“Devo a vocês a minha eleição para a presidência do Sebrae. Juntos estaremos restaurando o prestígio e as tradições da CACB e o seu poder de representatividade. Portanto, companheiros, essa presidência não me pertence, mas a todos que compõem este grandioso sistema que é o das Associações Comerciais de todo o Brasil.
Da mesma forma, assumir este posto em nome da Confederação não significa que chego ao Sebrae em nome de uma facção. A unanimidade dos votos que obtivemos na eleição significa a vitória da proposta de aliança da classe empresarial brasileira.
Nossa missão é muito importante nesse momento histórico que o País está vivendo. O presidente eleito tem como tarefa outorgada pelo povo promover as reformas que libertem o País do atraso a que foi submetido por uma estrutura de estado que impede o desenvolvimento da Nação.
O mundo inteiro reconhece que serão a micro e a pequena empresa os carros-chefes do desenvolvimento, pois incorporam, ao mesmo tempo, tecnologia e geração de empregos.
Através do processo de terceirização os gigantes empresariais estão buscando parceria com as pequenas empresas para ganhar a produtividade e a eficiência perdidas na ineficiência das suas estruturas burocráticas.
A reengenharia empresarial, para usar um termo tão em moda, busca este tipo de aliança. As pequenas unidades pensantes se transformaram nas estruturas ágeis que a economia moderna exige. Investir na micro e pequena empresa não é uma atitude paternalista, mas uma estratégia para atingir a eficiência e chegar ao desenvolvimento com justiça social.
A pequena empresa é o caminho da democracia econômica, sem a qual a democracia politica não sobrevive. E democracia econômica é o sistema pelo qual o trabalhador de hoje pode almejar ser o empresário de amanhã.
Companheiros, a nossa tarefa é apresentar ao nosso governo uma proposta que sintetize os nossos anseios: o Estatuto da Micro e Pequena Empresa. Por este estatuto vamos garantir a redução da carga tributária, a eliminação de obrigações administrativas, a diminuição dos encargos previdenciários e trabalhistas e o acesso ao crédito, que no Brasil é vedado aos pequenos.
Os banqueiros desaprenderam a nobre missão de conceder crédito. Os juros se tornaram extorsivos para as atividades lícitas e, especialmente, para as micro e pequenas empresas. Quando um pequeno empresário vai buscar um crédito de longo prazo se exige dele 140% de garantia real. Os computadores dos bancos não sabem ler o que é ser, mas só entendem o que é ter. Se o indivíduo tem, pode ter crédito. Mas se só tem a oferecer talento e uma grande ideia, está alijado do processo de desenvolvimento.
A solução é o Fundo de Aval para as micro e pequenas empresas a ser implementado pelo Sebrae em parceria com o sistema financeiro.
Companheiros, para estas conquistas, mais do que nunca, precisamos da mobilização de todos os envolvidos com a nossa causa. Você não pode falhar.
Olho Vivo Cidadão.”