Imagina receber um chef profissional para cozinhar em um evento na sua casa. Foi com essa premissa que quatro empreendedores criaram a Welcome Chef, uma plataforma para contratar chefs profissionais por um dia. O serviço conta com 27 chefs que, juntos, já cozinharam para mais de três mil pessoas em 200 eventos, aniversários, jantares românticos e almoços corporativos.
Murilo Bonadio, 32 anos, conta que teve a ideia no fim de 2013, quando tentou contratar um chef de cozinha para uma festa familiar, mas não conseguiu encontrar ninguém. “Um conhecido me deu um nome, mas o profissional estava ocupado e não conhecia outra pessoa para indicar. Então, eu percebi como esse mercado estava desorganizado e comecei a pesquisar sobre o assunto. Vi que na Austrália e nos Estados Unidos, esse modelo de negócio já estava mais estruturado, e isso ficou na minha cabeça até o meio de 2014, quando decidi abrir uma empresa”, diz.
Na época, Bonadio trabalhava com e-commerce em uma plataforma online de venda de imóveis. Decidido a sair do seu emprego, o empreendedor começou a elaborar como seria o seu negócio e elencou os tipos de profissionais que seriam necessários. “Percebi que precisaria de time complementar, então procurei por pessoas que tinham conhecimentos em áreas que não tenho” diz.
O empreendedor buscou, então, três amigos cujas experiências profissionais eram compatíveis com cada área. São eles: Pedro Masini, 31 anos, que tinha experiência no setor de hotéis e eventos, Guilherme Moser, 32, trabalhava com planejamento financeiro em empresas de telecomunicações, e Eric Godoi, 33, publicitário com experiência em agências de comunicações. No fim de 2014, a equipe do Welcome Chef estava pronta e a empresa foi aberta em janeiro de 2015.
Em seis meses, o grupo de quatro amigos investiu R$ 80 mil, do próprio bolso, na criação da plataforma, no marketing da marca e no recrutamento de chefs para o serviço. Com o produto formatado, os primeiros serviços começaram a ser agendados. Em agosto de 2015, 16 eventos foram feitos com os cozinheiros do Welcome Chef. No mês seguinte, esse número chegou a quase um evento por dia e, em dezembro do mesmo ano, o grupo teve o seu melhor resultado até hoje, com 70 eventos realizados.
No site do Welcome Chef, é possível encontrar uma variedade de cardápios com comidas tradicionais da Espanha, Itália, França, Japão, além de pratos mais modernos. Cada menu vem com um preço que é cobrado por pessoa, sendo que, em média, esse valor é de R$ 120. Após escolher o cardápio desejado, o cliente precisa apenas entrar em contato com a equipe do Welcome Chef e marcar um dia de visita. O chef então irá até o estabelecimento para verificar a estrutura disponível. O cozinheiro, normalmente, utiliza o equipamento e a louça do cliente, mas caso algum acessório específico seja necessário, ele poderá levar sem custos adicionais.
“Nossa média é de 30 eventos por mês, mas é difícil dar um número preciso, pois ainda não temos dados da sazonalidade, já que nosso serviço não completou um ano de vida”, diz Bonadio. A meta para 2016 é que o site movimente R$ 3 milhões e o faturamento da empresa chegue a R$ 1 milhão. A receita do Welcome Chef vem de um percentual de 15% do valor que o cliente paga em cada menu — o restante, fica com o cozinheiro. “Mas nós também oferecemos aluguel de louça e venda de bebidas, o que aumenta bastante o faturamento”, diz.
Segundo Bonadio, o grupo já conseguiu o retorno financeiro do investimento inicial, mas, até agora, nenhum deles teve lucro com a plataforma, pois preferem guardar esse dinheiro para reinvestir na empresa.
O Welcome Chef atende todas as cidade de São Paulo, e deve chegar em abril para a região da capital do Rio de Janeiro. “Hoje, sem fazermos nenhuma ação de marketing, já recebemos demanda do Rio. Então, estamos conversando com cozinheiros de lá para trabalharem com a gente”, diz.
A expansão não irá exigir muito investimento financeiro, pois será preciso fazer apenas alguns ajustes na plataforma. O grupo planeja aumentar seu catálogo para 75 chefs cadastrados até o fim do ano e chegar a 300 eventos no último semestre de 2016. “Estamos recebendo muitas propostas de investidores-anjo e fundos de investimento, mas precisamos definir qual seria o aporte necessário e como pretendemos aplicar esse dinheiro”, afirma.
Fonte: Revista PEGN