O ministro Guilherme Afif participou nesta quinta-feira, 8, de uma reunião da presidenta Dilma Rousseff em um hotel da Zona Sul de São Paulo com cerca de 80 empresários do varejo, que durou pouco mais de três horas. Durante a reunião os empresários apresentaram à presidenta pelo menos três demandas do setor: a não redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas (ponto de preocupação para os empresários); a autorização do trabalho temporário, que permite que pessoas trabalhem em horários variados; e o pedido para ampliação da desoneração da folha de pagamento.
Ao final do evento, o ministro Afif disse que os pontos levantados pelos empresários deverão ser discutidos em mesas de negociação. “Eles são de importância para a sociedade, para o varejo e para os trabalhadores”.
Sobre a desoneração dos setores, Afif confirmou que as áreas já contempladas pela desoneração da folha assim permanecerão porque, segundo ele, “isso é importante para a manutenção do emprego. Mas para novos setores, no momento, acredito ser difícil”, disse. Segundo ele, a dificuldade no momento deve-se ao fato de o governo não ter espaço fiscal para perder arrecadação. “O equilíbrio orçamentário deve ser mantido a ferro e fogo”.
Redução da jornada de trabalho
Sobre a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, Afif considera que ainda não é o momento. Ele argumenta que o país está em situação de pleno emprego e que por isso não seria adequado alterar as regras agora. “Hoje você acaba tendo dificuldade de encontrar mão de obra, então a hora pra se discutir as 40 horas (semanais) não é agora”, disse.
O ministro também falou sobre a flexibilização da contratação temporária que permitiria, por exemplo, trabalhadores de fim de semana. Segundo Afif, esta questão tem de ser analisada com cuidado: “Tem muita gente que gostaria de trabalhar menos horas. Inclusive idosos. A legislação não tem uma flexibilidade nesse sentido. Em determinada circunstância pode ser até bom pra empregar pessoas que estão fora da própria demanda do mercado de trabalho”. O posicionamento do ministro é uma resposta favorável à demanda apresentada pelo setor varejista.