A última pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) informou que o Brasil já possui a maior malha de rodovias pedagiadas do mundo. Porém, apesar da liderança no ranking, esta estrutura ainda deixa muito a desejar no quesito qualidade. Do total, apenas 12% possui asfalto – na Índia, por exemplo, a malha pavimentada é equivalente a toda a malha brasileira, de 1,7 milhão de km – e, de acordo com a CNT, mais da metade destas rodovias asfaltadas está em condição regular, ruim ou péssima. A situação desfavorável estende-se para outros setores de infraestrutura: “Estamos muito mal. Não temos estradas, ferrovias e hidrovias”, lamenta o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha Duarte.
Segundo dados do setor de agronegócio, a ineficiência da infraestrutura e logística nacionais faz com que o segmento perca em torno de US$ 4 bilhões por ano. De acordo com os produtores de soja e milho do Mato Grosso, por exemplo, a malha ferroviária precisa ser ampliada, pois é a melhor opção de transporte para escoamento da produção.
Neste cenário, o pacote de concessões lançado na semana passada pelo governo federal é emergencial para a melhoria de uma infraestrutura já existente, e que beneficiará principalmente setores como o do agronegócio.
Em recente discurso na Fenabrave, Afif lembrou que o Brasil é um país desorganizado em termos de infraestrutura: “Nós temos produção onde não tem estrada e tem estrada onde não tem produção. Precisamos aliar a estratégia do poder público com a capacidade da iniciativa privada buscando dar infraestrutura ao nosso desenvolvimento, e reunir as vantagens comparativas e competitivas do Brasil que nenhum outro país no mundo tem: agricultura e mineração. Agroindústria e minério-industrialização. E então ninguém vai conseguir segurar o desenvolvimento do país”, disse.
Fontes: O Estado de S. Paulo e Valor Econômico