Brasília – O Sebrae lançou nessa quinta-feira (22), uma nova estratégia para o atendimento destartups no país: o sebraelab. A primeira unidade, uma versão simplificada do projeto, foi inaugurada na Universidade Corporativa do Sebrae, em Brasília (DF). Uma segunda estrutura do projeto será inaugurada ainda este ano, em Belo Horizonte (MG), e, até o final de 2017, a ideia é que um sebraelab esteja em funcionamento em cada unidade da federação. A ação aconteceu dentro do Sebrae Startup Day, evento que aconteceu simultaneamente em 45 cidades para discutir o cenário do empreendedorismo digital e estimular o desenvolvimento destartups no Brasil. Com ajuda de mais de 200 parceiros, o evento reuniu cerca de 10 mil pessoas entre empreendedores, desenvolvedores/programadores, estudantes, designers, investidores, aceleradoras e incubadoras.
Espaço modulado para uso dos empreendedores em conjunto com o ecossistema de startups, o sebraelab vai facilitar a interação entre eles. O ambiente poderá ser palco de eventos colaborativos, a exemplo do que foi o Startup Day, e local de criação para os empreendedores – uma espécie de co-working. “Haverá mesas onde poderão ser ligados computadores, que podem ser usados o dia todo por empreendedores, que irão se cadastrar e ter acesso a qualquer sebraelab do país. Com eles, eventos como o Sebrae Startup Day poderão ocorrer todo dia. Qualquer coisa poderá ser feita no sebraelab: mentorias, eventos, discussões, encontros”, afirma o gerente da Unidade de Serviços do Sebrae, André Spínola.
No Rio de Janeiro, cerca de 400 pessoas acompanharam as discussões na sede do programa Startup Rio, trocaram cartões e fizeram networking. Em cinco painéis, os presentes discutiram o cenário do empreendedorismo digital carioca, que tem muitas iniciativas que ajudam os empreendedores a tirarem a ideia do papel e começarem a estruturar um negócio, como programas de universidades, de grandes empresas privadas e incubadoras, mas tem apenas uma aceleradora e poucos fundos de investimento que permitam um crescimento efetivo da startup e as chances de sobrevivência no mercado.
A diretora-técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, participou da abertura do evento e ressaltou o papel da instituição no empreendedorismo digital. “O Sebrae ajuda a tirar a ideia do papel e modelar o negócio. Hoje é um dia de aprendizado e troca de informações. Mobilizamos 10 mil pessoas em todo o Brasil. desde estados como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que já têm um ecossistema formado, até municípios no interior e no meio da floresta, onde existem boas ideias”, disse.
Em Brasília, a primeira edição do evento contou com 12 horas de networking e aprendizado. Cerca de cem participantes, entre empreendedores, desenvolvedores, estudantes, designers, investidores, representantes de aceleradoras e incubadoras assistiram a palestras, trocaram ideias e contatos com o objetivo de discutir e melhorar o cenário de negócios digitais brasileiros e os desafios do mercado. “O mundo das startups e da inovação é repleto de incertezas. O que nos importa é que, ao criarmos uma interface que responda às necessidades, muitas startups terão a capacidade de mudar o país”, afirmou Vinicius Lages, diretor de Administração e Finanças do Sebrae.
Investimento
Já o Startup Sebrae Day em São Paulo enfatizou os instrumentos existentes no mercado para que as empresas do setor recebam os investimentos essenciais para se desenvolverem. O tema foi explorado por executivos e especialistas do setor como Cássio Spina (Anjos do Brasil), Franklin Luzes (Microsoft Participações) Bruno Rondan (Wenovate), Francisco Jardim ( SP Ventures), Maycon Stahelin (MDIC) e Ana Carolina Merigue (Innoveur Consulting/Fiesp).
Franklin Luzes, diretor de Operações da Microsoft Participações, falou sobre os programas voltados para startups apoiados pela Microsoft, como o Instituto Inovation, que transforma ideias em empresas, em sistema de pré-aceleração, dando apoio em áreas como jurídico e contábil. Já o Acelera Partners é um programa de pós-aceleração e o FundoBR Startups apoia empresas com maturidade para receber investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões. “Parabenizo o Sebrae pela iniciativa do Startup Day. Nosso objetivo é fomentar o ecossistema para que o Brasil seja reconhecido mundialmente como um celeiro de startups”, afirmou Luzes.
A SPVentures investe em áreas não tradicionais, como a agritech, e concentra seus negócios no estado de São Paulo “O mercado agrícola brasileiro é de alta escala, usa muita tecnologia e foi um dos poucos não afetados pela crise”, disse Francisco Jardim. “O negócio de venture capital é essencialmente regional e concentrado, como acontece no Vale do Silício”, complementou. Um dos principais investidores do fundo é o Sebrae em São Paulo.
Maycon Stahelin, coordenador do Inovativa Brasil, do Ministério da Indústria Comércio e Serviços (MDIC) e que tem o Sebrae como parceiro, destacou a importância do programa como o primeiro passo para as startups brasileiras se desenvolverem e receberem investimentos. “O nosso tripé é capacitação, mentoria e conexão”. Ele detalhou a etapa do InovAtiva que vai acontecer neste sábado em dez cidades do país. O bootcamp regional vai reunir empreendedores de cerca de 230 startups, que terão mentorias individuais com executivos e investidores experientes, que os ajudarão a aprimorar seus projetos, e vão compartilhar experiências em workshops e em uma oficina de acesso ao mercado.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias