BAHIA – A artesã Maria Regina Soares trabalhava com artesanato variado, identificando o seu lado empreendedor. Até que um primo que estudava Engenharia de Pesca repassou a Regina uma apostila sobre o beneficiamento da pele da tilápia, para que ela ampliasse melhor a visão empreendedora. “Tentei fazer sozinha e não consegui. Resolvi então procurar os profissionais que mantinham um curso de capacitação sobre a pele da tilápia e aprendi todo o passo a passo de produção e consegui chegar ao ponto certo”.
Maria Regina, que havia criado a Associação do Grupo de Artesãos Produtores de Paulo Afonso (Agappa) com sua mãe, decidiu fazer do uso da pele do peixe um projeto da associação. Ela entrou em contato com uma empresa do município de Paulo Afonso que trabalha com a tilápia e jogava a pele fora. “Mostrei interesse em conseguir a doação das peles. Oficializei tudo e comecei a receber a matéria-prima. Hoje a Agappa recebe da empresa, a cada três meses, cerca de 150 kg de pele já sem escama”, explica.
Ao ver que o trabalho estava dando certo, Regina buscou a qualificação de seu trabalho para aprimorar as peças de artesanato. Participou de cursos de capacitação, em que aprendeu a técnica de curtimento da pele da tilápia e o manuseio de peças e artefatos em couro.
Segundo a artesã, a comercialização dos produtos é mais dinâmica durante os meses de dezembro e janeiro, quando há maior fluxo de visitantes em Paulo Afonso, mas, nas férias escolares de julho, também é registrado bom movimento. “O trabalho é manual e demorado, mas sempre nos planejamos para que não falte o produto nesses períodos”, diz ela, acrescentando que há certa aceitação do produto com o público regional. “Mas a curiosidade é mais dos turistas”, completa Regina.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias.