A valorização ou a desvalorização do dólar interfere diretamente no câmbio do resto do mundo, e com a alta da moeda, o dinheiro do empreendedor brasileiro vale menos e as compras pesam mais no bolso. Consequentemente, muitas empresas que dependem ou lidam com produtos importados podem ter seus resultados afetados. Por isso, a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios conversou com empreendedores para mostrar o que as empresas estão fazendo para atenuar os efeitos da desvalorização do real.
A tradicional rede de padarias Benjamin Abrahão, de São Paulo, usa farinha de trigo importada do Canadá no preparo de seus pães e doces. Segundo Raquel Abrahão, gerente de marketing da empresa, a padaria está se esforçando para não repassar a alta do dólar ao consumidor. Para manter o preço dos produtos por enquanto, a empresa está cortando gastos em um esquema de “otimização do trabalho”. Os funcionários estão sendo alocados em várias frentes e ajudando na produção dos alimentos mais requisitados pelos consumidores. “Dessa forma, conseguimos reduzir o pagamento de horas extras dos empregados que ficavam mais tempo no trabalho”, diz Raquel.
Já a loja online Cerveja Store ainda não foi afetada pela alta do câmbio, mas a empresa já tem uma estratégia definida para repassar o mínimo possível do aumento ao consumidor. Um dos recursos é importar em grande quantidade para conseguir descontos. Outro é sacrificar o bolso. “Para não aumentar o preço, vamos interferir no nosso lucro, o que é ruim, já que a nossa margem já é muito pequena”, diz Janaína Vicentim, sócia da loja.
Outro recurso que pode ser utilizado por quem quer proteger seu empreendimento da desvalorização do real é a compra de contratos de dólar futuro da Bolsa de Mercados e Futuros (BM&F), ligada à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nessa modalidade, comprador e vendedor se comprometem a fazer uma transação em uma data futura, mas com a cotação do dólar do dia em que o negócio foi fechado.
Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios