Sem o planejamento adequado, o dono de pequeno negócio que alcança o mercado externo, acaba por desistir da exportação. É o que aponta pesquisa realizada pelo Sebrae, que mapeou os obstáculos que desmotivam os empresários de micro e pequeno porte a manter vendas para fora do país. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, mais de dois mil empreendimentos que exportaram em 2015 deixaram de exportar nos anos seguintes. Segundo o estudo do Sebrae, os principais entraves identificados pelo estudo foram a falta de preparação dos empresários para atuarem no mercado externo, a burocracia administrativa e a complexidade dos procedimentos de exportação. Na pauta dos produtos mais exportados por pequenas empresas brasileiras estão: moda feminina, pedras preciosas, calçados, móveis, produtos de perfumaria, entre outros.
A pesquisa revelou que 61% dos empresários entrevistados afirmaram não conhecer os acordos internacionais e 83% admitiram que não tinham realizado nenhuma capacitação voltada para o comércio exterior. Para 71% dos empresários que exportavam até 2015, o principal argumento citado como motivação (71%) para vender para o mercado externo foi a identificação de uma demanda internacional. Ao mesmo tempo, a retração do interesse do mercado estrangeiro foi apresentada por 46% dos entrevistados como o motivo mais relevante que os fez deixar de exportar. “Esse comportamento mostra que o dono do pequeno negócio que atua no comércio exterior não chega a se planejar para conquistar esse espaço de forma consistente. Sua presença no mercado internacional depende principalmente do interesse de compradores”, analisa o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
Ainda segundo a pesquisa do Sebrae, 83% dos empresários entrevistados não receberam nenhum apoio governamental para exportar seus produtos. Apesar disso, 78% dos empreendedores têm planos de voltar a negociar produtos ou serviços para o exterior. A maior parte dos pequenos negócios que exportaram seus produtos (57%) vendeu até R$ 50 mil. “O Brasil tem um enorme mercado consumidor. É natural que uma parte significativa do empresariado se concentre em direcionar atuação apenas ao consumo interno. O problema é que se a empresa não for competitiva para exportar, ela não vai ser competitiva para sobreviver no mercado interno. É fundamental aumentar a competitividade, o valor agregado dos produtos. Pra isso, a pequena empresa tem que se preparar e focar na produção e qualidade do seu produto. E por isso, o Simples Internacional é tão importante para os empresários de pequenos negócios”, ressalta Afif, em referência ao regime simplificado de exportação para as MPE optantes do Simples. Criado em 2016, o sistema prevê a habilitação de operadores logísticos para simplificar os procedimentos de exportação para os pequenos negócios. O Operador Logístico Internacional oferece logística integrada, recolhendo o produto a ser exportado pelo pequeno empresário e entregando para o seu cliente no exterior, assumindo todas as responsabilidades aduaneiras com relação à custódia de mercadoria, emissão de documentos, despacho aduaneiro, transporte interno e transporte internacional, deixando o empresário livre para cuidar de seu negócio, sem se preocupar com a tramitação burocrática. A pesquisa do Sebrae mostrou que apenas 28% dos empresários que já exportaram conhecem o Simples Internacional, que conta atualmente com dois operadores habilitados.
Veja mais informações sobre o estudo na página da Agência Sebrae de Notícias.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias