MATO GROSSO DO SUL – Em Mato Grosso do Sul, o tereré, uma bebida gelada feita com erva-mate, deu origem a um negócio lucrativo. Um pequeno empresário de Campo Grande montou uma franquia e agora faz sucesso com a venda de produtos e acessórios para o consumo da bebida típica da região.
A bebida nasceu no Paraguai, mas atravessou a fronteira para virar um símbolo cultural de Mato Grosso do Sul. No estado, é comum encontrar pessoas consumindo o tereré nas ruas e praças, em meio a uma boa conversa. “Para nós é uma tradição, é um meio de encontrar os amigos, de fazer novos amigos”, diz a fisioterapeuta Tessa Rodrigues.
Por tradição, o tereré é servido em um recipiente produzido com chifre de boi, mais conhecido como guampa. Para beber, a bomba age como uma espécie de filtro.
Hoje, existe no mercado uma variedade de acessórios ligados ao tereré. De olho nesta oportunidade de negócio, o empresário Léo Wenóli abriu uma rede de franquias especializada neste símbolo da cultura sul-matogrossense. O negócio foi criado em 2010, e conta, atualmente, com duas lojas em Campo Grande.
O tereré tem um sabor bastante amargo. Os mais tradicionais procuram a erva-mate pura, que é mais forte. Mas a loja de Wenóli também vende outros 30 tipos e marcas do produto – tem até de menta, limão e canela. A franquia vende até 2 mil quilos de erva-mate nos meses mais quentes.
O empresário recorreu à orientação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Campo Grande (Sebrae-MS) antes de abrir a rede de franquias. Ele participou do projeto “Nascer bem”. A capacitação ajuda o empreendedor a estruturar e gerenciar o novo negócio, com o objetivo de garantir a sobrevivência da empresa no estágio nascente.
“O Sebrae não é só para micro e pequenas empresas não, é para as empresas que querem ser grandes. Então, ele sempre está junto com a gente”, diz Léo Wenóli. “A gente participou do ‘Nascer bem’, fizemos cursos, desenvolvemos, aprendemos, e a gente, com certeza, percebe a diferença no nosso dia a dia e no nosso negócio.”
Cerca de 700 empresas de Mato Grosso do Sul participam do projeto. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Sebrae, a cada 100 empresas criadas no Brasil, 76 seguem em atividade após o segundo ano de vida.
“Hoje nós temos empresas acompanhadas e esse índice de sobrevivência (…) aumentou para 94%”, diz Lucielle Lima, do Sebrae de Campo Grande.
O empresário Antônio Branco Filho abriu uma franquia da rede em 2011. O investimento para adquirir o negócio e o estoque inicial de produtos foi de R$ 35 mil. A loja deu certo e ele acabou virando sócio do franqueador.
“Nós temos expectativas, projeções para o ano que vem, de abrirmos mais uma ou duas lojas aqui mesmo em Campo Grande”, explica.
O faturamento da franquia de tereré gira em torno de R$ 70 mil por mês. A maior fonte de renda da rede ainda vem das vendas pela internet. Mais de 20 mil clientes, dentro e fora do Brasil, já estão cadastrados na loja virtual.
As vendas on-line são responsáveis por 70% do faturamento da empresa. Mas o empresário Léo Wenóli quer expandir a rede e levar o tereré para outros estados do país.
“O e-commerce tem a vida dele totalmente separada das franquias, mas com certeza, pela quantidade de pessoas que entram em contato com a gente, nós teremos várias lojas no Brasil inteiro, tenho certeza disso”, aposta o empresário.
Fonte: G1