Piracicaba no ranking da inovação

30 de agosto de 2013
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SÃO PAULO – O Fórum Econômico Mundial anunciou nesta terça-feira (27), em Nova York, uma lista com as empresas que considera ser as 36 mais inovadoras do mundo. A brasileira Bug Agentes Biológicos, de Piracicaba (SP), companhia que controla pragas em lavouras de agriculta com o uso de insetos, aparece na lista.

O prêmio Pioneiros da Tecnologia reconhece corporações pelo seu potencial de transformar o futuro da sociedade e dos negócios. É a primeira vez que uma empresa da América Latina é premiada.

A empresa já ganhou outros dois prêmios internacionais em 2012: foi eleita a empresa mais inovadora do Brasil pela revista norte-americana “Fast Company”, e foi premiada na área de sustentabilidade com o World Technology Award, promovido nos Estados Unidos.

Segundo o relatório do fórum, a biotecnologia usada pela Bug para acabar com as pragas é uma alternativa mais “amiga do ambiente” se comparada ao uso de agrotóxicos e outros produtos químicos.

“Esse prêmio é diferente. O fórum enxergou na Bug uma empresa que está fazendo algo diferente para mudar a questão da contaminação de alimentos e tudo que ela envolve”, diz Diogo Carvalho, 33, sócio-fundador da empresa.

Os campeões do prêmio permanecem por cinco anos entre os pioneiros, para trocar experiências globais e ajudar outros membros do fórum a entender melhor como os negócios e a sociedade estão se transformando.

“Além de levar o nome da empresa, o prêmio dá mais credibilidade ao controle biológico de pragas. O produtor tem mais segurança para acreditar na nossa tecnologia e procurar nosso trabalho”, diz Carvalho.

O NEGÓCIO

A empresa produz insetos para controle de pragas desde 2000, quando iniciou sua trajetória na incubadora da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em Piracicaba.

Os parasitoides –no caso, vespas — agem nos ovos de pragas antes que as larvas se tornem lagartas. Os insetos protegem culturas milho, soja, feijão e cana-de-açúcar.

“Com a proibição da Anvisa a alguns lotes de inseticidas, e com a grande resistência de insetos a produtos químicos, a demanda nos últimos três anos cresceu muito”, afirma Carvalho.

A empresa também está expandindo seus negócios. Os insetos produzidos e comercializados pela companhia estão ajudando a combater uma nova praga que tem causado prejuízo Estados como Bahia e Goiás.

Para a liberação dos insetos nas plantações, o agricultor paga cerca de R$ 30 por hectare.

“Estamos expandindo para atender o crescimento das culturas de soja, milho, feijão e cana-de-açúcar”, diz o empresário. Segundo ele, o mercado brasileiro está tão aquecido que a empresa não tem planos de exportar sua tecnologia.

A companhia é administrada pelos seus dois sócios-fundadores –Carvalho e Heraldo Negri, 44–, o fundo de investimento Createc (parceria entre o BNDES e o Banco do Nordeste) e a empresa de participação Trigger.

Atualmente, cerca de 60 funcionários trabalham em suas duas unidades de operação em Piracicaba e Charqueada, em São Paulo.

 

Fonte: Folha de S. Paulo

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