“Santa Catarina é o exemplo prático de tudo o que eu prego”, disse Guilherme Afif Domingos, presidente do Sebrae Nacional, durante passagem por Florianópolis nesta sexta-feira (11). Na Capital para realizar palestra, Afif Domingos disse que o Estado é um modelo para o país por sustentar sua economia em pequenos e médios negócios. Durante o encontro, ele ainda reafirmou a pré-candidatura à presidência pelo PSD.
“Os pequenos carregam o país nas costas”, afirmou. A defesa de micro e pequenas empresas é uma bandeira que o político carrega há muitos anos, mas que tem esbarrado em “uma visão distorcida de desenvolvimento econômico”, diz. Segundo ele, os privilégios dados aos grandes vão na contramão do que o Brasil precisa.
Um dos exemplos desta distorção é o Refis, programa de refinanciamento de dívidas das empresas. Para Afif Domingos, houve má vontade política ao fazer o Refis das micro e pequenas empresas, o que não houve no caso das grandes. A proposta foi vetada pelo presidente Michel Temer em janeiro, mas o Congresso derrubou o veto. Segundo o Sebrae, as dívidas de 600 mil empresas cadastradas no Simples Nacional é de R$ 21 bilhões.
Por outro lado, ele afirma que Santa Catarina é destaque em democracia econômica. Isto porque a economia do Estado é formada por pequenos comércios, pequenas indústrias e pequenas propriedades rurais. Para ele, sem essa democracia econômica, não há como promover democracia política.
Mesmo com diversas políticas públicas que dificultam o desenvolvimento do pequeno empreendedor, o setor mostra números importantes. Segundo o Sebrae, nos últimos 10 anos, as micro e pequenas empresas obtiveram um saldo de geração de empregos positivo de mais de 11 milhões de vagas, contra um saldo negativo nas grandes empresas de 1,4 milhão.
Para Afif Domingos, a população reconhece que as micro e pequenas empresas têm um papel fundamental na economia, “falta só avisar lá em cima”, diz. Ele acredita que um dos principais fatores a serem enfrentados é a concentração do crédito. Hoje, mais de 80% do mercado financeiro é controlado por cinco bancos.
“A globalização não chegou aos pequenos”, explica. Ele diz que as barreiras burocráticas hoje são muito mais problemáticas do que as barreiras físicas, e que isso dificulta, principalmente, o acesso de micro e pequenas empresas no mercado internacional. Afif Domingos ainda critica a concentração de mídia e recursos e defende a pulverização das decisões. “É muito Brasília e pouco Brasil”, conclui.
Candidatura
Afif Domingos disse que vai se reunir com correligionários do PSD de Santa Catarina para discutir estratégias para as eleições de outubro. Segundo ele, seu nome está à disposição do partido, mas a definição só ocorrerá nas prévias internas do PSD, em julho ou agosto. “Sou candidato a candidato”, diz.
Ele não descarta a possibilidade de formar chapa com outro nome na cabeça. Segundo Afif Domingos, lideranças do partido manifestaram desejo de compor unidade com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).