Solução para os problemas do país passa pela política
30-10-2017São Paulo – A solução para os problemas brasileiros, inclusive na área econômica, acontecerá principalmente por meio do processo de mudanças na representação política, afirmou nesta segunda-feira (30) o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. “É preciso que as pessoas de bem tenham a mesma audácia dos aventureiros. E hoje há muitos aventureiros no Brasil. Por isso, é importante que a mudança ocorra através da participação política”, ressaltou.
Afif encerrou nesta segunda o evento “Mitos & Fatos – Jovem Pan discute o Empreendedorismo”, realizado em São Paulo. Ele defendeu uma mudança no sistema eleitoral brasileiro para que o processo tenha mais representatividade, com a implantação do voto distrital misto, ainda que seja para vigorar a partir da eleição de 2020.
O presidente do Sebrae ressaltou as dificuldades para se empreender no Brasil, apesar dos avanços verificados nos últimos anos. “O ambiente ainda é hostil para os empreendedores brasileiros”, disse ele, lembrando as dificuldades criadas pela burocracia estatal, dificultando a vida dos empreendedores e dos cidadãos “Temos que soltar a nação e prender o Estado”, disse.
No evento, Afif apresentou um vídeo mostrando que os conceitos defendidos por ele em 1988, apontando as distorções da economia brasileira, continuam basicamente os mesmos: excesso de poder de caixa do governo, companhias estatais e empresas privadas incompetentes e protegidas, e uma classe política que se apropria da máquina pública. De acordo com Afif, a solução parte da integração da base da pirâmide produtiva, unindo trabalhadores e empresários. “O Brasil de cima para baixo não deu certo. Tem que ser de baixo para cima”, defendeu.
A série Mitos & Fatos, promovida pela Joven Pan, está em sua quinta edição. O projeto tem como objetivo oferecer à sociedade uma discussão sobre temas relevantes no atual cenário brasileiro, como é o caso do empreendedorismo, abordado no evento desta segunda-feira, aberto pelo publicitário Nizan Guanaes, sócio-fundador do Grupo ABC de Comunicação. Ao longo das palestras e painéis foram abordados temas como: “Inovação: O que as startups ensinam para as grandes empresas?”; “Brasil: burocracia e falta de financiamento podem matar o empreendedorismo?” – que contou com a participação do superintendente do Sebrae São Paulo, Bruno Caetano -; “As lideranças femininas que inspiram empreendedoras”; “Empreendedorismo na Educação: empreendedorismo se aprende na escola?”.
Entidades repudiam timidez da reforma política e pedem mudanças
29-09-2017São Paulo – Entidades que representam a sociedade civil estão indignadas com os resultados da reforma política e pedem mudanças. E exigem uma resposta da classe política, ainda que para 2022. A mobilização para exigir essas mudanças foi debatida nesta sexta-feira em uma reunião coordenada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), na Casa do Saber, em São Paulo, que tratou do tema da Reforma Política, principalmente do financiamento público de campanha, o chamado “fundão”, e a implementação do Voto Distrital Misto. “Nós, como sociedade, temos que manifestar nossa indignação com o resultado pífio da reforma política”, afirmou Guilherme Afif Domingos, presente à reunião.
Afif defendeu a mobilização da sociedade com relação aos gastos de recursos públicos nas campanhas políticas, que está em discussão no Congresso Nacional e deve ser votado na próxima semana. Para ele, as discussões para a redução dos gastos das campanhas estão diretamente relacionadas com a realização de uma reforma política ampla, diferentemente do que ocorreu até agora no Congresso. “A saída para diminuir os custos de campanha é a implantação do voto distrital misto”, ressaltou ele.
Ao defender o estabelecimento do voto distrital misto para as eleições de 2022 – já que o Congresso decidiu manter o atual sistema para 2018- Afif lembrou que o início de sua vida pública foi nas associações comerciais, que são entidades representativas das atividades econômicas dos municípios. “A minha origem é de associações comerciais, que não são entidades de cúpula e sim de base”, destacou Afif, lembrando que há 2.300 associações estabelecidas no País.
Para Afif. o voto distrital é uma oportunidade de aumento da representatividade política dos eleitos pelas suas comunidades. Ele lembrou que foi a CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), que defendeu de forma pioneira a implantação do voto distrital misto no Brasil. “O voto distrital sempre soou como um palavrão no sistema centralista de poder”, destacou.
Um projeto de Lei do Senado (PLS) , do senador José Serra (PSDB-SP), propõe a alteração da legislação eleitoral para instituir o voto distrital misto nas eleições proporcionais (vereador e deputados federais, estaduais e do Distrito Federal). O Senado já aprovou a urgência para a votação do projeto.
Durante a reunião coordenada pelo CLP, foram estabelecidos três pontos que serão objeto de pressão nos parlamentares que votarão o “Fundão” na semana que vem: o estabelecimento de um teto para o valor destinado ao fundo eleitoral; que este modelo tenha validade somente para a eleição de 2018; que não se estabeleça um limite para as doações de pessoas físicas – as doações empresariais estão proibidas. Entidades que participaram das discussões – como o “Vem para a Rua” e “Mulheres do Brasil”, pretendem ir à Brasília na semana que vem para pressionar os parlamentares.
Além de representantes do Sebrae, “Vem para a Rua” e “Mulheres do Brasil”, estiveram presentes hoje nas discussões entidades como CACB, UGT (União Geral dos trabalhadores), Fundação Espaço Democrático, “Ranking dos Políticos”, Sindicato dos Comerciários de São Paulo, entre outros.
O Centro de Liderança Pública (CLP) trabalha há sete anos para melhorar o ambiente político do Brasil. O objetivo da entidade é o desenvolvimento de lideres públicos empenhados em promover mudanças transformadoras por meio da eficácia da gestão e da melhoria da qualidade das políticas públicas.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Reforma política tem que enfrentar a falta de representatividade da sociedade no Congresso, diz Afif
22-08-2017São Paulo – O Congresso Nacional precisa ter a coragem de promover uma reforma politica que enfrente o desafio da falta de representatividade da classe política perante a sociedade brasileira. O tema foi defendido pelo presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, nesta segunda-feira (21), no Fórum Estadão Reforma Política em Debate, em São Paulo. “Efetivamente, há uma ruptura entre a Nação e o Estado. Ela foi declarada na estrondosa manifestação pública de 2013, absolutamente espontânea e onde não havia qualquer ingrediente de manipulação política, era uma coisa dispersa, mas havia um ponto comum: vocês não nos representam. Temos que ter urgência nessa nova costura para que possamos voltar a ter uma representatividade aceita”, destacou Afif, durante o painel A Reforma Política e a Representação da Vontade Popular, que contou também com a participação dos cientistas políticos Rafael Cortez (Tendências) e Claudio Couto (FGV), além do presidente da Consultoria Analítica, Orjan Olsen.
“A crise é muito dolorosa para ser desperdiçada. Há um consenso de que a reforma política tem que ser feita sim”, analisou Afif, acrescentando que há um consenso sendo construído no Congresso sobre a adoção do voto Distrital Misto a partir das eleições de 2020 e 2022, embora ele defenda a adoção desse sistema já no pleito do próximo ano. “Já existe o desenho de Distrito, não seria difícil a implantação. O grande problema para 2018 é que muitos parlamentares têm a visão de que precisam se reeleger”, disse. Afif criticou a adoção do chamado “Distritão” para a eleição de 2018. “Não acho que faça sentido a criação de um novo sistema antes de um outro novo. Isso é conflitante, por isso eu sou contra”, afirmou. Segundo ele, talvez seja mais adequado manter o sistema proporcional em 2018, mas adotando a emenda do senador Ricardo Ferraço que proíbe as coligações proporcionais e cria a cláusulas de barreira. “Seria um primeiro contorno para se cercar a transição de 2018 para 2020”, disse.
Sobre o financiamento de campanhas políticas, Afif defendeu a adoção de um sistema misto com doações com recursos públicos e privados. “Se o Supremo Tribunal Federal for rever a posição sobre a proibição do financiamento privado, o ideal seria ter um sistema misto. No caso do financiamento público, os recursos devem vir da própria estrutura partidária, sem avançar sobre orçamento da União, prejudicando os gastos sociais”, ressaltou. Ele próprio liderou uma manifestação na semana passada na Câmara dos Deputados, com representantes da OAB, Fiesp e movimento Vem pra Rua, contra o fundo de R$ 3,6 bilhões com recursos públicos e a adoção do Distritão.
Presente no Fórum, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou a proibição do financiamento privado nas campanhas eleitorais. De acordo com ele, a proibição não surtiu o efeito previsto, já que as empresas acabaram contribuindo de forma indireta, por meio de pessoas físicas. “Ocorreram doações camufladas. De 700 mil doadores pessoas físicas na última eleição, 300 mil não tinham capacidade financeira para realizar as doações”, argumentou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que falou no encerramento do evento, também concordou que é necessário avançar nas discussões sobre a volta do financiamento privado nas campanhas eleitorais, mas com restrições nas doações realizadas pelas corporações.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias