Otimismo do pequeno empresário cresce no 3º tri, mas segue abaixo de março, aponta Sebrae

27 de setembro de 2018
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A confiança dos pequenos empresários quanto à melhora da economia e do desempenho de seus negócios cresceu nos últimos três meses, mas segue abaixo do patamar em que estava em março, mostra pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) antecipada ao G1.

Dos empresários entrevistados neste mês, 37,6% dizem acreditar que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses, contra 33,2% em junho. A fatia, porém, continua abaixo dos 49,2% apurados em março e de 42,9% em dezembro de 2017.

Do outro lado, a parcela dos que apostam em uma piora do cenário econômico caiu de 31,4% em junho para 22,5% em setembro, mas também permanece acima dos 18,5% registrados em março e dos 28,8% de dezembro.

As perspectivas negativas acentuadas em junho refletem especialmente o aumento da incerteza e a sensação de crise gerada pela greve dos caminhoneiros, que provocou desabastecimento nos mercados de todo o país no fim de maio, segundo o Sebrae.

Para o presidente da instituição, Guilherme Afif Domingos, se a greve não tivesse ocorrido, o cenário no terceiro trimestre estaria melhor do que o registrado no primeiro. “A greve foi marcante, sim. Imagine alguém que está correndo, pegando embalo e toma um grande tropeção: foi o que aconteceu. Agora estamos tentando recuperar o ritmo de antes”, diz.

Na avaliação dele, a dificuldade para retomar o nível de otimismo observado em março está relacionada à recuperação lenta do mercado de trabalho e ao alto nível de endividamento das famílias, somados à incerteza eleitoral.

Em agosto, 110 mil vagas formais foram geradas no Brasil, segundo dados do Ministério do Trabalho. Dessas, 70,8 mil foram em pequenas empresas, de acordo com o Sebrae. Porém, em julho (dados mais recentes), o número de desempregados no país ainda somava 12 milhões, de acordo com o IBGE.

A última edição do estudo mostrou ainda que os empresários do ramo da construção são os mais otimistas, enquanto os da indústria são os mais pessimistas quanto à economia.

Entre os representantes do setor da construção civil, 44,9% acreditam que o cenário econômico vai melhorar, 19,6% acreditam numa piora e 30,5% acham que nada vai mudar. “As pequenas empress obras estão gerando muito emprego para os microempreendedores. Porque as grandes, essas sim, estão paradas”, pontua Afif.

Já entre os representantes da indústria, 36,4% apostam numa economia melhor em 12 meses, 24,1% esperam uma piora e 30,9% acham que o cenário permanecerá como está.

Confiança nos políticos

A política é a principal justificativa tanto para o otimismo, quanto para o pessismo.

Entre os que acreditam que a economia vai melhorar nos próximos 12 meses, 68,8% dizem estar confiantes por acreditarem que os novos políticos eleitos poderão melhorar o país. Os outros pontos mais citados são:

  • a economia vem dando sinais de recuperação: 62%
  • aumento do emprego: 36,4%
  • aumento da renda do consumidor: 15,1%

Já entre os que esperam uma piora da economia nos próximos 12 meses, 92,1% dizem que não confiam nos atuais políticos do país. Os outros pontos mais citados são:

  • desemprego ainda está alto: 88%
  • brasileiro está muito endividado e, por isso, compra menos: 83,8%
  • economia não está dando sinais de recuperação: 71,1%
  • país não vai melhorar após as eleições: 69,8%
  • podem ocorrer novas greves: 65,5%
  • pode haver nova greve dos caminhoneiros: 59,4%

Faturamento e emprego

A parcela de pequenos empresários que acreditam que vão conseguir faturar mais nos próximos 12 meses também cresceu em relação a junho (foi de 40,1% para 44,9%), mas segue abaixo do que estava em março (51,8%).

O movimento oposto foi registrado entre os que acreditam que vão faturar menos: agora são 14,8%, contra 21,5% em junho e 13,3% em maio.

Já a parcela dos que acreditam que o faturamento permanecerá o mesmo ficou praticamente estável em relação a junho (36,1% contra 36,6%), mas subiu em relação a março (32,3%).

A maior parte (38,2%) dos entrevistados não pretende contratar nem demitir nos próximos 12 meses. Porém, cresceu levemente em relação a junho a fatia dos que pretendem ampliar o quadro de funcionários (de 17,6% para 20,3%), embora ainda esteja abaixo do apurado em março (26%).

O estudo ouviu 2,9 mil donos de empresas de pequeno porte, microempresários e microempreendedores individuais (MEIs), entre 28 de agosto e 12 de setembro.

Fonte: G1 Notícias

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