Entidades repudiam timidez da reforma política e pedem mudanças

29 de setembro de 2017
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São Paulo – Entidades que representam a sociedade civil estão indignadas com os resultados da reforma política e pedem mudanças. E exigem uma resposta da classe política, ainda que para 2022. A mobilização para exigir essas mudanças foi debatida nesta sexta-feira em uma reunião coordenada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), na Casa do Saber, em São Paulo, que tratou do tema da Reforma Política, principalmente do financiamento público de campanha, o chamado “fundão”, e a implementação do Voto Distrital Misto. “Nós, como sociedade, temos que manifestar nossa indignação com o resultado pífio da reforma política”, afirmou Guilherme Afif Domingos, presente à reunião.

Afif defendeu a mobilização da sociedade com relação aos gastos de recursos públicos nas campanhas políticas,  que está em discussão no Congresso Nacional e deve ser votado na próxima semana. Para ele, as discussões para a redução dos gastos das campanhas estão diretamente relacionadas com a realização de uma reforma política ampla, diferentemente do que ocorreu até agora no Congresso. “A saída para diminuir os custos de campanha é a implantação do voto distrital misto”, ressaltou ele.

Ao defender o estabelecimento do voto distrital misto para as eleições de 2022 – já que o Congresso decidiu manter o atual sistema para 2018- Afif lembrou que o início de sua vida pública foi nas associações comerciais, que são entidades representativas das atividades econômicas dos municípios. “A minha origem é de associações comerciais, que não são entidades de cúpula e sim de base”, destacou Afif, lembrando que há 2.300 associações estabelecidas no País.

Para Afif. o voto distrital é uma oportunidade de aumento da representatividade política dos eleitos pelas suas comunidades. Ele lembrou que foi a CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), que defendeu de forma pioneira a implantação do voto distrital misto no Brasil. “O voto distrital sempre soou como um palavrão no sistema centralista de poder”, destacou.

Um projeto de Lei do Senado (PLS) , do senador José Serra (PSDB-SP), propõe a alteração da legislação eleitoral para instituir o voto distrital misto nas eleições proporcionais (vereador e deputados federais, estaduais e do Distrito Federal). O Senado já aprovou a urgência para a votação do projeto.

Durante a reunião coordenada pelo CLP, foram estabelecidos três pontos que serão objeto de pressão nos parlamentares que votarão o “Fundão” na semana que vem: o estabelecimento de um teto para o valor destinado ao fundo eleitoral; que este modelo tenha validade somente para a eleição de 2018; que não se estabeleça um limite para as doações de pessoas físicas – as doações empresariais estão proibidas. Entidades que participaram das discussões – como o “Vem para a Rua” e “Mulheres do Brasil”, pretendem ir à Brasília na semana que vem para pressionar os parlamentares.

Além de representantes do Sebrae, “Vem para a Rua” e “Mulheres do Brasil”, estiveram presentes hoje nas discussões entidades como  CACB, UGT (União Geral dos  trabalhadores),  Fundação Espaço Democrático, “Ranking dos Políticos”, Sindicato dos Comerciários de São Paulo, entre outros.

O Centro de Liderança Pública (CLP) trabalha há sete anos para melhorar o ambiente político do Brasil. O objetivo da entidade é o desenvolvimento de lideres  públicos empenhados em promover mudanças transformadoras por meio da eficácia da gestão e da melhoria da qualidade das políticas públicas.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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