SÃO PAULO – Em meio à crise hídrica de São Paulo, o engenheiro mecatrônico Pedro Ricardo Paulino, 45 anos, ganha dinheiro “fabricando” água. Ele criou a Wateair, máquina que condensa a umidade do ar e produz água. Até hoje, 70 unidades já foram vendidas. O preço de cada uma varia de R$ 6 mil a R$ 350 mil.
Apesar de patentear a ideia em 2010, Paulino deu início às pesquisas para a produção da máquina em 1990, quando era engenheiro de uma multinacional. Na época, a empresa tinha como missão produzir água para equipamentos de hemodiálise de países africanos, mas por falta de tecnologia, o projeto foi abandonado no fim de 1996. Dois anos depois, o empresário foi trabalhar na China, onde aproveitou para ganhar conhecimento no setor e nas novas tecnologias que surgiam na Ásia. “Quando voltei ao Brasil, em 2004, retomei o projeto de maneira individual. Cinco anos depois, consegui finalizá-lo e, em 2010, adquiri a patente e montei a empresa”, afirma o engenheiro.
De acordo com Paulino, a Wateair absorve o ar em altíssima quantidade. Este ar coletado é desidratado, ou seja, as moléculas de água do ar são condensadas e viram líquido. A água obtida pelo sistema é purificada por filtros e raios ultravioletas. Por fim, são acrescentados sais minerais. A água fica, então, armazenada em um reservatório da máquina, pronta para o consumo.
Até hoje, a empresa já vendeu cerca de 70 unidades. Os perfis dos compradores, segundo o empresário, mudaram nos últimos meses. “Uns anos atrás, 98% das minhas vendas estavam ligadas ao governo do Brasil e de outros países. Hoje, por conta dos racionamentos e por medo da água acabar, tenho clientes de todos os tipos. Desde indústrias farmacêuticas e hospitais, até restaurantes e pousadas”, afirma.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios