Plantas do cerrado viram joias no DF

28 de agosto de 2013
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DISTRITO FEDERAL – Uma pequena empresa do Distrito Federal se especializou na criação de joias feitas com folhas, frutas e sementes do cerrado. Os produtos da natureza são revestidos com uma camada de ouro e transformados em brincos, anéis e pingentes.

As plantas do cerrado valem ouro para uma artesã do Distrito Federal. A vegetação nativa é a matéria-prima das joias folheadas feitas pela empresária Tânia Helou.

Ela e o marido, Edênio Ribeiro, fabricam anéis, brincos, colares e pingentes na própria loja. A empresa foi aberta há 13 anos. A folha moeda é marca registrada do negócio. “Ela vem de um arbusto do cerrado e é a matéria-prima não só do meu produto, como de diversos artesãos”, diz a empresária.

Os donos da empresa participam do projeto Expoarte Distrito Federal – uma ação do Sebrae que visa fortalecer a identidade cultural da região e incentiva o artesão a transformar arte em negócio.

“A ideia é que esses artesãos estejam preparados para as oportunidades que vão surgir com os eventos esportivos que vão acontecer a partir deste ano e até 2015. A ideia é prepará-los a partir de capacitações, consultorias, para ter um produto adequado conforme a exigência do mercado. E ele também esteja preparado para a gestão desse negócio”, explica Zaile Chagas, do Sebrae de Brasília.

Através da parceria com o Sebrae, os empresários participaram de oficinas de capacitação para melhorar a técnica e a gestão do negócio. Os produtos da empresa agora são expostos em feiras por todo o Brasil. E as joias também fazem parte de um catálogo de divulgação do artesanato da região.

“O catálogo é mais uma ferramenta de divulgação do produto e para atender o mercado. A velocidade que hoje têm as informações é uma forma de visualizar o produto, conhecer quem é o artesão, e assim fazer negócios Brasil afora”, diz Zaile.

A divulgação do trabalho abriu portas em novos mercados. Agora, a empresa irá exportar as peças para os Estados Unidos. A fabricação, que hoje é de 400 itens por mês, deve dobrar para atender à demanda.

“O Sebrae me colocou em ambientes, em eventos que eu sozinha não tinha e não tenho porte para estar”, comenta a empresária.

As peças são galvanizadas. A confecção começa pelo corte das folhas, que já vêm esqueletizadas. Em seguida, elas recebem uma tinta condutora de eletricidade. A planta vai para um tanque e é banhada em cobre. O produto não contém níquel e não causa alergias.

O processo de produção com sementes e frutos é um pouco diferente. A matéria-prima recebe uma tinta impermeabilizante. Isso evita infiltrações de produtos químicos que, com o tempo, danificam a joia. É um trabalho minucioso. O “carrapicho”, por exemplo, leva no mínimo oito demãos. Outras peças, até 30.

Ao todo, as joias passam por oito fases de fabricação. A última é o banho de ouro 18 quilates.

“Eu procuro colocar camada mais de ouro na parte da folheação para que eu possa dar essa garantia de um ano, pelo menos. É claro que dura muito mais. Eu tenho cliente de 13 anos que está com a gente, e a peça está igualzinha que a gente entregou”, comenta Ribeiro.

Por fim, cada item é pesado. Isso faz parte do rigoroso controle de qualidade como forma de dar garantia aos clientes e credibilidade à empresa.

Toda água utilizada no procedimento é tratada. Os metais pesados são retirados antes de chegar à rede de esgoto.

As plantas eternizadas são vendidas na loja por preços que variam de R$ 100 a R$ 2.000. As peças feitas com frutos e sementes chegam a demorar semanas para ficar prontas, por isso são mais caras.

Com mais experiência em folhear objetos, os empresários começaram a criar joias bem inusitadas. E haja criatividade. Há, por exemplo, um cacho de uva, um amendoim e até uma pipoca. Esse tipo de produto chama a atenção do cliente e ajuda a divulgar a marca.

A artesã Tânia Helou espera que a empresa tenha crescimento recorde em 2013. “Atualmente o nosso faturamento está entre R$ 22 mil e R$ 23 mil mensais, em média, e, para este ano a nossa meta é dobrar esse faturamento com a exportação para os Estados Unidos”, diz Tânia.

Fonte: G1

2 comentários para “Plantas do cerrado viram joias no DF”

  1. João Vicente disse:

    Sou produtor de mudas de nativas,exóticas e ornamentais, principalmente de cerrado e consequentemente, faço colheita das sementes e frutos. Gostaria de obter o endereço de contato da empresa citada acima, para possíveis negociações.
    Na espectativa de retorno, antecipo agradecimentos

    Att: João Vicente

  2. Kesio disse:

    preciso do contato da pessoa q fabrica estas joias pois conheci o trabalho em arraial d’ajuda
    e tenho interesse de trazer pra goiania

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