Apesar das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) recuarem este ano e dos incentivos fiscais como a redução do IPI, a carga tributária brasileira continua em ritmo acelerado. É o que mostra o Impostômetro da Associação Comercial de SP, que hoje atingiu a marca de 1 trilhão em tributos pagos pelos brasileiros desde 1º de janeiro.
Um dos exemplos do peso da carga tributária no custo final dos produtos vem da indústria automotiva. Matéria publicada hoje no jornal O Globo mostra que os impostos representam cerca de 30% do preço dos veículos. De acordo com a reportagem, “nos carros 1.0, os impostos representam 27,1% do preço. Na faixa de veículos entre 1.0 e 2.0, o peso dos impostos é de 30,4% para os que rodam a gasolina e de 29,2% para motores flex e etanol. Acima de 2.0, respondem por 36,4% e 33,1% do preço, respectivamente. Nos EUA, os impostos são de até 9% do preço ao consumidor”. Somados à margem de lucro maior, custo Brasil e outros fatores, os tributos fazem com que os automóveis no Brasil custem até 106% a mais do que em outros países.
Para Afif, o alerta de 1 trilhão do Impostômetro, quinze dias antes em relação a 2011, mostra o avanço da carga tributária em ritmo desigual ao desenvolvimento do país. Evidencia também a necessidade de outras fontes de informação para a conscientização do público. “É urgente aprovar o projeto de lei que prevê informar os tributos embutidos nas notas fiscais dos produtos. Esta lei está na mão do presidente da Câmara dos Deputados”.