A falta de qualificação não atinge apenas a mão de obra formal na iniciativa privada. A recente greve nas universidades federais reacendeu o debate sobre a qualificação profissional também no meio docente. O projeto de lei aprovado no Senado Federal, que aumenta a exigência nas universidades do percentual mínimo de mestres e doutores no corpo docente de um terço para 50%, voltou à pauta durante as negociações da greve. Ainda que a medida só tenha validade entre as universidades, a quantidade atual de mestres e doutores no país não é suficiente para atender a demanda. A matéria ainda será analisada pela Câmara dos Deputados, antes de ir à sanção presidencial.
A baixa qualificação da mão de obra também foi tema de recente debate na FGV, onde o problema foi apresentado como comum a toda a América Latina. Durante o evento, o diretor do MIT-Brazil Program, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), afirmou que um dos fatores que explicam o problema é o baixo retorno financeiro dos investimentos em educação. Ele ressaltou que nos países desenvolvidos o retorno para cada ano de educação é superior a 12%, enquanto na América Latina esse percentual não chega a 7%.
Mesmo assim, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados pelo Ministério do Trabalho, houve um aumento no número de trabalhadores qualificados no Brasil: dos 2,242 milhões de empregos formais criados no país em 2011, 25% possuíam ensino superior completo e 1,1% dos trabalhadores possuem mestrado ou doutorado, somando 26,1% com alta qualificação. Uma participação bastante superior ao número de trabalhadores com o mesmo nível educacional.
Fontes: Valor Econômico e Correio Braziliense