Empresária fatura com macaxeiras em feira

30 de janeiro de 2015
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VERALUCIASÃO PAULO – Entre os participantes mais antigos da Feirinha Gastronômica de São Paulo está a microempresária Vera Lúcia. Ela se destaca com suas macaxeiras, receita tipicamente nordestina que traz a mandioca recheada com carne seca em versões variadas. Sem cursos de profissionais, Vera aprendeu os segredos da culinária nordestina com a mãe e avó, quando, aos 10 anos, dividia a cozinha com elas em uma fazenda em Pindamonhangaba (SP). Ela só decidiu viver da gastronomia há poucos anos, quando deixou a carreira na área de enfermagem onde atuou por 25 anos em grandes hospitais paulistas para cozinhar em eventos de rua, como shows no Centro e eventos como a Parada Gay e Virada Cultural.

A macaxeira que hoje é saboreada por quase 200 pessoas todo domingo na feirinha, surgiu em agosto de 2012. Vera precisava de um prato nordestino para se destacar em um grande evento do Anhangabaú que comemorava o centenário de Luiz Gonzaga. “Inspirei-me na receita de uma batata suíça que eu fazia na feira no Brooklin. Mas o nome não poderia levar mandioca porque isso é coisa de paulista”, afirma. Vera desenvolveu uma técnica de fritar que exige malabarismos da cozinheira a um fogo altíssimo. “É só desse modo que a macaxeira fica crocante”. A microempresária não imaginava o sucesso que o prato faria: ela vendeu 200 kg só naquele dia. Realizada, decidiu tentar participar de uma outra feira de rua, realizada no mesmo local alguns meses depois – e que seria o embrião da Feirinha Gastronômica. Insistiu, conseguiu espaço em uma barraca de chef e agora as macaxeiras não pararam de sair.

O sucesso renderia, meses depois, o convite para participar da primeira feirinha gastronômica, realizada na Rua Girassol. Acompanhou o crescimento do evento, mudou com ele para a praça Benedito Calixto e hoje é cozinheira fixa todo domingo ao lado de chefs renomados, como Rodrigo Oliveira, do Mocotó; e Daniela França Pinto, do Marcelino Pan Y Vino. “No início eu pensei que não deveria estar ali ao lado de tantos chefs importantes se eu só tinha estudado até a 8ª série. Mas o meu produto era bom e me deu confiança”, conta. Hoje, é a Feirinha que paga não só as suas contas, como o convênio de saúde dela e da sua mãe. Conseguiu o dinheiro para pagar a prótese de seu marido – diabético, perdeu uma parte de seu pé – e agora sonha em comprar um carro, que dispensará a carreta que aluga toda semana para levar os seus produtos à Feirinha. “Tenho o meu espaço hoje lá e não preciso depender de outros eventos. Minha vida mudou completamente”, afirma.

Fonte: Época Negócios

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