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É preciso colocar o Brasil real próximo do Brasil legal

20-09-2017

O presidente do Sebrae Nacional esteve em Santa Catarina para uma Audiência Pública sobre o Projeto de Lei Complementar (PLC) 341/2017, que altera o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. O PLC foi apresentando por um catarinense, o deputado federal Jorginho Mello (PR), presidente da Frente da Micro e Pequena Empresa do Congresso Nacional e com quem Afif Domingos mantém conversas constantes para buscar soluções legais que possam incentivar e proteger o empreendedorismo. A Coluna Pelo Estado obteve uma entrevista exclusiva com o líder empresarial, que preside o Sebrae desde outubro de 2015. Ele também foi ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (maio de 2013 a setembro de 2015), período em que patrocinou uma das mais profundas revisões do Simples, viabilizando a sua universalização para os pequenos negócios de todas as atividades. Antes disso, no Conselho Deliberativo do Sebrae (1990 a 1994), foi o responsável pela mobilização que resultou na criação do próprio Simples e no novo Estatuto das Micro e Pequenas EmpresasAfif já concorreu à presidência da República, em 1989, quando obteve 3,2 milhões de votos. Questionado se vai se candidatar em 2018, respondeu: “Tudo depende das oportunidades”.

[Pelo Estado] – O Sebrae está completando 45 anos em 2017. Em que cenário o serviço surgiu e que dimensão tem hoje? Afif Domingos – Bem, o Se-brae surgiu há 45 anos na onda dos bancos de desenvolvimento. Existia um sistema pelo ministério do Planejamento, que tinha o “BNDE”, sem o “S” ainda, corno banco de desenvolvimento e os bancos estatuais de desenvolvimento. Cada estado tinha um que compunha este núcleo de investimento de longo prazo para as empresas. Como as pequenas tinham dificuldades de ter acesso a este sistema, o Sebrae foi criado como autarquia para facilitar que as micro, pequenas e médias empresas pudessem ter um crédito orientado, um crédito assistido para poder ter projetos que chegassem ao banco com dimensão de desenvolvimento.

Depois, nos anos 1990, é que se deu urna estrutura mais dinâmica ao Sebrae, transformando-o em serviço social autônomo com arrecadação garantida, própria, por meio das contribuições sociais e que deveria continuar com sua missão anterior, que era exatamente orientar as pequenas empresas no seu processo de desenvolvimento e de acesso ao crédito. O problema é que, destes tempos para cá, crédito foi urna coisa que não aconteceu para as micro e pequenas empresas até porque o sistema de bancos de desenvolvimento praticamente desapareceu, ficando o BNDES no seu papel de oferecer recursos para os campeões nacionais, sem conseguir chegar ao universo dos pequenos. Agora é que nós estamos retomando esta missão e esperamos que junto com o próprio BNDES, seus agentes de desenvolvimento e de distribuição de recursos, nós possamos cumprir esta missão histórica de 45 anos atrás.

[PE] – Há alguma negociação com o BNDES para abrir linhas voltadas para esses empreendimentos?
Afif– Sim, agora, com a nova gestão, do doutor Paulo Rabelo de Castro, com quem temos ótima relação, e depois dos escândalos dos gigantes (grandes empresas), o BNDES finalmente entendeu que é hora de abrir linhas de crédito para os micro e pequenos empreendimentos. Mas, para isso, nós temos de furar o bloqueio dos bancos que, por serem grandes demais, têm tido dificuldades em emprestar recursos para os pequenos empresários. Atualmente, 83% das empresas de pequeno porte não têm acesso a nenhuma linha de crédito.

[PE] – Qual a importância desse segmento, hoje, para a economia brasileira?
Afif– Simplesmente ele representa 98% do número de empresas existentes no país, 52% dos empregos e 27% do PIB nacional. Mas, nos últimos 10 anos, quem gerou 10 milhões de vagas no mercado foram as micro e pequenas empresas, enquanto as grandes empresas desempregaram 1 milhão e meio de pessoas, porque o desemprego estrutural atinge exatamente as grandes, que hoje usam moderna tecnologia e automação para substituir mão de obra. A pequena empresa é a que continua intensiva de mão de obra.

[PE] – O que o senhor destaca como mais importante do PLC 341/2017
Afif– A 341 é urna lei viva, que vem sendo aperfeiçoada. E estamos nessa cruzada de aperfeiçoamento porque a última modificação entra em vigor em janeiro de 2018, que é o Crescer sem Medo. Eu destaco a criação da Empresa Simples de Crédito, que é o crédito lá no município, à disposição do pequeno empresário, do cidadão que quer emprestar para ele diretamente, sem intermediação. O segundo ponto é a correção automática das tabelas de enquadramento do Simples porque passa ano, vem ano, chega a inflação come o seu limite e ela passa a pagar mais imposto, não porque cresceu e sim porque a inflação assim gerou esta necessidade. Acredito na firme intenção de se apressar a votação, porque isso significa promover a geração de emprego e renda. Aliás, não existe política social sem emprego e renda.

[PE] – A Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas
Empresas tem força política para convencer o governo da importância desses avanços? Afif– Eu quero lembrar que todas as modificações que têm sido feitas na legislação nascem do Legislativo e têm sido aprovadas por unanimidade. E eu não tenho medo de afirmar que nós, infelizmente, acabamos tendo de enfrentar o Executivo em todas as modificações, porque a visão da área econômica do governo é, em primeiro lugar, olhar as grandes empresas e, em segundo, olhar a arrecadação. E insiste em dizer que o Simples é uma renúncia fiscal, o que é uma grande heresia, porque o Simples é, na verdade, um regime constitucional especial.

[PE] – De que forma as mudanças propostas vão impactar o segmento atendido pelo Sebrae?
Afif– Sem dúvida, com o Crescer Sem Medo, e com as tabelas corrigidas, nós vamos ter um imposto mais justo para quem quer crescer. Por isso, o nome do programa.

[PE] – A política econômica brasileira em algum momento já deu atenção às empresas de pequeno porte? O que precisa mudar?
Afif– Olha, a política que nasce das áreas econômicas não dá atenção às empresas de pequeno porte. Eles olham aqueles que são os grandes recolhedores de tributo. E, se
possível, os protege concorrencialmente para “comer” os pequenos. Um exemplo disso é a própria substituição tributária, um instrumento que veio para poder dar uma puxada de tapete no Simples, quando ele foi criado. Mas devo dizer que muitos dos nossos avanços foram apoiados por pessoas do governo, tanto na presidência da República como em outras áreas, mas sempre em confronto com a área econômica porque ela nunca quis olhar a pequena empresa como importante pro desenvolvimento do país. E preciso colocar o Brasil real próximo do Brasil legal.

[PE] – Como o senhor avalia o momento atual do pais?
Afif– Estamos passando por urna catarse, o que é muito bom. Quanto mais coisas aflorarem, mais vai mostrar como eram os subterrâneos da política do Brasil. Isso tem que ser depurado mais e mais. Esse é o caminho da mudança e da renovação. Se não vier no curto, virá no médio prazo, até porque a própria população fará os ajustes a cada eleição.

[PE] – O senhor tem planos de se candidatar em 2018?
Afif– Por enquanto continuo trabalhando na micro e pequena empresa. Tudo depende das oportunidades, mas nós ainda não as enxergamos. Além disso, ainda sequer foram votadas as modificações da Lei Eleitoral.

Fonte: Jornal Hora do Sul – SC

Política e voluntariado

15-09-2017

Se existe uma palavra, nos dias de hoje, que provoca todo tipo de sentimento negativo na maioria das pessoas, este termo é “política”. A sucessão de escândalos recentes aumentou a distância entre nação e Estado, fazendo as pessoas se desconectarem do mundo político e, este, das pessoas.

O ponto alto aconteceu durante as manifestações de rua de 2013, em que milhões de pessoas disseram aos representantes que os eleitores não se sentiam mais representados.

A causa disso está na falência do sistema político. A saída passa por novas práticas e pela reformulação eleitoral-partidária. A reforma política, do jeito que está sendo conduzida, parece que não vai chegar à essência do problema: a reconexão entre representantes e representados. Se não chegar, por onde devemos começar? Pela base. E onde isso ocorre? Nas cidades…

O vereador é um agente político numeroso -são quase 58 mil. É ele que deveria fazer as primeiras ligações de sua comunidade com as prefeituras e fiscalizar o Executivo municipal. E sabemos que nem sempre é assim.

Por sorte, a sociedade civil continua organizada. ONGs, entidades, sindicatos, movimentos sociais perceberam a necessidade urgente de mudanças.

Surgiram estudos, como o patrocinado pela CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais), com o apoio técnico do Sebrae, sobre os gastos de prefeituras com os Legislativos municipais.

As conclusões foram assustadoras. Do total de 5.569 municípios, somente 3.762 (ou 68%) informam ao governo federal como pagam as despesas com as Câmaras de Vereadores. Ou seja, 1.807 (32%) simplesmente não apresentaram os valores das receitas de 2016 ou de 2015.

Exatos 707 gastam mais a título de despesas legislativas do que conseguem gerar de receitas próprias; 218 gastam mais de 80% do que arrecadam com as Câmaras Municipais. Gastos com vereadores, tomando-se por base a amostra selecionada, representam em média 38,7% das despesas legislativas. E chegam a superar 59% nos municípios com até 50 mil habitantes.

As despesas legislativas municipais têm os limites estabelecidos pela Constituição (art. 29-a), que é de até 7%; caso esses percentuais fossem aplicados exclusivamente às receitas próprias dos municípios, seria feita uma economia anual de R$ 7,662 bilhões.

Levando em conta as mais de 5.500 cidades, a economia potencial é superior a R$ 10 bilhões, dinheiro que poderia ser usado em escolas e hospitais.

A legislação não impede que os vereadores exerçam, simultaneamente, sua profissão. Veda, apenas, a acumulação com o cargo público, mas somente quando houver incompatibilidade de horários, algo raro nos municípios menores, onde as Câmaras se reúnem quinzenalmente e quase sempre à noite.

Logo, quem é vereador não deveria depender apenas dos subsídios da Câmara para se manter. A saída pode estar no voluntariado, como já ocorreu no Brasil, quando vereadores, inspirados por ideais nobres de cidadania e senso comunitário, exerciam mandatos sem receber um tostão. Que seja assim novamente.

Municípios que não conseguirem bancar despesas legislativas com receitas próprias poderiam ter vereadores sem vencimentos.

O voluntário é um importante ator social e agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade. São milhões que estão nas entidades assistenciais, filantrópicas, religiosas, todos trabalhando gratuitamente, dedicando algumas de suas horas para suas causas.

A única área que não tem voluntariado é a política. Por quê? Esta é a grande reforma que nós devemos fazer no país porque, se o município é a miniatura da pátria, é de lá que nós devemos extrair o modelo para o restante do Brasil.

GUILHERME AFIF DOMINGOS, 73, é presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas)

Fonte: Artigo Folha de São Paulo, 15/09/2017

As 10 ideias de negócio mais procuradas pelos brasileiros

12-09-2017

São Paulo – Se você pudesse empreender, em qual tipo de empresa investiria? Para a maioria dos brasileiros, o sonho de empreender se materializa principalmente nas lojas virtuais. O e-commerce próprio é o grande preferido dos que buscam uma nova ideia de negócio.

O dado é do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A instituição divulgou com exclusividade a EXAME o balanço parcial do ano em número de acessos ao seu portal de Ideias de Negócios, que reúne mais de 450 tipos de empreendimentos.

Além de mostrarmos as dez ideias de negócio mais procuradas pelos brasileiros, cada item terá uma introdução dada pelo Sebrae sobre como é cada empreendimento. O material pode servir de inspiração para quem está se planejando para empreender em breve.

Uma dica já podemos dar: 2018 pode marcar o destaque do setor de serviços, como já podemos ver no ranking deste ano. Business Intelligence: Conheça a nova fonte de receita para prestadores de serviços, apresentada pela TOTVS Patrocinado 

“Em um momento de crise, quando não há tanta disponibilidade de crédito, o setor de Serviços demanda muito menos investimentos na abertura de um negócio”, afirma Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae Nacional. “Quando o empresário vai montar um empreendimento e é o próprio prestador de serviço, são necessários poucos recursos: apenas um celular, caso você queira abrir uma empresa de consultoria, por exemplo.”

O presidente também cita uma pesquisa anterior da instituição, que elencou os ramos de alimentação, vestuário e conserto como as opções de muitos brasileiros. “O estudo, com base no perfil de novas empresas em anos anteriores e no comportamento da economia nacional, revela que os empreendimentos que atendem às necessidades básicas e que oferecem serviços de reparação, além de serviços especializados que permitem a redução de custos operacionais a outras empresas, estão entre as atividades mais promissoras para este ano.” Negócios: Veja com a Copastur as 10 maneiras de reduzir custos operacionais na empresa Patrocinado 

Confira, a seguir, a lista das ideias de negócio mais procuradas pelos brasileiros neste ano:

1 – Como montar uma loja virtual

“O conceito de loja virtual pode ser definido, de forma simplificada, como um site na internet com um software de gerenciamento de pedidos onde as empresas expõem e vendem seus produtos. Os clientes acessam o site de qualquer lugar, escolhem os produtos para aquisição, pagam através do sistema de pagamento que a loja virtual oferece e recebem estes produtos no local designado pelo comprador no ato da compra.”

Para Afif, do Sebrae, algumas características marcantes fazem das lojas virtuais a ideia de negócio mais buscada pelos brasileiros.

“Há algumas facilidades no comércio eletrônico em comparação com as lojas físicas, o que pode atrair empreendedores iniciantes. Pela internet, uma pequena empresa tem condições de fornecer seus produtos a qualquer região, fica aberta 24h por dia, e também tem a possibilidade de concorrer com uma grande rede sem a necessidade de ter muitas lojas físicas. Também é importante lembrar do crescente número de usuários brasileiros na internet, o que contribui para elevar a quantidade de potencias compradores”, afirma. Passo a passo:Saiba com a Tray como abrir seu próprio negócio online Patrocinado 

2 – Como montar um escritório de consultoria

“Consultoria é um tipo de prestação de serviço que um profissional qualificado e conhecedor do assunto oferece ao mercado, realizando diagnósticos e elaborando processos com o propósito de levantar as necessidades do cliente, identificar soluções e recomendar ações. Com as informações levantadas o consultor desenvolve, implanta e viabiliza o projeto de acordo com a necessidade específica de cada cliente.

Consultoria Empresarial é uma atividade que tem como objetivo básico responder ou atender às necessidades das empresas ou pessoas físicas quando assim solicitada, por meio de aconselhamento ou sugestões de melhorias, embasado em firme e estruturado conhecimento. Empreendendo: A ContaAzul te conta o que faz uma empresa de consultoria ter sucesso Patrocinado 

(…) Sendo uma prestação de serviço, devemos lembrar que o mesmo é um ato ou desempenho essencialmente intangível, que vai ser oferecido para satisfazer um desejo ou necessidade sem a posse de um bem físico, sendo difícil de medir antes de se comprar. Por isso, devemos fazer com que o consumidor perceba os seus serviços como algo que irá contribuir de forma real para a solução de seus problemas, oferecendo-lhe qualidade no serviço prestado.”

3 – Como montar um food truck

“Os food trucks, como são conhecidos os veículos estilizados e adaptados para produzir e servir refeições nas ruas, tornaram-se uma opção de negócio para quem pensa em investir no mercado da alimentação e gastronomia no Brasil.

(…) Carrinhos de churros, pipoca e cachorro quente, operados por ambulantes em regiões de grande movimento de pessoas são hoje parte da paisagem urbana.

(…) Alguns empreendedores Brasileiros com acesso a estas cidades também gostaram da ideia e trouxeram o conceito para o Brasil. O movimento por aqui ganhou força no início de 2014. Inicialmente, a cidade de São Paulo se destacou pelo pioneirismo nesse setor, com muitos empreendedores copiando o modelo de sucesso visto fora do país.

A iniciativa se repetiu em outros estados e hoje os food trucks podem ser encontrados no Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte entre outras cidades.

Para aumentar as chances de sucesso, o empreendedor deve realizar pesquisas de mercado e elaborar um plano de negócios.

4 – Como montar uma lanchonete

“A crescente demanda por tudo que envolve o ramo alimentício é um dos fatores que tornam a abertura de uma lanchonete um empreendimento com potencial de viabilidade. O ramo de alimentação é o segundo maior gasto do brasileiro, antecedido somente por gastos com habitação.

(…) Além da identificação de demanda potencial para o negócio, a atividade de lanchonete mostra-se vantajosa por não haver necessidade de determinação de público alvo específico e de consequentes ações diferenciadas para tais, já que se trata de um negócio bem aceito pela população de todas as regiões do país e de todas as classes sociais, dependendo do padrão do estabelecimento. Outra questão é a comodidade e praticidade que envolve o consumo nestes estabelecimentos, fatores que sustentam a demanda e fortificam as empresas do ramo.”

5 – Como montar uma distribuidora de bebidas

“O processo produtivo básico de uma indústria de bebidas envolve a fabricação, o engarrafamento e a distribuição do produto. No caso de um país de dimensões continentais como é o Brasil, a localização espacial das plantas industriais próximas ao mercado consumidor e a constituição de redes de distribuição com capacidade para alcançar as mais distantes localidades e enfrentar as limitações de trânsito de veículos dos centros urbanos são variáveis importantes e cruciais para a estratégia das grandes empresas de bebidas.

Outra peculiaridade marcante do setor é sua forte dependência do crescimento da renda da população, uma vez que o fator preço ainda é o principal determinante do consumo nesse mercado. Assim, mesmo que as empresas invistam em qualidade e fixação de marca, a competição é fortemente determinada pelo preço do produto final ao consumidor, o que torna o custo do frete um componente importante neste processo.”

6 – Como montar uma fornecedora de refeições em marmita

“O crescimento das cidades e o costume de almoçar fora de casa fizeram com que as pessoas procurassem alternativas rápidas para se alimentar. No caso, as marmitas atendem esta demanda, pois oferecem praticidade e comodidade com a retirada da comida no local ou entrega em domicílio. O serviço também atende aquelas pessoas que não possuem tempo para se deslocar e almoçar em um restaurante convencional.

Sabor e praticidade são ingredientes básicos para o negócio. Outro fator de atratividade da refeição pronta é o seu baixo preço, em relação a um restaurante self service por quilo, buffet ou à la carte. O prato já vem montado, com uma quantidade padrão de comida. Isso faz com que o custo da refeição seja menor, reduzindo o preço final do produto. Apesar do baixo preço, os clientes exigem boa qualidade nos ingredientes e um eficiente serviço de entrega.

(…) A atividade exige do empreendedor um bom conhecimento do ramo e disposição para pesquisar novas receitas. Virtudes como capacidade de atendimento a clientes, negociação com fornecedores e gerenciamento de equipe também são necessárias para desenvolvimento do negócio.”

7 – Como montar um salão de beleza

“Um salão de beleza é um lugar onde são desenvolvidos vários serviços relacionados à beleza e ao bem estar. Entre esses serviços podemos listar os relacionados aos cabelos (cortes, alisamento, shampoo, tintura, hidratação, escova etc.), manicure, pedicure, maquiagem, depilação, design de sobrancelhas e massagem. Existem salões para os mais variados tipos de públicos: masculino, feminino, unissex, infantil e outros.

É necessário definir o estilo do salão que vai depender do público-alvo. Uma clientela mais selecionada (de alto poder aquisitivo), por exemplo, vai exigir um serviço luxuoso, com um vasto leque de serviços, espaços requintados e um exército de funcionários para um atendimento perfeito. Um público com tempo escasso exige um conceito mais simples, contudo sempre optando pela qualidade dos serviços.

(…) Um salão de beleza é um negócio que exige desempenho profissional de alto nível e sintonizado com as tendências definidas pelos padrões mundiais, uma vez que a facilidade de comunicação quebrou definitivamente as barreiras regionais. Cursos profissionalizantes, de nível técnico ou superior, surgem a cada dia, criando novos padrões de desempenho e especializando os serviços. Informe-se e procure manter sua equipe capacitada e antenada com as novidades do mercado.”

8 – Como montar uma loja de cosméticos e perfumaria

“O termo cosmético designa substâncias de origens diversas, usadas sobre a pele e cabelo para limpar, suavizar, encobrir imperfeições e embelezar. Embora não seja um fenômeno recente, o culto à beleza, à juventude e à saúde é uma forte tendência dos hábitos e costumes modernos.

(…) O resultado de tudo isso tem sido o contínuo crescimento da indústria mundial de cosméticos e do mercado de embelezamento.

(…) Uma característica do setor de cosméticos é a constante inovação. Para cumprir esse objetivo, as indústrias do setor investem anualmente grandes somas de recursos em lançamentos e promoções de novos produtos. Procure destacar-se com promoções e produtos de qualidade, que atendam realmente às necessidades de seu público-alvo.

Certifique-se da origem e conformidade dos produtos adquiridos (produtos, fabricante, distribuidores, rótulos, embalagens etc.) com a legislação vigente, exigindo e verificando os registros sanitários pertinentes.”

9 – Como montar uma distribuidora de botijão de gás

“Atualmente, o mercado de distribuição de botijão de gás conta com uma ampla rede que se conjugam em 20 distribuidoras que possuem 181 bases de distribuição de GLP autorizadas pela ANP e 66,4 mil revendedores ativos, trocando 100 milhões de botijões, atendendo 42 milhões de lares e gerando 350 mil empregos diretos e indiretos. Esta rede abrange 100% do território nacional e garante o abastecimento de 95% dos domicílios. Trata-se de capilaridade e penetração nos lares superior aos serviços de energia elétrica e água encanada.

(…) Mesmo assim, existe um bom espaço para o surgimento de distribuidores de pequeno porte, desde que o empreendedor obtenha uma vinculação à marca de distribuição consolidada no mercado nacional. Desta forma, deve-se buscar a viabilidade de abrir uma distribuidora que atue com venda direta aos consumidores e com fornecimento para pequenos revendedores. A opção pelo gás em botijão tem apresentado crescimento contínuo em todas as camadas sociais.

(…) Devido ao risco intrínseco ao negócio, recomenda-se a realização de ações de pesquisa de mercado para avaliar a demanda e a concorrência.”

10 – Como montar um bar

“O bar é um negócio que oferece um ambiente agradável onde os amigos se encontram, conversam, tomam bebidas geladas ou quentes, acompanhadas de petiscos. Está presente em todas as cidades e em todos os lugares, mudando suas características de acordo com os hábitos e cultura do local.

O bar atua como ambiente social integrador, tornando-se ponto de referência e algumas vezes conhecido por seus clientes famosos ou personalidades, bem como por seu cardápio ou especialidades gastronômicas.

Cada vez mais atrativos são oferecidos pelo bar: a beleza do ambiente e da decoração, o som, o prazer de ter pessoas agradáveis com quem conversar, a possibilidade de descontração, música, jogos etc.

(…) O serviço prestado por um bar deverá ser concebido com visão profissional, o que irá requerer uma avaliação objetiva sobre a forma de atuação, público-alvo, localização, cardápio de comidas e bebidas a serem oferecidas, bem como as expectativas comerciais que esse tipo de empreendimento requer.”

Fonte: Revista Exame

 

Produtor rural está conectado à tecnologia da informação

26-07-2017

O universo do agronegócio no Brasil tem vivido uma ampla e profunda transformação nas últimas décadas. Cada vez mais distante dos velhos estereótipos, o pequeno produtor rural está se modernizando, incorporando novas tecnologias e mudando o modo de gerenciar os rumos do seu negócio. É isso o que revela uma pesquisa inédita realizada pelo Sebrae. Quase a totalidade dos produtores rurais (96%) usa telefones celulares e uma quantidade significativa deles utiliza smartphones para acessar a Internet.

A pesquisa “Tecnologia da Informação no Agronegócio” identificou que 71% dos donos de microempresas rurais e 85% dos proprietários de empresas de pequeno porte no campo, usam smartphones para acessar a web. Esse resultado é expressivo se for considerado que o acesso médio da população brasileira à Internet por meio de aparelhos celulares é de 62% (segundo o Google Consumer Barometer).

Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a pesquisa confirma a necessidade de investimentos no meio rural, de modo a aumentar o acesso dos produtores às Tecnologias da Informação. “No mundo atual, onde o pequeno produtor precisa agregar valor ao seu trabalho e se diferenciar do restante do mercado, o acesso aos instrumentos digitais é algo fundamental para a conquista de novos públicos consumidores e para elevar o nível de competitividade do negócio”, comenta Afif.

A pesquisa do Sebrae ouviu 4.467 produtores rurais, entre 29 de março e 12 de abril, nas 27 unidades da Federação. Os dados revelaram que os produtores fazem uso restrito da Internet, seja para transações comerciais ou para divulgação, em grande parte por conta da dificuldade de acesso ou da má qualidade da conexão: 6% dos produtores já fizeram alguma compra pela Internet, 4% já usaram a Web para efetuar vendas e 16% dos empreendimentos rurais possuem página na Internet ou perfil nas Redes Sociais.

Quanto ao tema da gestão, apesar de 70% dos empreendedores já praticarem o gerenciamento administrativo e financeiro dos seus negócios rurais, apenas ¼ dos produtores fazem isso por meio de ferramentas digitais de gestão. Entretanto, a maior parte deles (64% dos entrevistados) informou que utilizariam esses recursos para gerenciar suas empresas se eles estivessem disponíveis.

Segundo a pesquisa do Sebrae, 58% dos empresários rurais que informaram não utilizar a conexão de internet móvel dizem que não o fazem, predominantemente, porque não há provedor/sinal em sua região. A dificuldade de acesso também foi a justificativa apresentada pela maioria dos produtores (64%) que não usam tecnologias digitais para a gestão do negócio. “Garantir o acesso dos pequenos produtores rurais à Internet é, não somente, assegurar um direito, mas também uma forma de atrair os jovens de volta para o campo e aumentar a renda desses empreendimentos por meio dos ganhos diretos e indiretos proporcionados pelo uso dessas tecnologias”, destaca o presidente do Sebrae.

Fonte: Revista PEGN

Flexibilidade trabalhista facilita crescimento de micro e pequenas empresas

26-07-2017

Quando a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) foi decretada, em 1º de maio de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas, não se limitou a unificar a legislação esparsa existente, como também introduziu diversas normas que ampliavam as exigências a serem observadas pelos empregadores em favor dos trabalhadores –até então chamados de operários.

Apesar de sua inspiração intervencionista, a medida representou importante avanço nas relações do trabalho. O Brasil era ainda uma economia predominantemente agrícola, mas que já desenvolvia uma industrialização, embora incipiente, liderada principalmente pelos imigrantes.

Ao longo de mais de 70 anos de vigência, muitas modificações foram feitas no texto da CLT, no geral acrescentando novas obrigações para as empresas ou regulando atividades específicas. Poucas, no entanto, foram as que representaram modernização ou adaptação às novas realidades socioeconômicas do país.

Enquanto a economia brasileira estava fechada, os novos encargos que foram sendo acrescentados sobre a folha de pagamentos eram transferidos ao consumidor brasileiro, que não tinha alternativas. A concorrência entre as empresas era apenas interna, fato que desestimulava a produtividade e a inovação.

Com a abertura da economia, embora muito limitada, tanto os custos trabalhistas como o excesso de regras e obrigações passaram a ser um componente importante para a competitividade interna e externa das empresas, principalmente por serem agravados, em muitos casos, por decisões da Justiça Trabalhista –que não apenas oneram a produção, como criam passivos trabalhistas imprevistos.

Exemplo dessas decisões é a interpretação do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de que a empresa não pode terceirizar “atividade-fim”, conceito altamente subjetivo no atual nível de tecnologia e integração das cadeias produtivas. Destaque-se que era possível “terceirizar” tais atividades na China ou em outros países, como ocorreu com inúmeros produtos, alguns inclusive dos quais o Brasil era tradicional exportador. A “atividade-fim” de uma empresa é atender a uma necessidade ou desejo de seu cliente, seja pessoa jurídica ou física.

As mudanças aprovadas pelo Congresso na CLT não representam uma “reforma” mas apenas a adequação de algumas de suas regras às novas realidades da economia, que sofreu profundas transformações, em função da abertura comercial, das novas tecnologias, dos novos métodos de comercialização e, inclusive, do tipo de trabalho exercido atualmente. Considerar “imexível” uma legislação de mais de 70 anos é ignorar a realidade.

Pode-se discutir algum detalhe do que foi aprovado pelos congressistas, mas somente a experiência poderá determinar a necessidade de eventuais ajustes, especialmente porque estamos vivendo um período de grandes transformações derivadas não apenas da tecnologia, como da ascensão de uma juventude que ingressa no mercado, como empresários ou como trabalhadores, com novos valores e forma de encarar o trabalho. É preciso existir flexibilidade para que a inovação, tanto na tecnologia como nas relações do trabalho, não sejam inviabilizadas, prejudicando a modernização do Brasil.

Para as micro e pequenas empresas as medidas aprovadas são positivas pois quanto mais flexíveis as regras, melhores são as condições para seu crescimento e desenvolvimento. A cada dia surgem novas modalidades de empreendimentos de pequeno porte ocupando espaços antes privativos de grandes empresas.

Não se pode esperar que a simples flexibilização das regras trabalhistas possa propiciar a expansão do emprego. Mas, seguramente, essas alterações podem ajudar a retomada da economia, com reflexos positivos sobre o mercado de trabalho.

Um dos pontos das medidas aprovadas que provavelmente despertou maiores reações, não se referia as relações entre empresas e trabalhador, embora as afete indiretamente, que é o fim da contribuição sindical obrigatória. Acredito que essa medida será positiva para os próprios sindicatos, pois aqueles que prestam efetivos serviços a seus filiados terão condições de se manter, e poderão pôr fim à proliferação indiscriminada de novos sindicatos. Talvez essa medida seja o embrião de uma reforma sindical que possa modernizar a representação dos trabalhadores e empregadores com benefícios para todos.

Fonte: Poder 360

Quer emprego e trabalho? Crie o seu

25-07-2017

Está na Constituição, no art. 170, parágrafo 1º: “É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”. Portanto, a Constituição diz que a liberdade é regra, e a regulamentação é exceção. Em nosso país, invertemos o conceito. Cumprindo outro dispositivo constitucional, que manda dar tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas, e diante da necessidade de descomplicar o sistema tributário, foi que surgia, há 20 anos o Simples e, há 10 anos, o Simples Nacional, este um regime de administração compartilhada da arrecadação, cobrança e fiscalização dos tributos devidos pelas empresas de pequeno porte.

Esse regime foi essencial para o aumento do empreendedorismo no Brasil. A desburocratização e a redução da carga tributária estimularam a formalização de empreendimentos que já existiam e fizeram com que o brasileiro pudesse tornar realidade o sonho de ser dono do próprio negócio. O Simples se constituiu a esperança dos que querem empreender. Mas, assim mesmo, eles são massacrados com excessos de regulamentação e de regras para pagar imposto. O que seria a liberdade é anulado por uma burocracia paralisante do processo.

Mas o que tudo isso que estamos falando aqui tem a ver com geração de empregos? Tudo, simplesmente. Afinal, são as pequenas empresas que estão mantendo, nestes meses de 2017, um saldo positivo de geração de empregos. Desde o início do ano, o segmento criou 211,2 mil postos de trabalho, enquanto as médias e grandes fecharam 162,2 mil. Mas há outro problema a ser considerado. A crise econômica gerou desemprego conjuntural, que é recuperável. É bom lembrar, também, que a tecnologia trouxe um desemprego que é difícil de enfrentar. A indústria, hoje, substitui mão de obra, em busca de eficiência e redução de custos. Existe o processo de robotização, por exemplo. A alternativa para melhorar a empregabilidade é o empreendedorismo, a grande saída para a geração de emprego e renda. Entre os anos de 2010 e 2015, as empresas optantes do Simples contrataram quase o dobro de trabalhadores que as empresas que não estão no Simples.

De cada três novos empregos com carteira, dois foram criados pelas empresas optantes. Além disso, há outra vantagem: o crescimento arrecadatório do Simples é 10 vezes superior ao crescimento das receitas federais. E o regime especial apresenta melhor desempenho que os impostos tradicionais da Receita Federal. A participação da arrecadação do Simples Nacional na arrecadação total dos tributos federais dobrou, na última década, passando de 4% para 8% de todo o valor dos impostos arrecadados pelo governo federal. Entre 2008 e 2016, a arrecadação total anual do Simples Nacional cresceu 77%, passando de R$ 41 bilhões para R$ 73 bilhões. Isso implica importante redistribuição de impostos na direção de estados e municípios, uma vez que a arrecadação total do Simples é partilhada automaticamente com todas as entidades federativas.

Outra boa notícia. A “mortalidade” está caindo para as empresas optantes do Simples, que têm duas vezes mais chances de sobreviver após dois anos de abertura do negócio que as não optantes. De acordo com estudo do Sebrae, de 2009 a 2016, as empresas de pequeno porte cresceram 7,2% ao ano, enquanto as microempresas registraram crescimento de 6,1% ao ano. A expectativa é de que, até 2022, existam 17,7 milhões de negócios.

Na linha da criação de trabalho, o Simples Nacional possibilitou aumento representativo da formalização de empresas. De acordo com estudo do Sebrae, de 2009 a 2016, as empresas de pequeno porte cresceram 7,2% ao ano, enquanto as microempresas registraram crescimento de 6,1% ao ano. Entre 2007 e 2016, 9,1 milhões de empresas foram criadas, alta de 364%. Ainda de acordo com o levantamento do Sebrae, 2/3 das empresas optantes enfrentariam sérias consequências se o Simples Nacional acabasse: 29% fechariam, 20% iriam para a informalidade e 18% reduziriam as atividades.

É preciso combater o verdadeiro cipoal tributário existente no sistema. A racionalização dos impostos trazida pelo Simples Nacional tem contribuído, significativamente, para a redução das obrigações acessórias, diminuindo o custo Brasil e melhorando o ambiente de negócios. Os desafios ainda são grandes, mas a experiência e os resultados dos 10 primeiros anos trazem força para que eventuais novos obstáculos sejam vencidos e novas vitórias sejam comemoradas. Portanto, o empreendedorismo tem sido a grande saída para aumentarmos o número de empregos porque, se queremos mais empregos, precisamos ter mais empresas. E, hoje, o empreendedorismo tem sido alternativa importante para muitos jovens que procuram trabalho, de preferência por conta própria. Por isso, nós orientamos: quer emprego, quer trabalho? Crie o seu.

Fonte: Correio Braziliense

“A economia quer avançar, mas o Estado atrapalha”, diz Afif Domingos

24-07-2017

A economia brasileira continua no fundo do poço porque os problemas políticos atrapalham o processo de recuperação, avalia o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos. “A economia parou de andar para trás e agora está letárgica. Isso ocorre porque a política atrapalha a economia. A economia está pronta para avançar, quem atrapalha é o Estado”, afirma.

Para ele, a população brasileira decidiu romper com a classe política diante da corrupção e da falta de diálogo com o poder público e tem tentado empreender diante do aumento do desemprego. O político brasileiro entende como ninguém do assunto. Ele foi um dos idealizadores do Simples Nacional, regime tributário diferenciado para pequenas empresas. E agora luta para que o mesmo seja possível para micro empreendedores individuais.

A alta de impostos, avalia Domingos, foi a única alternativa encontrada pelo governo, que tem dificuldades para aprovar reformas. “Todos esses processos pressionam a economia. Onde eu vou buscar dinheiro? A velha forma de aumentar a arrecadação. Então percebe-se que o Estado não cabe em uma nação deste tamanho”, destaca. Para ele, o Legislativo precisa debater uma reforma política para acabar com o número de legendas de aluguel e reaproximar os eleitores dos políticos. “Temos uma ruptura entre nação e Estado. Não se comunicam, não representam”, alerta. Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida ao Correio.

“Você tem as ações econômicas, mas elas dependem muito do respaldo político. E onde é que está o defeito? É na política. Temos falado muito em reforma previdenciária, muito em reforma trabalhista, e elas são importantes. Mas não falamos nada sobre reforma política, nada”

A crise econômica terminou?
A economia parou de andar para trás e agora está letárgica. Isso ocorre porque a política atrapalha a economia. A economia está pronta para avançar, quem atrapalha é o Estado.

O governo anunciou a alta nas alíquotas de PIS/Cofins. O Brasil
suporta mais aumento de imposto?

Qualquer aumento de tributo não corresponde ao aumento da arrecadação. Portanto, o governo esperava que, com o teto de gastos, o país tivesse condições de equilibrar as contas públicas, e isso influiria diretamente na taxa de juros. Com a taxa de juros em queda, teríamos um reaânimo da economia, no qual se consolidaria o aumento da arrecadação. Mas acontece que o aumento da arrecadação não aconteceu e os gastos previstos continuaram aumentando.

E os aumentos para os servidores que foram concedidos?
Todos esses processos pressionam a economia. Onde eu vou buscar dinheiro? A velha forma de aumentar a arrecadação. Então se percebe que o Estado não cabe em uma nação deste tamanho. O Estado não cabe na nação.

O governo também dá mau exemploo aumentar significativamente a liberação de emendas para garantir votos no Congresso para barrar denúncias contra o presidente Michel Temer?
Todo esse conjunto de ações demonstra que temos uma máquina pública que se retroalimenta. Se não temos uma política efetiva, uma guinada na condução do governo e uma estrutura política, o conflito com a sociedade não diminui. Falam em aumento de tributos para regular mercados, como seria o caso da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Entretanto, no Brasil, é uma medida meramente arrecadatória. Agora, quando se conversa com uma autoridade, ela vai dizer: ‘é o que nos resta fazer para não ter um vão nas contas públicas’. Esse buraco só seria coberto com mais endividamento ou com emissão de moeda, que é inflacionária.

Já está ocorrendo um descolamento entre economia e política? O empresariado continua apoiando esse governo? Como o senhor analisa essa situação?
A população não aguenta mais o noticiário político. A minha análise é que há uma saturação do assunto. Muitos pensam: ‘Quer saber do que mais? Vamos tocar a vida’. Temos sinais positivos na economia que independem do Estado, dependem do trabalho da nação. Então você pega mesmo, por exemplo, a agricultura, que tem um impacto claro positivo. Só que não é um impacto positivo nas metrópoles, mas vai olhar o interior. E esse entorno todo de agricultura, esse é o novo Brasil dos últimos 30 anos. Isso é o Brasil real. E esse Brasil real é um país que demonstra ter vitalidade. Por isso eu digo que temos o Estado atrapalhando a nação e esse choque causa esse desligamento de ‘vamos tocar a vida’.

E como se resolve essa situação?
Olha, você tem as ações econômicas, mas elas dependem muito do respaldo político. E onde é que está o defeito? É na política. Temos falado muito em reforma previdenciária, muito em reforma trabalhista, e elas são importantes. Mas não falamos nada sobre reforma política, nada.

A não ser mudanças no fundo partidário…
Mas aí é que está, esse é de interesse dos políticos. Temos uma ruptura entre nação e Estado. Não se comunicam, não representam.

Já houve essa ruptura?

Isso ocorre quando as pessoas não querem se envolver e decidem tocar a vida. Existe um certo desligamento no processo. Aí vem a história de ‘poxa vida, mas o governo e esses fatos?’. Eles olham e questionam: ‘por que vai trocar um pelo outro? Vai ficar tudo a mesma coisa’.
O senhor avalia que isso possa mudar com o pleito eleitoral no próximo ano?
Se não houver mudanças profundas nas regras, não.

Quais mudanças?
Devolver o poder para a sociedade na representação, por exemplo, o voto distrital.

Mas há quem diga que o voto distrital fortalece as grandes legendas…
Não sei por quê. O que tem de ser feita é a conexão entre o representante e o representado. Pois não existe conexão nenhuma. Se perguntar quem é o seu representante na Câmara dos Deputados, muitos não lembram nem em quem votaram. Pelo aspecto econômico, temos vitalidade. Os dados que temos mostram que o caminho da simplificação é a injeção na veia para o crescimento. Então, libera o povo. É ele que vai arrumar o caminho e vai arrumar um emprego. É exponencial o crescimento, a força do empreendedorismo. Quer emprego? Cria. E, para criar emprego, precisa criar empresa e esse processo está aí, crescimento exponencial.

Mesmo nestes anos de crise?

Claro. Temos criado um milhão de novos CNPJs por ano. É o maior programa de inclusão econômica e social do mundo. ‘Perdeu emprego? Tem que se virar’. Só que antes ele se virava na informalidade e agora pode se virar com CNPJ, pode emitir uma nota pelo programa Micro Empreendedor Individual (MEI). Quando percebemos que, em sete anos, criamos sete milhões, é o dobro da população do Uruguai. E isso é o crescimento do país aqui dentro. Essas coisas que nós temos que enxergar.

Mas os empreendedores estão pagando em dia?
Na verdade, esse processo está sendo melhor analisado porque, após criar o Portal do Empreendedor, a Receita Federal nunca mais olhou para ele e não interessa olhar porque não vai me pagar. Quer dizer, não tem interesse em arrecadar. Essa massa aí só dá trabalho. O que é o portal? O cara entra e nunca mais falam com ele. E ele reclama: “pô, se ninguém me cobrou…” Ele sabe que, se chegar perto, o Estado é corrosivo, maltrata. E quem está bancando isso somos nós, do Sebrae.

E a reforma tributária?
Estamos trabalhando nisso com a Receita. Uma proposta de preparação para uma reforma. É a padronização da nota fiscal eletrônica para estados e os municípios brasileiros.

Não existe um padrão para a nota fiscal eletrônica?
Cada ente da Federação faz a sua. Isso complica a vida do contribuinte que opera no Brasil inteiro, para cada estado, é um tipo de regra. Estamos promovendo isso, primeiro para os municípios. Padronizando as de todos os municípios e negociando com o Confaz para fazer a padronização de notas fiscais, não só para vendas interempresariais, mas também para o consumidor.

O senhor esteve recentemente com o presidente Temer, com o presidente do BNDES, Paulo Rabello, e o assessorespecial do presidente Gastão.
O Gastão é a pessoa indicada pelo Temer para coordenar no Palácio a reforma tributária com o Congresso.

Essa proposta vai para frente? Porque a gente tem ouvido que o presidente já se convenceu de que tem de passar a reforma tributária na frente da previdenciária.
Mas o presidente não fala da reforma tributária. Ele fala da simplificação tributária.

O governo tem legitimidade para fazer reformas?
Isso não é um problema de governo. Você tem um problema entre representantes e representados. Agora, se fizer reformas esperadas pela sociedade para poder produzir mais, acho que elas seriam avaliadas positivamente. Como foi a reforma trabalhista. Ninguém está contestando a legitimidade de quem votou na reforma trabalhista. Quem foi contra foram as centrais sindicais muito mais pelo interesse arrecadatório.

A reforma da Previdência deve ser aprovada?
Essa é difícil.

Isso só vai sair no outro governo?
Acredito que sim. Aí melhor representando a sociedade.

*Estagiária sob supervisão de Antonio Temóteo

Fonte: Correio Braziliense

Afif Domingos: “Hay que simplificar el comercio para aumentar los negocios”

30-05-2017

Argentina – Guilherme Afif Domingos es el presidente del Servicio Brasileño de Apoyo a las Micro y Pequeñas Empresas (Sebrae), entidad sin fines de lucro encargada de promover la competitividad y el desarrollo de este tipo de empresas. Antes de su llegada a Buenos Aires, donde hoy participará de un seminario sobre el comercio exterior de las pymes de ambos países que se realizará en la Embajada de Brasil, el directivo y político brasileño dialogó con El Cronista sobre su misión, el comercio bilateral y la crisis política y económica de su país.

–¿Por qué cree que las pymes argentinas tienen poca participación en las exportaciones hacia Brasil? ¿Deben aprender de las empresas brasileñas?
–No tenemos esos datos. Lo que sabemos es que son responsables por un poco más del 4% del valor total de las exportaciones argentinas, lo que es un escenario aún mejor (cuando se trata de porcentajes) que el que tenemos en Brasil. En nuestro país, las pequeñas empresas contribuyen con apenas 1,03% del valor total exportado. Somos nosotros los que tenemos que aprender de las pymes argentinas. Trabajando con los bancos de datos del Ministerio de Industria, Comercio Exterior y Servicios de Brasil, identificamos que el año pasado un 14% de las exportaciones de Brasil para Argentina fueron realizadas por micro y pequeñas empresas. En el mismo año, los pequeños negocios brasileños respondieron por el 12% del total de empresas que importaron de Argentina. Si desburocratizamos los procesos logísticos y aduaneros existentes entre los dos países, tendremos un incremento aún más relevante para los pequeños negocios de ambos países. Los pequeños quieren traspasar las barreras geográficas, pero los gobiernos necesitan darles un trato diferenciado para que ellos puedan competir en el mercado internacional.

–¿Cuál es el rol del Sebrae en este desarrollo y cómo puede ayudar a las empresas argentinas?
–El Sebrae actúa como promotor del debate de la facilitación comercial para las pequeñas empresas en Brasil, por medio de la desburocratización de procesos para los pequeños negocios. Entendemos que la Argentina es el socio ideal para que experimentemos simplificaciones conjuntas. Podemos contribuir con las empresas argentinas mediante dos frentes: incentivando el debate similar sobre lo que viene aconteciendo en Brasil, así como promoviendo acciones que posibiliten aumentar los intercambios comerciales entre pequeñas empresas de ambos países.

–¿Es requisito fundamental simplificar el comercio bilateral para impulsar aún más las pymes de ambos países?
–Estoy seguro de que sí. Hoy el 70% de las micro y pequeñas empresas que comienzan a exportar luego paran de hacerlo en los años siguientes porque se encuentran con dificultades logísticas, burocráticas y financieras. Hay voluntad de expandir los negocios de ambos lados de la frontera, pero estas trabas interfieren directamente en la competitividad de la pequeña empresa y no garantizan una previsibilidad necesaria para este tipo de operación comercial.
Hay algunos avances que deben ser destacados. La reglamentación de la figura jurídica del Operador Logístico Internacional en Brasil, cuyo objetivo es la facilitación de trámites aduaneros para las pymes, así como la adopción del Certificado de Origen Digital en Brasil y en Argentina. Pero todavía es necesario perfeccionar mecanismos existentes, como el Sistema de Moneda Local, que disminuye los riesgos cambiarios de las operaciones comerciales, pero cuyos costos no son atractivos. También queremos incluir en la pauta bilateral la convergencia regulatoria entre los dos países (para emisión y reconocimiento de certificados fitosanitarios, por ejemplo), así como la estandarización e integración aduanera.

–¿Cómo puede afectar la relación bilateral la actual crisis política de Brasil?
–El mercado brasileño viene demostrando indicios de recuperación. Los indicadores económicos de los últimos meses han sido positivos, a pesar de la crisis política instalada en el país. Analistas del mercado financiero han mantenido el escenario de la economía brasileña para 2017. La expectativa es que la inflación continúe cayendo y el PBI se mantenga con crecimiento estable en 0,5%. Para los especialistas, el índice que mide la inflación debe cerrar el año en 3,92%, incluso por debajo de la meta perseguida por el Banco Central de Brasil, de 4,5%. Es decir, un escenario estable para que las empresas puedan planear sus estrategias de venta, incluso expandirse para el mercado internacional.

–¿Qué posibilidades existen de crecimiento del comercio bilateral en este contexto?
–Del 2003 al 2015, la corriente de comercio bilateral creció 150%: pasó de u$s 9240 millones a u$s 23.090 millones. En 2016, alcanzó los u$s 22.500 millones. La Argentina es el tercer país en el ranking de exportación brasileña, con 7% del total, mientras Brasil es el principal mercado para las exportaciones argentinas.

Fonte: El Cronista

Favela Mais

23-05-2017

Nada, nem ninguém, contou melhor a vida e o drama das favelas brasileiras do que o nosso próprio samba. A rotina, os problemas, a alegria das comunidades -tudo foi eternizado por belas letras, como a de Arlindo Cruz: “O povo que sobe a ladeira ajuda a fazer mutirão/ Divide a sobra da feira e reparte o pão, reparte o pão/ Como é que essa gente tão boa, é vista como marginal/ Eu acho que a sociedade está enxergando mal”, diz a letra da canção “Favela”.

Somente quem já andou, ou vive, numa favela sabe que ali estão pessoas que tocam seu próprio negócio. À margem dos governos e da lei, funcionam freneticamente mercearias, salões de beleza, borracharias, uma infinidade de serviços e vendas. É o verdadeiro empreendedorismo de massa que precisa ser reconhecido formalmente.

Um barreira dificultava isso: a maioria dos estabelecimentos é irregular, em terrenos e casas sem escritura. Isso impedia que prefeituras e Estados reconhecessem os negócios. Com muito esforço, batalhamos pela atualização da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e conseguimos mudar essa realidade.

Agora em maio, o Sebrae -em parceria com a Central Única das Favelas (Cufa), o Ministério do Desenvolvimento Social e a Prefeitura de São Paulo- dará o pontapé inicial no Favela Mais, um projeto inovador que pretende transformar em MEI (microempreendedores individuais) as pessoas que trabalham por conta própria nas favelas.

A proposta prevê aplicação do programa Super MEI, lançado em parceria com o Sebrae-SP, que oferece cursos profissionalizantes.

Segundo o IBGE, são mais de 16 milhões de pessoas que residem nessas comunidades. Cerca de 40% gostariam de ser “donos de seus próprios narizes”, conforme pesquisa do Data Favela, com apoio do instituto de pesquisa Data Popular e da Cufa.

Para muitos moradores, o empreendedorismo é um mecanismo de inclusão, de geração de renda e de realização profissional. Além disso, este conjunto movimenta algo em torno de R$ 80 bilhões na compra de produtos e serviços, segundo estes institutos.

Para que isso aconteça, porém, é preciso respeitar a cultura local, o modo de viver dessas comunidades. O Sebrae, em conjunto com a Cufa e as esferas de governo, vai conversar com essa população por meio de seus próprios canais -as redes sociais, as rádios e os comunicadores das favelas. São eles que vão convocar os moradores para se inscreverem como MEIs, com orientação, consultoria e microcrédito.

Com menos burocracia, o Favela Mais vai começar pelas comunidades paulistanas de Heliópolis e Paraisópolis. Depois, Rio de Janeiro e as demais capitais e cidades que possuem esse tipo de ocupação.

O programa vai ligar várias pontas: promover a capacitação de empresários locais, integrar entidades representativas da comunidade, incentivar o empreendedorismo e a formalização das empresas.

Temos ainda uma grande novidade. A parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social vai permitir que os beneficiários do Bolsa Família possam encontrar no empreendedorismo uma porta de entrada para a autossustentabilidade.

Pesquisa da Fundação Perseu Abramo mostrou que a população da periferia de São Paulo deseja ser empreendedora. Utiliza como justificativa os ideais de não ter mais patrão, ter mais flexibilidade para gerir seu tempo, poder abrir o próprio negócio para trabalhar em casa, além da possibilidade de deixar patrimônio e herança para a família.

É para ajudar a realização desses sonhos que o Sebrae tomou a iniciativa do Favela Mais. Mais empresas, mais empregos, mais inclusão, mais qualificação.

GUILHERME AFIF DOMINGOS é diretor-presidente do Sebrae Nacional. Foi ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (governo Dilma Rousseff) e vice-governador do Estado de São Paulo (governo Geraldo Alckmin).

Fonte: Artigo da Folha de São Paulo

Pequenas negócios evitam agravamento do desemprego no Brasil

17-05-2017

Apesar das micro e pequenas empresas quase não serem lembradas nas políticas econômicas, são elas que estão dando resposta à crise, com geração de emprego e renda no Brasil. Mais que isso. O empreendedorismo é visto pelos próprios brasileiros como a melhor porta de entrada para sua independência financeira e sua realização pessoal.

No mês de abril, os pequenos negócios foram responsáveis pela criação de 92% das vagas de trabalho. Do total de 59.800 novos empregos, 54.900 foram oriundos desse segmento de empresas. O número é mais de 20 vezes superior ao das médias e grandes, que incorporaram aos seus quadros de funcionários 2.594 pessoas, no mês passado.

Os dados são do levantamento feito mensalmente pelo Sebrae com base nos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho. O Sebrae adota os critérios definidos na Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas para elaborar sua metodologia, considerando o porte das empresas, que tem por base o setor econômico e a faixa de empregados.

Ao analisar os primeiros 4 meses de 2017, constatamos que os pequenos negócios aumentaram seus quadros de funcionários em 104,6 mil, enquanto que as médias e grandes empresas apresentaram um saldo negativo de 129,4 mil. No mesmo período de 2016, as micro e pequenas empresas haviam registrado saldo negativo de 65.100 empregos, o que pode estar sinalizando uma mudança do quadro de geração de empregos no país, por parte desse segmento da economia. Em outras palavras, os pequenos negócios evitam o agravamento do desemprego no país.

No mês passado, os pequenos negócios apresentaram saldo positivo em todos os setores. Quem mais gerou vagas foram as empresas do setor Serviços, com a criação de 30.200 postos de trabalho. Em segundo lugar ficou a Agropecuária, com a geração de 7.000 novas vagas de emprego. Já os pequenos negócios que atuam no Comércio geraram 6.900 novas vagas de emprego, enquanto os da Indústria registraram criação de 4.300 empregos. O Comércio interrompeu uma sequência de saldos negativos que vinham sendo apresentados desde o início deste ano. Este pode ser um bom sinal de recuperação.

Em abril, no ranking por Estado, quem mais gerou vagas foi São Paulo, com 23.800 novos postos de trabalho, seguido por Minas Gerais, com 9.400 postos. Apenas 5 das 27 unidades da Federação registraram saldos negativos de empregos. Foram elas: Rio Grande do Sul, Alagoas, Maranhão, Rio Grande do Norte e Acre. Juntas elas apresentaram um saldo negativo de 1.500.

Se quisermos ter uma visão global da força dos pequenos negócios, não podemos olhar apenas para a geração de empregos. O Sebrae utiliza, na definição de suas políticas para micro e pequenas empresas, a GEM, Global Entrepreneurship Monitor, o principal estudo do mundo sobre empreendedorismo.

Desde que começamos a fazer a pesquisa GEM, há 17 anos, o empreendedorismo tem se mostrado uma ferramenta de desenvolvimento econômico, que traduz o desejo de muitos brasileiros. Atualmente, ter um negócio é o 4º sonho da nossa população, atrás de viajar pelo Brasil, comprar a casa própria ou ter um automóvel. Segundo a pesquisa, 36% dos brasileiros possuem um negócio ou realizaram alguma ação, no último ano, para ser dono da sua própria empresa.

Nessa edição de 2016, a GEM nos traz uma boa expectativa para o futuro: verificamos que o empreendedorismo por oportunidade voltou a crescer. 75% dos empreendedores nascentes –aqueles que estão envolvidos com a abertura de uma empresa– estão buscando esse caminho porque encontraram um nicho de atuação. Houve uma ligeira melhora na proporção de novos negócios por oportunidade. Foram 57,4% em 2016, contra 56,5%, em 2015.

Os dados positivos da GEM não param por aí. As mulheres já respondem por 51% dos empreendimentos iniciais. Essa informação mostra que o aumento da participação feminina no mercado de trabalho também tem se refletido no empreendedorismo. Isso é extremamente positivo para o Brasil, pois as mulheres tendem a investir mais em capacitação e têm mais acesso à informação, o que pode ajudar na construção de empresas mais sólidas e lucrativas.

Os mais velhos e os mais novos também estão procurando mais o empreendedorismo, como alternativa de ampliação da renda familiar. Se, em 2012, 7% dos empreendedores iniciais tinham mais de 55 anos, em 2016 esse número saltou para 10%. Já os brasileiros empreendedores entre 18 e 24 anos passaram de 18%, em 2012, para 20% no ano passado.

A GEM 2016 nos mostra que a recuperação da economia passa, necessariamente, pelo empreendedorismo. Mas é preciso que o governo crie mecanismos que facilitem e incentivem os pequenos negócios. A capacidade do brasileiro para empreender e a grande quantidade de oportunidades que o país ainda oferece não podem ser desperdiçados.

Fonte: Poder 360 – Artigo publicado (Opinião)