Criada pela menina Isadora Faber, de 13 anos, para reclamar sobre as más condições de sua escola, a página “Diário de Classe” já ultrapassou 170 mil fãs no Facebook. O objetivo inicial da menina era mostrar a verdade sobre a escola pública, registrando em texto, foto e vídeo os problemas do cotidiano, como portas quebradas e fiação elétrica exposta. Mas logo alcançou uma repercussão estrondosa, despertando o interesse da mídia e de profissionais da educação, e Isabela virou notícia nos jornais e sites.
Porém, apesar do sucesso do diário na rede social, a menina sofreu retaliações no ambiente escolar. Colegas se afastaram, e professores a criticaram: “Ninguém me apoiou dentro da escola, os professores são contra e funcionários também. Eles fazem cara feia para mim, dão indiretas. Meus colegas me apoiam no Facebook, mas na escola não”, disse a estudante à imprensa. O caso chamou a atenção da Secretária de Educação de Florianópolis, Sidneya Gaspar de Oliveira, que caracterizou a iniciativa de Isadora como “brilhante” e “saudável” e já providenciou reformas no estabelecimento.
Para Afif, a reação negativa dos professores à ação da aluna mostra que a metodologia da maioria das escolas públicas ainda está no “GLS” – Giz, Lousa e Saliva. Um sistema onde não existe sintonia entre o ambiente escolar e o mundo digital a que os alunos estão habituados. “Aquilo com que o jovem se depara hoje na escola nada tem a ver com o ambiente virtual que ele encontra na Lan House ou no seu computador pessoal. É preciso formar professores sintonizados com a tecnologia e o meio virtual. Estes serão cada vez mais numerosos no mercado. Portanto, os docentes não precisam ter medo de serem ultrapassados pela tecnologia, mas sim por professores conectados e preparados para lidar com essa nova realidade dos jovens de hoje”.