SÃO PAULO – Um levantamento realizado pelo Sebrae-SP por meio de dados do Portal do Empreendedor revelou que o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) no Vale do Paraíba e Litoral Norte aumentou 734,49% entre os meses de julho de 2010 e 2013. O salto foi de 4.628 para 38.620 formalizações.
Ainda segundo o Sebrae, São José dos Campos foi a cidade com a maior variação em números absolutos, passando de 1.372 para 10.031 no período, uma alta de 631%. Em seguida vieram Taubaté, com 4.445 microempreendedores (938%) e Jacareí, com 2.529 (716%), mas em dados proporcionais foram os pequenos municípios que tiveram maior crescimento.
Em Natividade da Serra, por exemplo, a alta desse tipo de negócio foi de 8.700%, o maior da região. Em três anos a cidade passou de um para 88 empreendimentos. Desempenho parecido teve Lagoinha, que foi de um para 82 microempreendedores, alta de 8.100%. Igaratá, com crescimento de 5.050%, ficou com a terceira posição.
Para Augusto Reis Ferreira, gerente regional do Sebrae em Guaratinguetá, esse crescimento foi bom, porque mais profissionais formalizados contribuem para o desenvolvimento da sociedade. “Isso é excelente, pois gera empregos, gera novos negócios formalizados, dinamiza a economia local. Acredito que os empreendedores informais estavam esperando para ver a seriedade da lei e se os benefícios realmente viriam, principalmente aos ligados a acesso a serviços bancários e as questões dos benefícios previdenciários”, disse.
O gerente orienta ainda as pessoas interessadas em sair da informalidade. “É fundamental conhecer o negócio que pretende abrir e buscar informações para elaborar um plano de negócios detalhado. Isso facilita o acesso a crédito e outros serviços bancários, possibilita a participação em licitações de prefeituras, que muitas vezes dão preferencias por fornecedores locais, e permite ainda divulgar os produtos e serviços nos meios de comunicação”, reiterou.
Uma demissão motivou a diarista Maria Tatiane Toledo da Silva, de 26 anos, a buscar deixar de ter patrão. Ao deixar o trabalho de caixa em um supermercado de Potim, ela resolver investir no próprio negócio. A família trabalha na construção de uma edícola na frente de casa, no centro da cidade, para lançar uma lanchonete. “Já procurei a prefeitura e o Sebrae para buscar orientação. Quero vender sorvetes e lanches, que é algo que não tem muito na região. Vi que era hora de mudar, ter meu próprio negocio e trabalhar para mim mesma”, explicou a jovem.