matriculada em cursos técnicos que utilizam este método de formação.
O sistema alia o curso técnico ao estágio em alguma empresa, formando profissionais moldados às necessidades do mercado de trabalho. A relação entre empresas e estudantes é acompanhada por associações empresariais e órgãos do governo e da sociedade civil. Os dois lados são beneficiados pelo modelo: as empresas garantem mão de obra qualificada, reduzem o custo de treinamento e aumentam a produtividade; os alunos saem dos cursos com boas perspectivas de carreira, instruídos para a prática profissional e com um certificado reconhecido.
A qualificação de trabalhadores faz parte da tradição alemã, em modelo que remonta à Idade Média, com o treinamento de aprendizes. Embora já tenha sido exportado para escolas de outros países, o chamado Modelo Dual dificilmente consegue ser adaptado com a mesma eficiência fora da Alemanha.
Enquanto isso, no Brasil, o número de jovens no ensino profissionalizante é inferior ao dos países desenvolvidos e países da América Latina como Argentina e Chile. A escassez de mão de obra qualificada, em descompasso com o desenvolvimento e as necessidades do país, acaba impondo a busca de soluções temporárias, como a importação de profissionais.
Fonte: Caderno “Desafios Brasileiros” do O Estado de S. Paulo